terça-feira, 15 de abril de 2008
Gastos de reitor da UNIFESP com cartão corporativo são alvo de investigação
Em viagens internacionais de trabalho, nos últimos dois anos, o reitor da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, usou seu cartão corporativo para fazer compras de mais de R$ 12 mil em lojas de eletrônicos nos Estados Unidos, em lojas de cerâmicas na Espanha e de malas Samsonite em Hong Kong, entre outras. O reitor deve ser convocado para depor na CPI dos Cartões Corporativos. A CGU (Controladoria Geral da União) abriu uma auditoria para analisar só os gastos com cartão do reitor. Ulysses Fagundes Neto não recebeu as diárias internacionais a que tem direito pelas viagens -por isso, ele foi obrigado a devolver em 2006 apenas o valor que foi gasto "a mais": R$ 11,8 mil. A CGU irá rever as contas daquele ano, devido às compras feitas, e auditar os gastos de cartão de 2007 até hoje. Segundo a assessoria, ele terá de ressarcir aos cofres públicos tudo que for considerado irregular. O reitor da Unifesp já foi obrigado a devolver também verba gasta com o cartão em uma drogaria e em restaurantes de luxo em São Paulo, o que também é vetado. A CPI dos Cartões Corporativos deve votar hoje requerimento de convocação do reitor. O deputado Silvio Costa (PMN-PE) disse que ele terá que explicar os gastos. Além das compras, Fagundes Neto usou o cartão corporativo para pagar hospedagem em hotéis de luxo -há conta até em um palacete do século 17 perto de Coimbra (Portugal)- e contas em restaurantes badalados no exterior. Na ausência das diárias, comida e hospedagem seriam gastos lícitos, mas a CGU tem dúvidas até sobre o comparecimento do reitor nos eventos de trabalho. Em viagem à China em 2007, creditou R$ 2 mil de compras na loja da Samsonite. Também gastou quase R$ 3 mil em uma loja de eletrônicos nos Estados Unidos, a Best Buy. Em viagem aos EUA em 2006, Fagundes Neto fez o mesmo: usou o cartão para compras de R$ 2 mil na CompUSA, de eletrônicos. No mesmo ano, o reitor da Unifesp aproveitou compromissos que tinha em Portugal - na Universidade do Porto e com o Laboratório Abbot- e "esticou" para a Espanha, de carro alugado com o cartão. Comprou itens por R$ 1.400 na loja de cerâmicas "Antigua Casa de Talaver" e foi a um restaurante com show de dança flamenca, tudo com o cartão. Ainda em 2006, durante viagem a Berlin (Alemanha) para um congresso e uma visita à Bayer, comprou com o cartão corporativo US$ 2,5 mil em lojas da Nike e da Adidas. Era Copa do Mundo e a CGU diz que não há comprovação de cumprimento de agenda oficial. - Folha de S. Paulo, hoje.
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