Expostos por força da quebra de sigilo que foi imposta pela CPI há 15 dias, os álbuns virtuais escondem suspeitos da prática do crime de pedofilia. Estatística levantada pelo Ministério Público estima que, das 56 mil denúncias de difusão de sexo infantil por meio da internet, 90% ocorrem via Orkut.
Os gestores da Google vinham se recusando reiteradamente a compartilhar informações com autoridades brasileiras. Daí o ineditismo do gesto. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator da CPI, disse que irá repassar todo o material para o Ministério Público e para a Polícia Federal.
Pretende-se deflagrar uma repressão aos pedófilos em dimensões jamais vistas no Brasil. Simultaneamente, os senadores preparam alterações na legislação. Mudanças que visam facilitar a punição dos exploradores do sexo com crianças.
O senador Demóstenes credita a súbita boa vontade dos administradores do Orkut à interferência do renomado advogado Thomaz Bastos. Ele reconhce o papel central que ele desempenhou na mudança de comportamento da Google.
A empresa será submetida a novo teste numa reunião que se realizará na tarde desta quarta onde será discutido um Termo de Ajustamento de Conduta com um time de procuradores, à frente Sérgio Suiama. O objetivo do TAC é estabelecer regras que permitam à Procuradoria da República e à Polícia Federal obter da empresa, sem delongas, informações vitais para os inquéritos que apuram a prática de pedofilia na rede.
Deve-se a uma ONG chamada Safernet a circunscrição da apuração, no estágio atual, a exatos 3.261 álbuns do Orkut. A entidade dedica-se ao recebimento de denúncias de pedofilia na rede. Entre 29 de novembro de 2007 e 31 de março de 2008, realizou 6 mil operações de busca na internet. Logrou capturar os perfis dos responsáveis pelos álbuns agora submetidos a investigação.
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