domingo, 2 de março de 2008

Renda familiar supera R$ 1 trilhão

A massa de renda das famílias brasileiras cresceu quase 20% nos últimos dois anos e levou o Brasil a subir no ranking mundial de consumo. Esse número corresponde a um acréscimo de R$ 194 bilhões na soma da renda de todas as famílias no País em relação a 2005, já descontada a inflação.
Esse é o resultado de um estudo da consultoria MB Associados, que usou como base os dados mais recentes (2006) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Principal indicador da capacidade de consumo da população, a massa de renda do conjunto das famílias do País chegou a R$ 1,168 trilhão em 2007, estima a MB. Em 2005, era de R$ 975 milhões.

A diferença entre esses dois valores é explicada pela forte recuperação da renda e do emprego. Para este ano, a estimativa é de crescimento de 7,9% na massa de renda, para R$ 1,260 trilhão. Com isso, o aumento entre 2005 e 2008 seria de 29%.

Não foi por acaso que o Brasil já se tornou um dos maiores mercados de consumo do mundo para vários produtos. Em volume de vendas de automóveis, por exemplo, o País já está em oitavo lugar, com chances de pular para a quinta posição até o fim do ano.Com um mercado de 10,7 milhões de computadores em 2007, segundo a consultoria IDC, o Brasil passou a ocupar o quinto lugar no ranking mundial de PCs, atrás dos Estados Unidos (64 milhões), da China (36 milhões), do Japão (13 milhões) e do Reino Unido (11,2 milhões) e muito à frente da Índia (6,4 milhões, 9º lugar).

O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de Coca-Cola, atrás dos Estados Unidos e do México. Já é também o terceiro maior consumidor de cosméticos no mundo e o quarto de chocolate. 'O grande motor do crescimento do consumo foi a expansão vigorosa da renda familiar, principalmente no ano passado', afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Segundo ele, sem o estímulo da renda, a oferta de crédito não seria suficiente para sustentar o ritmo forte de crescimento de consumo.'

A combinação de fatores como o aumento de renda e de prazos de pagamento e a queda de juros é que abriram espaço para o forte crescimento do consumo que tivemos no ano passado.'

O economista observa que 2007 e 2008 devem ser anos de recuperação de renda mais forte na classe média, que tem visto crescimento em setores com gargalos de mão-de-obra, como construção, petroquímica e agronegócios.'

Mas não podemos esquecer que a inflação deve ter tirado um pouco da recuperação muito forte vista em 2006.'

Naquele ano, a massa de renda das famílias brasileiras aumentou 10,1%, enquanto a estimativa de expansão para 2007 é de 8,8% e, para 2008, de 7,9%. - Marcelo Rehder, O Estado de S. Paulo, hoje.

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