Fotografar é uma das coisas que mais gosto de fazer desde a adolescência. Hoje tá tudo digital, mas passei anos carregando câmera de filme pra cima e pra baixo, das singelas Kodak e Fuji de obturador fixo, até as Reflex Zenit (seu peso valia a qualidade das fotos), Canon e Minolta, gastando uma fortuna com revelação dos rolos de 35mm. Sem falar que fiz faculdade de produção editorial, então também tenho relíquias em preto e branco reveladas com estas mãos que a tempos só digitam.
É engraçado pensar agora no nosso nervosismo ao entrar na sala escura para desmontar uma bobina de filme pela primeira vez... (e isso vale também para os fotolitos nos bravos tempos de gráfico). Tatear no espaço minúsculo com medo de fazer alguma bobagem, de demorar demais com a revelação ou com a fixação, de dar pânico e abrir a porta antes de ter passado o negativo pra lata e fechado bem direitinho.
Amava as aulas de fotografia. Em algum lugar, na casa do Moisés, em uma garagem ou banheiro inutilizado, repousa um ampliador comprado a dois, que foi instalado em um laboratório doméstico. Falo isso com imensa nostalgia. Dos planos com os amigos, do futuro-do-passado. O grande Moisés agora e fotógrafo profissional
Não faz muito tempo mexi em fotos da minha mãe querida que já morreu, da minha adolescência na Vila Pompéia, da filha pequena. Da ex-mulher e de ex-amigos. Da avó querida e falecida. Achei muitas fotos de 80 a 94, dos camaradas do PT e da Vila Anglo. Onde andarão essas pessoas?
Tem fotos do primeiro dia que pisei em Porto Seguro, tiradas na chegada ao hotel. De Salvador, Porto Alegre e do Rio de Janeiro (legal o Jardim Botânico). De Ubatuba, Caraguá e Long Beach (litoral paulista) e de Gramado. De lugares em que morei (casinhas de aluguel na Vila Anglo e quitinete no centro) e de comícios do PT, Diretas e outros. E retratos de tentativas diversas de encantar possíveis namoradas (acho que deu certo), ou de passeios em feiras (Salão do Automóvel, Feira de Informática e Feiras de bairro como as da Vila Madalena e Pompéia).
E enquanto eu mexia em caixas, envelopes, álbuns e prateleiras, tirei mais algumas fotos. Do meu apartamento, da minha filha da Val e dos cunhados corinthianos. Um presente agradável que se tornará passado, que o inadivinhável amanhã vai guardar em alguma gaveta, HD, pen-drive, disco Blue Ray ou sabe lá o quê.
quarta-feira, 19 de março de 2008
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