O quarto relatório global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta para o perigo de uma grande falta de água em menos de 20 anos. Se a situação atual se mantiver, em 2025 mais de 1,8 bilhão de pessoas viverão em regiões com grande carência de água, afirma o documento apresentado nesta quinta-feira (25/10) em Berlim. Em 2050, esse número pode chegar a 5,1 bilhões.
Hoje, cerca de três milhões de pessoas, a maioria crianças com até cinco anos, morrem anualmente nos países em desenvolvimento por causa de doenças causadas pela falta de água, diz o relatório. O estudo, intitulado Environment for Development, apresenta uma visão geral sobre a evolução da situação do planeta nos aspectos atmosfera/clima, biodiversidade, água e solo.
Ainda segundo o documento do Pnuma, mais de 60% dos ecossistemas mundiais estão danificados e foram explorados além dos seus limites de sustentabilidade. Um exemplo são ecossistemas marinhos nos quais os estoques pesqueiros estão ameaçados pela pesca indiscriminada e pela contaminação das águas.
Aquecimento global
O relatório do Pnuma avalia como insuficientes os esforços mundiais em favor da proteção climática. Na luta contra o aquecimento global e os gases que provocam o efeito estufa, há uma clara necessidade de agilidade, afirma o documento, também conhecido como GEO-4.
Integrantes da equipe que elaborou o estudo reiteraram a necessidade de as grandes nações, como a Alemanha, tomarem a iniciativa no processo. De acordo com eles, o problema do aquecimento global pode ser maior do que se imagina, o que tornaria necessário diminuir em até 80% a emissão mundial de gases do efeito estufa.
Para o Ministério alemão do Meio Ambiente, os resultados do relatório mostram a urgência na criação de instituições multilaterais capazes de apresentar soluções para os problemas ambientais mundiais. A Alemanha é um dos países que defendem que o Pnuma seja transformado numa organização da ONU.
O relatório do Pnuma faz ainda referências ao conhecido estudo da Comissão Brundtland, Nosso futuro comum, de 1987, que difundiu a necessidade de desenvolvimento sustentável. Em torno de 400 cientistas trabalharam quatro anos no documento.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
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