segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Às vésperas de deixar presidência da Infraero, brigadeiro aponta erros da TAM e do projeto do Airbus
O brigadeiro José Carlos Pereira, que amanhã transferirá a presidência da Infraero, para o engenheiro Sérgio Gaudenzi, ex-presidente da Agência Espacial Brasileira, vem hoje aos jornais apontar que a tragédia que matou 199 pessoas, em 17 de julho passado, foi causada por uma somatória de fatores – entre elas falhas no projeto da aeronave e na manutenção falha da aeronave pela TAM. Essas duas causas, reforça, induziram os pilotos da aeronave ao erro. A Airbus e a TAM já emitiram notas se eximindo da culpa, acrescenta a reportagem principal da Folha de hoje. Na entrevista que concede ao jornal, o brigadeiro avalia que a crise resultou, entre outros motivos, da resistência da Aeronáutica em abrir mais concursos para controladores de vôo civis, “com receio de que civis pudessem fazer uma greve e paralisar o sistema, fazer motim”. Mostrando a inutilidade dessas precauções, foi isso justamente o que ocorreu com os controladores militares em 30 de março, lembrou. J. Carlos destaca ainda que a demanda de passagens aéreas vem aumentando muito acima da capacidade de recepção e que as empresas do setor atuam sem a devida fiscalização. Há pesadas suspeitas de prática de corrupção na Infraero durante o período em que ele esteve à frente da Infraero, mas o brigadeiro evita relacionar sua demissão com essas suspeitas. Ele foi demitido porque o governo precisava de um bode expiatório, diz – e questiona, respondendo “Alguém vai atacar a Aeronáutica, a minha Aeronáutica? A Anac, que é imexível pela Constituição? Então, quem sobrou? Quem era o lado mais fraco? Eu”.. - DeFato
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