sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Crise aérea aterrissa no Congresso
A crise aérea também chegou ao Congresso, causando discórdia entre deputados e senadores. Ontem, o relator da CPI da Crise Aérea que corre no Senado, Demóstenes Torres (PFL-GO) sugeriu renúncia coletiva de todos os deputados que compõem a CPI que investiga o mesmo na Câmara Federal. Segundo o senador, o evento promovido pela CPI anteontem, exibindo em telão a transcrição do conteúdo de uma das caixas-pretas do Airbus sinistrado da TAM, violou acordo internacional do qual o Brasil é signatário. Segundo o tratado, o conteúdo das caixas-pretas deve ser preservado até o término das investigações para garantir testemunhas e evitar as especulações e multiplicidade de hipóteses e responsáveis que a imprensa vem veiculando desde o dia seguinte à tragédia. A divulgação da transcrição dos últimos momentos vividos pelo comandante da aeronave e seu co-piloto também indignou o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, que, na semana atrasada alertou o Congresso sobre a lei do tratado internacional. Pouco adiantou. A exposição momentânea da CPI aos holofotes foi mais forte, sob o argumento que as informações já haviam vazado para a imprensa e, portanto, não havia mais razão para preservar o sigilo. O oficial afirmou que os deputados, ao divulgarem os dados secretos, violaram normas da aviação internacional e isso prejudica o país. O presidente da CPI na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu à “interferência indevida” do senador Torres. - DeFato.
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