segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Meirelles vai aos jornais no final de semana e diz que “é preciso perseverar”
O presidente do Banco Central escolheu O Estado de S.Paulo e O Globo para, durante o final de semana, apresentar um balanço do mercado financeiro e da economia brasileira após a crise. Meirelles repetiu o mesmo de dezenas de analistas. A economia do país será, sim, atingida pela crise – mas não com a devastação das crises globais anteriores – e seu poder destruidor variará de acordo com o tempo que se leve para a volta á normalidade, principalmente nos Estados Unidos. Meirelles alertou para a manutenção da insegurança nos mercados por causa da prática, nos principais mercados globais, de não divulgar diariamente os balanços dos fundos de investimento, como ocorre no Brasil. Ele comenta que a ocasião recomenda a aplicação nesses mercados da mesma regra brasileira, e encontra eco em reportagem do Financial Times de hoje, que apresenta os primeiros movimentos das grandes praças financeiras para o aperfeiçoamento da regulação dos mercados. Meirelles disse também que, se a crise gerar recessão nos Estados Unidos, as exportações brasileiras serão prejudicadas. Mas, ressaltou, o controle da inflação no Brasil nos últimos anos elevou a renda e o poder de compra do brasileiro, gerando um aumento da demanda interna que pode ser o novo destino da produção voltada para o mercado exportador. De novo, uma publicação estrangeira – a respeitada The Economist – sustenta essa hipótese, com a reportagem desta semana que trata da “nova classe média brasileira”. Apesar das dezenas de previsões que se publicaram durante o final de semana – e que continuam hoje - Meirelles pontuou que é muito cedo ainda para se avaliar o tamanho do estrago que a crise das últimas semanas provocará no Brasil. Para ele, “é preciso perseverar”. Sobre a estabilidade das instituições financeiras nacionais com a crise, Meirelles repetiu o mesmo que já foi anunciado por três dos seis maiores bancos brasileiros – Itaú, Bradesco e Unibanco – que informaram oficialmente não possuírem operações ligadas ao mercado de crédito imobiliário subprime. - DeFato
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