terça-feira, 11 de março de 2008

Governo teme aprofundamento do déficit no balanço de pagamentos gerado pelo dólar fraco

A manchete principal do Valor Econômico anuncia que o governo está com uma série de medidas no gatilho para segurar a alta do real perante o dólar, antes que o déficit no balanço de pagamentos venha a se constituir como ameaça à estabilidade. A equipe econômica está trabalhando na formulação de várias propostas, em atendimento à preocupação do presidente da República, diz o jornal. A situação não é preocupante, antecipa a reportagem, mas o déficit nos pagamentos está em curva ascendente com a queda no superávit da balança comercial. “As medidas podem sair ainda nesta semana, e tem a clara intenção de reduzir a velocidade da deterioração do balanço de pagamentos”, anuncia o Valor. “O governo pretende acabar com a cobertura cambial sobre as exportações e fazer nova rodada de limpeza nas regras que vigoram para o mercado de câmbio”, registra, acrescentando que o incentivo dado a investidores estrangeiros na compra de títulos da dívida pública está com seus dias contados. “O Banco Central prevê que o balanço de pagamentos tenha déficit de US$ 3,5 bilhões este ano, após cinco anos de superávits. As previsões do mercado são de que o déficit nas transações correntes chegue a US$ 8,10 bilhões em 2008 e US$ 12 bilhões em 2009. Essas cifras não assustam. O problema é que nada garante a contenção do déficit nesse nível”. As medidas a serem anunciadas têm como objetivo final reduzir a entrada de dólares no país. O fim da cobertura cambial significa que os exportadores serão obrigados a “internalizar os dólares provenientes de exportações” que, segundo espera o governo, reduziria a entrada de dólares no país e, em conseqüência, reduziria a pressão a favor de novas valorizações do real. Com o tributo ao investidor estrangeiro que compra títulos públicos, completa, “pretende-se reduzir a taxa de retorno desses investimentos e moderar seu crescimento”. Em fevereiro de 2006, quando essas aplicações eram taxas com 15% de Imposto de Renda, o total de investimentos externos em títulos públicos era de US$ 7 bilhões. Sem o imposto, somam hoje US$ 57,6 bilhões. - DeFato.

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