sábado, 12 de maio de 2007

Base do governo resiste a lei de greve mais dura

Líderes governistas defenderam ontem mudanças na proposta de lei de greve para o serviço público elaborada pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e pelo advogado-geral da União, José Antonio Toffoli. Para os líderes, a proposta, que está no Palácio do Planalto para análise, não será aprovada pela base do governo na Câmara sem modificações. O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), disse que o texto será recebido no Congresso como um ponto de partida e não como um projeto pronto e acabado.
— A proposta será melhorada no Congresso. Defendo que as assembléias, para decidir por uma greve, devem ter representatividade, mas não sei se dois terços da categoria é o percentual adequado. Não é todo dia que se consegue lotar o estádio de Vila Euclides — disse Luiz Sérgio, fazendo alusão ao local onde, nas décadas de 70 e 80, eram realizadas as assembléias dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, quando Luiz Inácio Lula da Silva dirigia o sindicato. Leia mais em O Globo
Ao mesmo tempo em que se discute no governo uma dura lei de greve para o funcionalismo público, Lula faz agrados às centrais sindicais. O governo fechou, anteontem à noite, com as centrais sindicais, acordo para reconhecer legalmente essas entidades e repassar a elas parte dos recursos arrecadados com o imposto sindical obrigatório — que corresponde a um dia de trabalho descontado de quem tem carteira assinada, sendo esse trabalhador sindicalizado ou não.
De acordo com o texto da medida provisória a ser assinada nos próximos dias pelo presidente Lula, as centrais ficarão com metade dos 20% do imposto sindical repassados ao Ministério do Trabalho — atualmente esses 10% correspondem a R$ 100 milhões (dados de 2006). O total de 20% que fica com o governo é aplicado, segundo o ministério, nas Delegacias Regionais do Trabalho. - O Globo.

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