A definição é do Barão de Itararé: “O político brasileiro é um sujeito que vive às claras, aproveitando as gemas e sem desprezar as cascas”. Nesta terça-feira (15), em entrevista coletiva, a segunda desde o Planalto, em 2003, Lula falou às claras sobre a omelete de 2010. Deixou no ar a impressão de que, ao PT, está reservado o papel de casca.
Lula tranqüilizou aqueles que ainda receiam que possa haver um Chávez enterrado dentro de si. Disse que não cogita mudar a Constituição para disputar um terceiro mandato consecutivo. "Eu não brinco com democracia. Fui obrigado a ser candidato à reeleição. Sou contra e não serei candidato em 2010. Não é por nada não, é porque a Constituição não permite". Melhor assim.
O presidente, no entanto, tornou público o desejo de influir na escolha do sucessor. Perguntou-se se o tucano Aécio Neves poderia ser o seu candidato. Para desassossego do PT, Lula não afastou a hipótese. Disse:
"O candidato pode ser do PSDB? A base do governo terá candidato. Quem vai ser, não sei. É tão cedo. Ano que vem vamos ter eleição para prefeito. Vamos aguardar para ver. Vamos ver qual o comportamento do PSDB nisso tudo. Acho que muita coisa vai acontecer no Brasil para melhor".
Para Lula, o tucanato não é inimigo, apenas adversário. Reiterou a intenção de convidar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um lero-lero a dois. "Eu sempre tive uma relação de amizade com ele. Não será por falta de convite que a gente não vai conversar. Mas acabamos de sair de uma eleição. Não quero que venha conversar comigo para acharem que a gente está capitulando”.
Questionou-se Lula acerca da redução dos nacos reservados ao PT na engrenagem pública, hoje assediada por um consórcio governista que congrega 13 legendas. E ele: "O PT tem o privilégio de ter o cargo de presidente, o mais importante da República. Mais do que isso, é querer muita coisa".
Nunca na história desse país o velho ex-sindicalista mostrou-se tão pragmático como agora. Lula sempre soube que é maior do que o PT. A diferença é que, agora, já não se preocupa em escamotear o fato. Ao dizer que o petismo tem a presidência da República, está informando, na prática, que seu partido não tem nada.
É evidente que, se pudesse, Lula aproveitaria uma “gema” petista. O PT tem muitos candidatos a 2010 –Marta Suplicy, Jaques Wagner, Dilma Rousseff... E, como se sabe, quem tem vários presidenciáveis não tem nenhum.
Daí os acenos do presidente a Aécio Neves (hoje no PSDB, amanhã, quem sabe...). Daí o seu eterno flerte com Ciro Gomes (PSB). Daí a sem-cerimônia com que impõe ao PT a aparência de casca que ostenta hoje. - Josias de Souza
Lula tranqüilizou aqueles que ainda receiam que possa haver um Chávez enterrado dentro de si. Disse que não cogita mudar a Constituição para disputar um terceiro mandato consecutivo. "Eu não brinco com democracia. Fui obrigado a ser candidato à reeleição. Sou contra e não serei candidato em 2010. Não é por nada não, é porque a Constituição não permite". Melhor assim.
O presidente, no entanto, tornou público o desejo de influir na escolha do sucessor. Perguntou-se se o tucano Aécio Neves poderia ser o seu candidato. Para desassossego do PT, Lula não afastou a hipótese. Disse:
"O candidato pode ser do PSDB? A base do governo terá candidato. Quem vai ser, não sei. É tão cedo. Ano que vem vamos ter eleição para prefeito. Vamos aguardar para ver. Vamos ver qual o comportamento do PSDB nisso tudo. Acho que muita coisa vai acontecer no Brasil para melhor".
Para Lula, o tucanato não é inimigo, apenas adversário. Reiterou a intenção de convidar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um lero-lero a dois. "Eu sempre tive uma relação de amizade com ele. Não será por falta de convite que a gente não vai conversar. Mas acabamos de sair de uma eleição. Não quero que venha conversar comigo para acharem que a gente está capitulando”.
Questionou-se Lula acerca da redução dos nacos reservados ao PT na engrenagem pública, hoje assediada por um consórcio governista que congrega 13 legendas. E ele: "O PT tem o privilégio de ter o cargo de presidente, o mais importante da República. Mais do que isso, é querer muita coisa".
Nunca na história desse país o velho ex-sindicalista mostrou-se tão pragmático como agora. Lula sempre soube que é maior do que o PT. A diferença é que, agora, já não se preocupa em escamotear o fato. Ao dizer que o petismo tem a presidência da República, está informando, na prática, que seu partido não tem nada.
É evidente que, se pudesse, Lula aproveitaria uma “gema” petista. O PT tem muitos candidatos a 2010 –Marta Suplicy, Jaques Wagner, Dilma Rousseff... E, como se sabe, quem tem vários presidenciáveis não tem nenhum.
Daí os acenos do presidente a Aécio Neves (hoje no PSDB, amanhã, quem sabe...). Daí o seu eterno flerte com Ciro Gomes (PSB). Daí a sem-cerimônia com que impõe ao PT a aparência de casca que ostenta hoje. - Josias de Souza
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