quinta-feira, 27 de março de 2008

Livro: O Falcão Maltês

O enredo do romance policial mais famoso do século XX gira em torno de uma relíquia medieval valiosíssima - a estatueta de um falcão - que é levada em sigilo desde o Oriente até a cidade de San Francisco, na Califórnia. Em seu rastro seguem aventureiros gananciosos que fazem de tudo para possuí-la. O detetive particular Sam Spade entra nessa batalha quando seu sócio é assassinado depois de se envolver com uma jovem sedutora e esperta. Imune a ilusões sentimentais, habituado a lidar com gângsteres e policiais corruptos, Spade arma um jogo sutil de alianças e traições, decidido a sair vencedor. Preserva noções elementares de justiça, mas está disposto a ir até o limite.
Ao publicar O falcão maltês (1932), Dashiell Hammett transformou as histórias policiais de uma vez por todas. Com um estilo que já foi comparado ao de Hemingway, Hammett jogou os personagens nas ruas de uma cidade turbulenta, deu à trama um ritmo acelerado, usou a linguagem crua do dia-a-dia e adotou um realismo que o gênero policial até então desconhecia. Esse realismo se relaciona diretamente com a biografia do autor: Hammett abandonou a escola aos catorze anos e, depois de diversos trabalhos temporários (foi estivador, por exemplo), conseguiu emprego numa agência de investigações. Não se destacou como detetive, mas os oito anos em que exerceu a profissão lhe deram a matéria-prima de sua literatura.

Em 1941, John Huston transformou O falcão maltês num filme igualmente célebre: Relíquia macabra, que consagrou Humphrey Bogart no papel de Sam Spade.

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