Algumas observações para fechar esse domingo religioso no Blog.
A lógica do novo-velho pensamento da Igreja, na recuperação dos valores, é muito interessante. Ainda mais quando confrontada com vários indexes, como o aborto, a camisinha, o segundo casamento etc. Alguns comentaristas observaram que não se pode pretender racionalidade nas religiões. Os fiéis só teriam direito a duas posições frente à religião, inclusive a católica: ame-a ou deixe-a. E os princípios da Igreja são intemporais, não podendo se curvar à modernidade dos tempos. Acho que essa questão da recuperação dos valores frente à modernidade é importante, desde que devidamente caracterizadas as distorções dos tempos modernos: hiperindividualismo, falta de solidariedade, ostentação, consumismo desbragado. Aí, a Igreja cresce.
Quando começa a discorrer sobre sexualidade, camisinha, segundo casamento, o jogo é outro, mas sumamente interessante. Uma boa pesquisa provavelmente vai constatar que a maioria absoluta dos católicos incorre em alguma das faltas graves apontadas por Bento 16 (casamento, sexualidade etc.) e continua freqüentando a Igreja. Mais que isso: nem lhes passa pela cabeça a idéia de que estejam pecando ou em estado pecaminoso.
É enorme a diferença de décadas atrás, quando meu pai abandonou a maçonaria porque a Igreja não permitia casamento religioso de maçom. Ou que eleições em Poços podiam ser decididas pelo Cônego Trajano brandindo a clava da excomunhão.
Hoje passam por cima das recomendações papais, continuam católicos, como se o exercício da religião independesse do Pontífice. Quero ter a liberdade de ser católico sem me submeter a ordens que não acho legítimas, parece ser o pensamento desses fiéis. Ou seja, para um contingente apreciável de católicos, há limites para a mediação papal. - Luis Nassif
Nenhum comentário:
Postar um comentário