O sistema nipo-brasileiro de TV digital pode estrear em 2 de dezembro sem seu único componente genuinamente brasileiro. De tudo que foi desenvolvido aqui, somente o Ginga, nome dado pelos pesquisadores locais ao software de interatividade, entrou na especificação final. As chances são pequenas de ele estar presente nos equipamentos que serão vendidos no lançamento.O ministro das Comunicações, Hélio Costa, já descartou a interatividade nessa primeira fase. A interatividade permite serviços parecidos com a internet na televisão, como consulta de informações e compras.
Boa parte da indústria não está empolgada com o Ginga, pois muitos executivos dizem que ele não existe. Os pesquisadores querem provar que não é verdade, e marcaram para 3 de julho, no Rio, um evento para demonstrar o software completo, rodando em um conversor.
O consumidor deve ficar atento, pois corre o risco de levar para casa um equipamento incompleto, sendo obrigado a trocá-lo em poucos meses, quando forem lançados os conversores com interatividade.
"O Ginga está pronto", afirmou o professor Luiz Fernando Soares, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. "Nossa resposta será dada no dia 3." O Ginga é um middleware, software que tem o papel de garantir que as aplicações interativas irão funcionar nos televisores e conversores de todos os fabricantes.
No evento da semana próxima semana, parte do código do Ginga será aberto, o que significa que as pessoas poderão estudá-lo, usá-lo e modificá-lo sem o pagamento de licenças, como acontece com o sistema operacional Linux.
Quem quiser assistir à TV digital nos televisores atuais, analógicos, precisará de um conversor, também chamado de set-top box. Os fabricantes já têm conversores de TV digital funcionando, mas sem o Ginga. "Se eles tivessem investido antes, já teriam o middleware rodando", afirmou Soares. - Agestado
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