Nova geração abre espaço para se mostrar no Brasil

Brasileirão 2007
Uma nova geração do futebol está pronta para mostrar a sua cara. A partir deste sábado, até dezembro, passando por 380 jogos do Campeonato Brasileiro, o torcedor terá a oportunidade de acompanhar meninos bons de bola. Garotos como Alexandre Pato (Internacional), Lulinha (Corinthians), Guilherme (Cruzeiro) e mais uma molecada de talento têm tudo para escrever seus nomes na competição nacional.
O fenômeno não é uma novidade no futebol brasileiro. Por temporada são revelados uma leva de bons jogadores. A diferença de agora é uma queda na média de idade. Se há pouco mais de três anos, os garotos eram revelados aos 20 anos, hoje eles são protagonistas aos 17.
Clubes de ponta, como Internacional e Corinthians, ilustram bem o que deve acontecer no Brasileirão. Do Sul, vem Alexandre Pato, craque precoce do Inter, aos 17 anos. Do Parque São Jorge, Lulinha, outro diamante de 17 anos. Moleques ainda, e já são cobiçados por clubes da Europa: o Milan quer o Pato, Manchester United e Barcelona miram em Lulinha.
“Não vou sair agora do Brasil. Ainda sou muito guri. Só deixo o Inter se for para ajudar o clube e resolver a vida da minha família”, disse Pato, que tinha salários de R$ 2 mil no início do ano passado, e antes mesmo de estrear no time profissional, contra o Palmeiras, passou a receber R$ 40 mil por mês pelo contrato que acaba só em 2009. A multa rescisória é de US$ 50 milhões (R$ 101 milhões). No primeiro jogo, fez um gol e causou transtorno na defesa palmeirense, na vitória por 4 a 1 no Palestra Itália.
A história de Lulinha não é muito diferente. Revelado no Corinthians, ganhou destaque na seleção brasileira sub-17, campeã sul-americana, depois de boas apresentações na Copa São Paulo de Juniores. Agora, reivindica um lugar no time de Paulo César Carpegiani. “Nosso plano de carreira para o Lulinha é colocá-lo no time de cima do Corinthians, chegar à seleção principal e depois jogar em um grande clube da Europa”, diz Wagner Ribeiro, agente do jovem jogador.
A proposta de Wagner Ribeiro não soa original. Difícil é encaixar um plano de carreira para os garotos. Lucas, 20 anos, revelação do Grêmio e um dos melhores jogadores do Brasileirão de 2006, acaba de ser vendido ao Liverpool por 10 milhões de euros (R$ 27,5 milhões). Talento que encanta os europeus. “Sabemos que o Lucas tem qualidade e achamos que também tem a mentalidade e a personalidade necessárias para jogar no Campeonato Inglês”, disse Rafa Benitez, técnico espanhol do Liverpool, que daqui a duas semanas decide com o Milan a Liga dos Campeões.
Assim como Lucas foi embora antes de se consolidar como ídolo gremista, não será surpresa se Pato, Lulinha e outras jóias deixarem o Brasil ainda em junho, na abertura do mercado europeu. Por isso, o torcedor não pode perder tempo no Brasileiro. O negócio é desfrutar da primeira metade da competição nacional de olho nos garotos bons de bola.
Sem falar em Pato e Lulinha, anote aí os nomes dos candidatos a revelação: Guilherme, atacante do Cruzeiro; David, zagueiro do Palmeiras; Renato Augusto, meia do Flamengo; Carlos Eduardo, atacante do Grêmio; e Danilinho, meia-atacante do Atlético-MG.
E não pára por aí. Jogadores novos, como Dagoberto, 24 anos, do São Paulo, podem brilhar como Nilmar no campeonato de 2005. “Gosto muito do Campeonato Brasileiro e quero ajudar o São Paulo a ser campeão", promete o atacante.
O Brasileirão, com 20 times jogando em turno e returno, promete muito equilíbrio. Não há um grande favorito ao título e muito menos ao rebaixamento - os quatro últimos caem para Série B em 2008. - Agência Estado