A aventura de ação QUEBRANDO A BANCA é inspirada na história verídica de alguns dos jovens mais brilhantes dos EUA - e de como eles ganharam milhões em Vegas.
Ben Campbell (Jim Sturgess) é um aluno tímido e superdotado do MIT que - precisando pagar seus estudos na faculdade - encontra a solução nas cartas. Ele é recrutado para unir-se ao grupo de alunos mais geniais da faculdade que rumam para Vegas todos os finais de semana munidos de identidades falsas e do know-how para virar as chances de ganhar no jogo a seu favor. Liderados pelo professor de matemática heterodoxo e gênio da estatística Micky Rosa (Kevin Spacey), eles conseguem criar um código infalível. Contando cartas e empregando um complexo sistema de sinais, o grupo consegue quebrar a banca de vários cassinos. Seduzido pelo dinheiro, pelo estilo de vida de Vegas e por Jill Taylor (Kate Bosworth), uma colega de grupo inteligente e sexy, Ben começa a extrapolar os seus próprios limites. Embora contar cartas não seja ilegal, os riscos são altos e o desafio se torna não apenas manter a contagem numérica correta, mas também se manter um passo à frente do supervisor de segurança dos cassinos: Cole Williams (Laurence Fishburne). Diversão certa.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
FMI isenta Brasil na crise de alimentos
Levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentado ontem aos líderes da ONU comprova que o etanol brasileiro não seria o responsável pela alta nos preços dos principais alimentos. O estudo, revelado pelo vice-diretor-geral do FMI, o brasileiro Murilo Portugal, aponta o etanol americano e europeu como responsável por parte da inflação no setor.
Portugal anunciou que a entidade tentará socorrer os países mais afetados pela alta nos preços dos alimentos. Ele afirmou que está sendo criado um plano de financiamento para ajudar 12 países africanos a lidar com os crescentes déficits em suas contas correntes por causa da importação de alimentos.
O representante do FMI apresentou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, um estudo do Fundo sobre os impactos do etanol. “O etanol brasileiro não compete com a produção de alimentos. O Brasil não subsidia e tem terras suficientes”, afirmou. “No caso da produção do milho, dois terços da alta nos preços desde 2005 é provocada pela expansão nos Estados Unidos e Europa. No caso da soja, metade da alta também se deve ao etanol americano. O custo do trigo aumentou também e um terço é causado pelo etanol”, explicou Portugal.
De acordo com o estudo do Fundo, a alta histórica do arroz não tem relação nem com o etanol brasileiro nem com os biocombustíveis europeus e americanos. “20% da alta é gerada pelo petróleo e 80% por outros fatores”, disse.
Segundo Portugal, a alta em geral é conseqüência da maior demanda por alimentos na China e Índia, redução de estoques e quebra de produção. O custo de energia também é importante. “Os fertilizantes triplicaram de preço e os custos de transporte duplicaram”, disse. “A situação é preocupante e o choque dos preços é sério”, alertou Portugal. “Nossa avaliação é de que a alta nos preços dos alimentos já está causando um desequilíbrio nas contas comerciais dos países mais pobres equivalentes a 1% do Produto Interno Bruto.”
Apesar de destacar a crise de alimentos, Murilo Portugal alerta que um problema ainda mais sério para as balanças comerciais é o preço recorde do petróleo. “Sobre a energia, a reunião não falou tanto. Mas a realidade é que os problemas decorrentes da importação do petróleo são ainda maiores que o déficit de alimentos”, disse.
Na África, o déficit comercial já chega a 2% do PIB com o preço do petróleo. “O resultado é que, juntos, os alimentos e energia estão causando um déficit nas contas comerciais dos países africanos equivalentes a 3% do PIB.” - O Estado de S. Paulo, hoje.
Portugal anunciou que a entidade tentará socorrer os países mais afetados pela alta nos preços dos alimentos. Ele afirmou que está sendo criado um plano de financiamento para ajudar 12 países africanos a lidar com os crescentes déficits em suas contas correntes por causa da importação de alimentos.
O representante do FMI apresentou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, um estudo do Fundo sobre os impactos do etanol. “O etanol brasileiro não compete com a produção de alimentos. O Brasil não subsidia e tem terras suficientes”, afirmou. “No caso da produção do milho, dois terços da alta nos preços desde 2005 é provocada pela expansão nos Estados Unidos e Europa. No caso da soja, metade da alta também se deve ao etanol americano. O custo do trigo aumentou também e um terço é causado pelo etanol”, explicou Portugal.
De acordo com o estudo do Fundo, a alta histórica do arroz não tem relação nem com o etanol brasileiro nem com os biocombustíveis europeus e americanos. “20% da alta é gerada pelo petróleo e 80% por outros fatores”, disse.
Segundo Portugal, a alta em geral é conseqüência da maior demanda por alimentos na China e Índia, redução de estoques e quebra de produção. O custo de energia também é importante. “Os fertilizantes triplicaram de preço e os custos de transporte duplicaram”, disse. “A situação é preocupante e o choque dos preços é sério”, alertou Portugal. “Nossa avaliação é de que a alta nos preços dos alimentos já está causando um desequilíbrio nas contas comerciais dos países mais pobres equivalentes a 1% do Produto Interno Bruto.”
Apesar de destacar a crise de alimentos, Murilo Portugal alerta que um problema ainda mais sério para as balanças comerciais é o preço recorde do petróleo. “Sobre a energia, a reunião não falou tanto. Mas a realidade é que os problemas decorrentes da importação do petróleo são ainda maiores que o déficit de alimentos”, disse.
Na África, o déficit comercial já chega a 2% do PIB com o preço do petróleo. “O resultado é que, juntos, os alimentos e energia estão causando um déficit nas contas comerciais dos países africanos equivalentes a 3% do PIB.” - O Estado de S. Paulo, hoje.
Bolsa-Família pode virar modelo do programa
O Programa Mundial de Alimentação da ONU estuda adotar programas inspirados no Bolsa-Família como forma de garantir ajuda às famílias que sofrem com a alta nos preços dos alimentos e distribuir comida para cerca de 20 milhões de crianças pelo mundo.“O governo brasileiro conseguiu avançar na distribuição de alimentos e estamos em contato para ver como podemos usar o modelo em outras regiões do mundo”, afirmou ao Estado Jannete Sheeren, diretora do programa da ONU.
A ONU vai gastar US$ 3,1 bilhões em 2008 para alimentar 73 milhões de pessoas, mas até agora não conseguiu completar seu orçamento. “Se conseguirmos atingir todas as crianças por meio de bolsas em escolas, já teremos feito um trabalho importante”, afirmou Jannete. Segundo ela, os técnicos do programa estão estudando o modelo do Bolsa-Família para ver como usá-lo em outras realidades, como na África, na América Central e na Ásia.
A adoção do Bolsa-Família é parte de uma tentativa da ONU de criar redes sociais para garantir a alimentação e renda de uma camada de pobres que até dois anos atrás simplesmente não existiam. - O Estado de São Paulo, hoje.
MANCHETES DO DIA
- Jornal do Brasil: Rio tem 6 das 17 piores escolas de medicina do país
- Folha de S. Paulo: Piores em medicina incluem 4 federais
- Estadão: Área de devastação dispara em 2 Estados
- O Globo: Medo de inflação faz governo adiar o aumento da gasolina
- Gazeta Mercantil: Sindicalistas buscam novas bandeiras para velhas lutas
- Correio Brasiliense: Só parte dos servidores tem aumento garantido
- Valor Econômico: Negociação de reajustes é intensa nas indústrias
- Estado de Minas: Inflação ameaça sair do controle
- Jornal do Commercio: Em 15 dias, três ladrões mortos por vítimas
- Folha de S. Paulo: Piores em medicina incluem 4 federais
- Estadão: Área de devastação dispara em 2 Estados
- O Globo: Medo de inflação faz governo adiar o aumento da gasolina
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terça-feira, 29 de abril de 2008
A voz do Cool: Tom Waits
Thomas Alan Waits (7 de dezembro de 1949) é um músico, instrumentista, compositor, cantor e ator norte-americano. Sua voz grossa e rouca é inconfundível para seus apreciadores, possuindo uma legião de fãs ao redor do mundo. Tem sido indicado a um grande número de grandes prêmios musicais, tendo ganho o Grammy Awards por dois álbuns, a saber, Mule Variations e Bone Machine.
Uma bela definição acerca de Tom Waits vem de David Shoulberg, ao dizer que ouvi-lo é "como caminhar por uma cidade fantasma", onde "tudo é rangedor e arrepiado", ao mesmo tempo em que tomado por "uma estranha sensação de paz". Nascido em 1949, Waits acumulou algumas estranhezas que naturalmente se chocam com a linearidade de uma arte adocicada e precária como tem sido, em grande parte, a que nos é contemporânea. Da voz arenosa à inverossímil conjunção de instrumentos musicais, passando pelas personae insólitas de seus versos e a ambição teatral da concepção estética, tudo foi lhe dando um certo distanciamento em relação aos contemporâneos, a ponto de facilmente se esquecer o depurado compositor de canções que ele é.
Não se pode dizer que seu universo de canções limita-se a baladas e rock, vez por outra recolhendo simpatias por tangos, blues e rumbas. E não se pode dizê-lo pelo fato de que tal delimitação não mais interessa, algo menor ante o somatório de identificações que sua arte propicia. Basta atentar para o que ele próprio considera como favoritos, onde inclui o tenor irlandês John McCormick, o compositor argentino Astor Piazolla e cantoras como Edith Piaf, Yma Sumac e Dinah Washington. Somem-se as predileções por beatniks como Kerouac, Ginsberg e Gregory Corso, diversidade à qual não se limita.
Uma bela definição acerca de Tom Waits vem de David Shoulberg, ao dizer que ouvi-lo é "como caminhar por uma cidade fantasma", onde "tudo é rangedor e arrepiado", ao mesmo tempo em que tomado por "uma estranha sensação de paz". Nascido em 1949, Waits acumulou algumas estranhezas que naturalmente se chocam com a linearidade de uma arte adocicada e precária como tem sido, em grande parte, a que nos é contemporânea. Da voz arenosa à inverossímil conjunção de instrumentos musicais, passando pelas personae insólitas de seus versos e a ambição teatral da concepção estética, tudo foi lhe dando um certo distanciamento em relação aos contemporâneos, a ponto de facilmente se esquecer o depurado compositor de canções que ele é.
Não se pode dizer que seu universo de canções limita-se a baladas e rock, vez por outra recolhendo simpatias por tangos, blues e rumbas. E não se pode dizê-lo pelo fato de que tal delimitação não mais interessa, algo menor ante o somatório de identificações que sua arte propicia. Basta atentar para o que ele próprio considera como favoritos, onde inclui o tenor irlandês John McCormick, o compositor argentino Astor Piazolla e cantoras como Edith Piaf, Yma Sumac e Dinah Washington. Somem-se as predileções por beatniks como Kerouac, Ginsberg e Gregory Corso, diversidade à qual não se limita.
Petrobras é "referência" de transparência, diz relatório
A ONG Transparência Internacional (TI) divulgou ontem que a atuação da Petrobras no mercado doméstico é "referência de transparência" entre as empresas do setor de petróleo e gás. O estudo analisou as informações que as empresas fornecem em três áreas: pagamentos feitos aos governos onde atuam, operações em diversos países e ações corporativas anticorrupção. A Petrobras ficou entre as empresas com alta transparência no critério de operações nos diversos países, mas figura entre o grupo médio nos outros dois critérios. Entre as 42 empresas analisadas, a empresa brasileira foi listada entre as que demonstram "alto nível de transparência de receita", ao lado de empresas como BG, Shell, StatoilHydro, ONGC, PetroChina, Sinopec e Pemex, entre outras. - DeFato
Lula tem avaliação positiva recorde 57,5% e 50% aprovam 3º mandato, diz CNT/Sensus
Pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem mostra que 50,4% dos entrevistados são favoráveis a um terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa mostra que 45,4% dos entrevistados são contrários ao terceiro mandato e 4,3% não responderam. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, o que aproxima os índices – embora o apoio ao terceiro mandato seja superior. Segundo o diretor do Instituto Sensus Ricardo Guedes, a defesa do terceiro mandato é conseqüência da alta popularidade do governo e do próprio presidente. A aprovação ao governo Lula chegou ao maior índice desde sua posse em 2003, com o apoio de 57,5%, diz a pesquisa. O desempenho positivo do governo de 57,5% também é o melhor levantado pela pesquisa desde que ela começou a ser realizada, em setembro de 1998. O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, atribui o alto índice de popularidade de Lula a crescimento da economia, geração de empregos e programas sociais. A pesquisa mostra que a avaliação pessoal de Lula também subiu de 66,8% em fevereiro para 69,3% em abril. Os índices de popularidade de Lula de abril só perdem para os de 2003 – cerca de 83% de aprovação.
Lula aprova novo modelo para reforma trabalhista
Depois de uma reunião que durou quase três horas, na noite de quinta-feira, com a participação dos dirigentes de seis centrais sindicais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, bateram o martelo numa agenda mínima para promover "mudanças radicais" nas relações entre capital e trabalho no Brasil. Segundo o Valor Econômico, as transformações visam a reduzir drasticamente a informalidade no mercado de trabalho, reverter a queda da participação dos salários na renda nacional e reformar o regime sindical. O documento com as convergências entre centrais e governo será divulgado hoje, mas é antecipado pelo jornal, que informa que um dos objetivos é tirar os trabalhadores da economia informal e, para isso, será preciso desonerar a folha de salários. - DeFato.
MANCHETES DO DIA
- Jornal do Brasil: Tráfico infiltra-se no PAC
- Folha de S. Paulo: Lucro enviado ao exterior e investimento são recordes
- Estadão: Contas externas do Brasil têm déficit de US$ 10,7 bi
- O Globo: Orçamento não permite dar a servidor o que Lula prometeu
- Gazeta Mercantil: Bradesco lucra R$ 2,1 bilhões no trimestre
- Correio Brasiliense: DF flagra 4 bêbados por dia ao volante
- Valor Econômico: Lula aprova novo modelo para reforma trabalhista
- Estado de Minas: PBH vai arrombar casas infestadas pela dengue
- Folha de S. Paulo: Lucro enviado ao exterior e investimento são recordes
- Estadão: Contas externas do Brasil têm déficit de US$ 10,7 bi
- O Globo: Orçamento não permite dar a servidor o que Lula prometeu
- Gazeta Mercantil: Bradesco lucra R$ 2,1 bilhões no trimestre
- Correio Brasiliense: DF flagra 4 bêbados por dia ao volante
- Valor Econômico: Lula aprova novo modelo para reforma trabalhista
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quarta-feira, 23 de abril de 2008
A rota turística da gripe
Cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriram os caminhos que o vírus da gripe percorre durante o ano, contaminando o mundo inteiro. Sabemos que, no outono e inverno, ocorrem surtos de gripe e promovemos o uso da vacina, principalmente entre idosos, pois acima de 60 anos existe um risco maior de a gripe evoluir para uma pneumonia. Essa é a razão de existir uma campanha nacional de vacinação para o idoso.
Todas as pessoas acima de 60 anos devem tomar a vacina contra a influenza, que causa a gripe, e contra o pneumococo, o agente da pneumonia. Pessoas de outras idades podem tomar a vacina, se quiserem. Com as campanhas anuais, o Brasil reduziu em 50% os casos de gripe e em 32% os de internações por pneumonia. Também reduziu em 31% o número de mortes por essas causas na “melhor idade”.
A campanha é regular no Brasil desde 1999. Neste ano, inicia-se em 26 de abril e vai até 9 de maio. Pretende dar cobertura a 80% desta população, com mais de 60 anos, de 14,5 milhões de pessoas. É, portanto, uma das maiores campanhas de vacinação regulares de adultos no mundo.
Hoje, a vacina é constituída de tipos do vírus influenza que já estão mortos e, portanto, não causam gripe. Mas eles são o suficiente para promover imunidade do organismo contra a moléstia. A vacina não traz riscos e só as pessoas que sabem que têm alergia à proteína do ovo é que não podem tomá-la.
Infelizmente, não é possível colocar todos os subtipos de vírus na vacina. Elas são fabricadas com os vírus que tiveram maior circulação no Hemisfério Sul. Isso não garante que o vírus da próxima epidemia de gripe será o que está presente na vacina. A escolha dos subtipos a ser colocados na imunização depende de coletas do vírus influenza feitas em fevereiro e setembro pela OMS. E os epidemiologistas escolhem os tipos de vírus a ser incluídos na vacina daquele ano.
Sabemos que essas epidemias se iniciam no Leste e Sudeste da Ásia e, durante o ano, o vírus viaja de carona no corpo de humanos gripados, que infectam os semelhantes por onde passam. As epidemias anuais de influenza contaminam de 5% a 15% da população mundial. São de 3 milhões a 5 milhões de casos graves ao ano, responsáveis por 250 mil a 500 mil mortes. As campanhas mundiais somadas dão cobertura a 300 milhões de habitantes.
Não sabemos ainda o porquê de a gripe ocorrer em épocas de frio nos países de clima temperado e nas épocas de chuva nos países tropicais. Mas essa variação climática faz com que o vírus que surge na Ásia encontre uma onda de fatores favoráveis à sua sobrevida.
Um grupo de cientistas do Japão, da Europa e dos Estados Unidos, reunidos no Centro de Investigação de Influenza da OMS, analisou 13 mil amostras de um subtipo do vírus influenza A (conhecido pela sigla H3N2) em seis continentes, entre 2002 e 2007. Compararam as diferenças genéticas dos vírus encontrados em cada região do mundo. A pesquisa monitorou o trajeto percorrido e identificou o tempo que um subtipo de vírus demora para atingir o mundo todo.
O pesquisador Collin Russell, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, explica que novos vírus aparecem na Ásia e vão depois para a Europa, chegando lá em seis meses. Depois, demoram entre seis e nove meses para atingir os Estados Unidos e mais vários meses para chegar à América do Sul e, então, desaparecer para dar lugar a novos subtipos.
O vírus da gripe que deverá nos atingir este ano é o mesmo que surgiu há um ou dois anos na Ásia. Dessa maneira, há tempo suficiente para criarmos uma vacina eficiente. E isso também mostra que as vacinas importadas da Europa devem funcionar só para as gripes do próximo ano. Como diz o lema da campanha deste ano: “Não deixe a gripe derrubar você. Vacine-se”. - Rogério Tuma, Carta Capital
Procuradoria Federal e PF montam estratégia anti-pedofilia na rede
O Advogado da empresa Google Brasil, Márcio Thomaz Bastos confirmou que na manhã desta quarta-feira (23), serão entregues à CPI da Pedofilia do Senado um lote de CDs com dados pessoais, fotos e vídeos de 3.261 álbuns sigilosos. Encontram-se armazenados no sítio de relacionamento Orkut.
Expostos por força da quebra de sigilo que foi imposta pela CPI há 15 dias, os álbuns virtuais escondem suspeitos da prática do crime de pedofilia. Estatística levantada pelo Ministério Público estima que, das 56 mil denúncias de difusão de sexo infantil por meio da internet, 90% ocorrem via Orkut.
Os gestores da Google vinham se recusando reiteradamente a compartilhar informações com autoridades brasileiras. Daí o ineditismo do gesto. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator da CPI, disse que irá repassar todo o material para o Ministério Público e para a Polícia Federal.
Pretende-se deflagrar uma repressão aos pedófilos em dimensões jamais vistas no Brasil. Simultaneamente, os senadores preparam alterações na legislação. Mudanças que visam facilitar a punição dos exploradores do sexo com crianças.
O senador Demóstenes credita a súbita boa vontade dos administradores do Orkut à interferência do renomado advogado Thomaz Bastos. Ele reconhce o papel central que ele desempenhou na mudança de comportamento da Google.
A empresa será submetida a novo teste numa reunião que se realizará na tarde desta quarta onde será discutido um Termo de Ajustamento de Conduta com um time de procuradores, à frente Sérgio Suiama. O objetivo do TAC é estabelecer regras que permitam à Procuradoria da República e à Polícia Federal obter da empresa, sem delongas, informações vitais para os inquéritos que apuram a prática de pedofilia na rede.
Deve-se a uma ONG chamada Safernet a circunscrição da apuração, no estágio atual, a exatos 3.261 álbuns do Orkut. A entidade dedica-se ao recebimento de denúncias de pedofilia na rede. Entre 29 de novembro de 2007 e 31 de março de 2008, realizou 6 mil operações de busca na internet. Logrou capturar os perfis dos responsáveis pelos álbuns agora submetidos a investigação.
Expostos por força da quebra de sigilo que foi imposta pela CPI há 15 dias, os álbuns virtuais escondem suspeitos da prática do crime de pedofilia. Estatística levantada pelo Ministério Público estima que, das 56 mil denúncias de difusão de sexo infantil por meio da internet, 90% ocorrem via Orkut.
Os gestores da Google vinham se recusando reiteradamente a compartilhar informações com autoridades brasileiras. Daí o ineditismo do gesto. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator da CPI, disse que irá repassar todo o material para o Ministério Público e para a Polícia Federal.
Pretende-se deflagrar uma repressão aos pedófilos em dimensões jamais vistas no Brasil. Simultaneamente, os senadores preparam alterações na legislação. Mudanças que visam facilitar a punição dos exploradores do sexo com crianças.
O senador Demóstenes credita a súbita boa vontade dos administradores do Orkut à interferência do renomado advogado Thomaz Bastos. Ele reconhce o papel central que ele desempenhou na mudança de comportamento da Google.
A empresa será submetida a novo teste numa reunião que se realizará na tarde desta quarta onde será discutido um Termo de Ajustamento de Conduta com um time de procuradores, à frente Sérgio Suiama. O objetivo do TAC é estabelecer regras que permitam à Procuradoria da República e à Polícia Federal obter da empresa, sem delongas, informações vitais para os inquéritos que apuram a prática de pedofilia na rede.
Deve-se a uma ONG chamada Safernet a circunscrição da apuração, no estágio atual, a exatos 3.261 álbuns do Orkut. A entidade dedica-se ao recebimento de denúncias de pedofilia na rede. Entre 29 de novembro de 2007 e 31 de março de 2008, realizou 6 mil operações de busca na internet. Logrou capturar os perfis dos responsáveis pelos álbuns agora submetidos a investigação.
MANCHETES DO DIA
- Jornal do Brasil: Epidemia de dengue já é a pior da história
- Folha de S. Paulo: Terremoto assusta São Paulo
- Estadão: Terremoto de 5,2 graus assusta São Paulo
- O Globo: Amorim diz que país tem de ser 'generoso' com Paraguai
- Gazeta Mercantil: Indústria se une por farinha mais barata
- Correio Brasiliense: Aumento de 30% ameaça tornar arroz indigesto
- Valor Econômico: Funcef e Petros disputam 20% do consórcio de Jirau
- Estado de Minas: Justiça liberta prefeito das malas de dinheiro
- Jornal do Commercio: Luz sobe 2,87%
- Folha de S. Paulo: Terremoto assusta São Paulo
- Estadão: Terremoto de 5,2 graus assusta São Paulo
- O Globo: Amorim diz que país tem de ser 'generoso' com Paraguai
- Gazeta Mercantil: Indústria se une por farinha mais barata
- Correio Brasiliense: Aumento de 30% ameaça tornar arroz indigesto
- Valor Econômico: Funcef e Petros disputam 20% do consórcio de Jirau
- Estado de Minas: Justiça liberta prefeito das malas de dinheiro
- Jornal do Commercio: Luz sobe 2,87%
terça-feira, 15 de abril de 2008
Educação: Homo ignobilis
Circulam freqüentemente pela internet listas de atrocidades lingüísticas cometidas por estudantes em exames vestibulares. Há alguns anos, uma safra auspiciosa, embalada por questões ambientais, produziu impagáveis reflexões sobre a “dificuldade de achar os pandas na Amazônia”, a “extinção do micro-leão dourado” e a poluição das “bacias esferográficas”. Muito antes de Al Gore, nossos jovens já haviam chegado à conclusão de que a questão ambiental “é um problema de muita gravidez” e que, para resolvê-lo, não se deve preservar “apenas o meio ambiente, e sim todo ele”. Em suma, como bem sumariou um luminar: “Vamos deixar de sermos egoístas e pensarmos um pouco em nós mesmos”. Sejam verdadeiras ou apenas fruto de algum malicioso bem-humorado, o fato é que tais pérolas bem representam a condição educacional das hordas locais.
Diante de tais manifestações de “exuberância intelectual”, conservadores e nostálgicos costumam deplorar a degradação do ensino público e relembrar momentos passados, não tão soturnos, da educação pindoramense. Os lamentadores bem poderiam se associar aos vizinhos do Norte. Lá, como cá, a tendência para a lamúria é perene, a cruzar gerações e a produzir reflexões e provocações.
Em 1963, Richard Hofstadter publicou sua seminal obra Anti-intellectualism in American Life, relacionando a tendência antiintelectual da sociedade à ação dos religiosos, dos políticos e dos empresários. Segundo o autor, tais atores envolvem sua retórica com conceitos como moralidade, democracia, utilidade e praticidade para fomentar nos indivíduos desconfiança e ressentimento contra o mundo da mente e a vida intelectual.
Allan David Bloom lançou, em 1987, Closing of the American Mind. A obra trazia uma crítica da universidade contemporânea e da sociedade centrada no interesse individual. Bloom lamentava a desvalorização dos grandes livros do pensamento ocidental e a emergência de uma cultura popular que embalava os novos estudantes, incapazes de buscar um sentido filosófico para a vida e movidos apenas pela satisfação de desejos imediatos de reconhecimento e sucesso comercial.
Vinte anos depois, uma nova obra, The Age of American Unreason, de Susan Jacoby, faz eco às duas primeiras. Em declarações sobre o livro, a autora se mostra assustada com demonstrações de ignorância na mídia e na vida cotidiana. Ainda pior é o que percebe como uma hostilidade geral ao conhecimento, uma mistura catastrófica que combina antiintelectualismo – a percepção de que muito conhecimento pode ser algo perigoso – e anti-racionalismo – que reflete o primado da opinião sobre os fatos e as evidências. Segundo declarou ao jornal The New York Times, os cidadãos de hoje não são apenas ignorantes sobre conhecimento científico, cívico e cultural, como não acreditam que tal conhecimento tenha alguma importância. A tenebrosa frase “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe” nunca foi tão popular.
Jacoby alinha três causas para o estado das coisas. Primeiro, as deficiências do sistema educacional, que segue prolongando os anos de escolaridade, porém, não gera evidências de que os estudantes estejam aprendendo mais. Segundo, a força do fundamentalismo religioso, com sua antipatia pela ciência. E terceiro, a influência dos liberals (esquerdistas) norte-americanos sobre as universidades, a promover a cultura pop, e a tornar trivial e superficial o aprendizado no ensino superior.
Em um artigo recentemente publicado no jornal The Washington Post, a própria Jacoby condena o inexorável movimento ladeira abaixo, catalisado pela superação da cultura escrita pela cultura do vídeo. A autora relaciona a popularização do uso desse tipo de tecnologia ao decréscimo da capacidade de concentração por períodos mais longos de tempo. A onipresença da mídia eletrônica e visual estimula a cultura da distração, e avança contra indivíduos susceptíveis, sem defesas. Conforme o público se torna mais impaciente com o processo de conseguir informação por meio da linguagem escrita, aceleram-se os processos de comunicação, o que contribui para a erosão do conhecimento geral. Enquanto as taxas de leitura declinam, o uso de computadores, de internet e de videogames sobe.
Em um mundo cada vez mais dependente do conhecimento, é paradoxal que o reconhecimento da importância da educação e do intelecto conviva com o antiintelectualismo, com o obscurantismo corporativo ou religioso e com celebrações sem pudor da mais pura ignorância. É como se inexoráveis forças ambientais induzissem os indivíduos a um novo tipo de patologia: a anorexia intelectual. - Por Thomaz Wood Jr.
Diante de tais manifestações de “exuberância intelectual”, conservadores e nostálgicos costumam deplorar a degradação do ensino público e relembrar momentos passados, não tão soturnos, da educação pindoramense. Os lamentadores bem poderiam se associar aos vizinhos do Norte. Lá, como cá, a tendência para a lamúria é perene, a cruzar gerações e a produzir reflexões e provocações.
Em 1963, Richard Hofstadter publicou sua seminal obra Anti-intellectualism in American Life, relacionando a tendência antiintelectual da sociedade à ação dos religiosos, dos políticos e dos empresários. Segundo o autor, tais atores envolvem sua retórica com conceitos como moralidade, democracia, utilidade e praticidade para fomentar nos indivíduos desconfiança e ressentimento contra o mundo da mente e a vida intelectual.
Allan David Bloom lançou, em 1987, Closing of the American Mind. A obra trazia uma crítica da universidade contemporânea e da sociedade centrada no interesse individual. Bloom lamentava a desvalorização dos grandes livros do pensamento ocidental e a emergência de uma cultura popular que embalava os novos estudantes, incapazes de buscar um sentido filosófico para a vida e movidos apenas pela satisfação de desejos imediatos de reconhecimento e sucesso comercial.
Vinte anos depois, uma nova obra, The Age of American Unreason, de Susan Jacoby, faz eco às duas primeiras. Em declarações sobre o livro, a autora se mostra assustada com demonstrações de ignorância na mídia e na vida cotidiana. Ainda pior é o que percebe como uma hostilidade geral ao conhecimento, uma mistura catastrófica que combina antiintelectualismo – a percepção de que muito conhecimento pode ser algo perigoso – e anti-racionalismo – que reflete o primado da opinião sobre os fatos e as evidências. Segundo declarou ao jornal The New York Times, os cidadãos de hoje não são apenas ignorantes sobre conhecimento científico, cívico e cultural, como não acreditam que tal conhecimento tenha alguma importância. A tenebrosa frase “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe” nunca foi tão popular.
Jacoby alinha três causas para o estado das coisas. Primeiro, as deficiências do sistema educacional, que segue prolongando os anos de escolaridade, porém, não gera evidências de que os estudantes estejam aprendendo mais. Segundo, a força do fundamentalismo religioso, com sua antipatia pela ciência. E terceiro, a influência dos liberals (esquerdistas) norte-americanos sobre as universidades, a promover a cultura pop, e a tornar trivial e superficial o aprendizado no ensino superior.
Em um artigo recentemente publicado no jornal The Washington Post, a própria Jacoby condena o inexorável movimento ladeira abaixo, catalisado pela superação da cultura escrita pela cultura do vídeo. A autora relaciona a popularização do uso desse tipo de tecnologia ao decréscimo da capacidade de concentração por períodos mais longos de tempo. A onipresença da mídia eletrônica e visual estimula a cultura da distração, e avança contra indivíduos susceptíveis, sem defesas. Conforme o público se torna mais impaciente com o processo de conseguir informação por meio da linguagem escrita, aceleram-se os processos de comunicação, o que contribui para a erosão do conhecimento geral. Enquanto as taxas de leitura declinam, o uso de computadores, de internet e de videogames sobe.
Em um mundo cada vez mais dependente do conhecimento, é paradoxal que o reconhecimento da importância da educação e do intelecto conviva com o antiintelectualismo, com o obscurantismo corporativo ou religioso e com celebrações sem pudor da mais pura ignorância. É como se inexoráveis forças ambientais induzissem os indivíduos a um novo tipo de patologia: a anorexia intelectual. - Por Thomaz Wood Jr.
A culpa não é dos pobres
Houve um tremendo frisson mundial nos últimos dias, por conta de análises preocupantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial sobre a escassez global alimentos, o maior motor inflacionário atual. Lula afirmou que o fato era, de certo modo, bem-vindo, uma vez que os pobres estariam comendo mais.
O presidente tem razão. Há um acelerado aumento do poder de compra de famílias que nem sequer chegavam perto de vendinhas, e hoje podem bicar o mercado de consumo. O fenômeno acontece na maioria dos países emergentes, com vastas populações. O tema segurança alimentar, finalmente, deixou de ser pauta apenas das reuniões dos economistas com viés humanitário.
Mas não é o caso de se culpar os pobres e o etanol. Ou apenas os pobres e o etanol.
Tem mais gente na jogada. Segundo blogs especializados, diante da crise financeira, os hedge funds (fundos especulativos) estão migrando para o mercado de commodities. Os recursos aplicados em metais e produtos agrícolas cresceram 83%, de 14 bilhões de dólares em 2005 para 55 bilhões de dólares em 2007. É uma oportunidade de negócios e de lucros, com as bolsas em queda no mundo inteiro. Essa invasão dos financistas na produção física global é, hoje, um dos propulsores do crescimento vertiginoso dos preços dos alimentos. E só tende a se acentuar, com a queda do juro americano. Falta ainda alargar a discussão.
Ladislau Dowbor, consultor e professor da Pós-Graduação da PUC-SP, considera que não há mais o clássico dilema econômico entre produzir manteiga ou canhões. Na avaliação do economista, o mundo produz bens inúteis demais, substituíveis demais, efêmeros demais, para uma meia dúzia de sempre. Está na hora de se discutir a oferta de alimentos de maneira não-alarmista. O problema não pode mais ser tratado com leviandade entre os preconceituosamente chamados de eco-chatos e o mercado financeiro. - Márcia Pinheiro, Carta Capital.
A HERANÇA DO FAROL: A TREVA
Extraído de uma entrevista recente de Delfim Netto:
. Ao chegar a seu fim melancólico, o Governo FHC (Farol de Alexandria) rodava com uma inflação anual de 30%.
. Hoje, no governo Lula ronda os 4,5%.
. As exportações com FHC cresciam 4,5% ao ano.
. No primeiro ano do Governo Lula, cresceram 22%.
. Hoje, crescem a 17%.
. A dívida externa de FHC crescia 6,5% ao ano.
. O governo de FHC quebrou três vezes o Brasil e três vezes se ajoelhou nas escadarias no FMI.
. Ano passado, no governo Lula, o Brasil se tornou credor líquido – pagou tudo e sobrou um troco. . As reservas eram de US$ 17 bilhões – hoje são de US$ 193 bilhões.
. Em tempo: hoje, segunda-feira, dia 14 de abril, FHC se reúne em São Paulo para debater o futuro da oposição do Brasil. Receberá Jorge Bornhausen, ACM Neto, Agripino Maia e Arthur Virgilio Cardoso. Só a reunião de Yalta reuniu, de uma só vez, tantos estadistas. A Historia saberá registrar esse encontro como um dos marcos da República brasileira. O único perigo é os convidados ficarem presos no trânsito de São Paulo, essa obra prima de 13 anos de governos tucanos. A propósito, clique aqui para ler o artigo de Marcos Cintra – “O custo econômico do congestionamento”. - Conversa Afiada - PHA.
. Ao chegar a seu fim melancólico, o Governo FHC (Farol de Alexandria) rodava com uma inflação anual de 30%.
. Hoje, no governo Lula ronda os 4,5%.
. As exportações com FHC cresciam 4,5% ao ano.
. No primeiro ano do Governo Lula, cresceram 22%.
. Hoje, crescem a 17%.
. A dívida externa de FHC crescia 6,5% ao ano.
. O governo de FHC quebrou três vezes o Brasil e três vezes se ajoelhou nas escadarias no FMI.
. Ano passado, no governo Lula, o Brasil se tornou credor líquido – pagou tudo e sobrou um troco. . As reservas eram de US$ 17 bilhões – hoje são de US$ 193 bilhões.
. Em tempo: hoje, segunda-feira, dia 14 de abril, FHC se reúne em São Paulo para debater o futuro da oposição do Brasil. Receberá Jorge Bornhausen, ACM Neto, Agripino Maia e Arthur Virgilio Cardoso. Só a reunião de Yalta reuniu, de uma só vez, tantos estadistas. A Historia saberá registrar esse encontro como um dos marcos da República brasileira. O único perigo é os convidados ficarem presos no trânsito de São Paulo, essa obra prima de 13 anos de governos tucanos. A propósito, clique aqui para ler o artigo de Marcos Cintra – “O custo econômico do congestionamento”. - Conversa Afiada - PHA.
Gastos de reitor da UNIFESP com cartão corporativo são alvo de investigação
Em viagens internacionais de trabalho, nos últimos dois anos, o reitor da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, usou seu cartão corporativo para fazer compras de mais de R$ 12 mil em lojas de eletrônicos nos Estados Unidos, em lojas de cerâmicas na Espanha e de malas Samsonite em Hong Kong, entre outras. O reitor deve ser convocado para depor na CPI dos Cartões Corporativos. A CGU (Controladoria Geral da União) abriu uma auditoria para analisar só os gastos com cartão do reitor. Ulysses Fagundes Neto não recebeu as diárias internacionais a que tem direito pelas viagens -por isso, ele foi obrigado a devolver em 2006 apenas o valor que foi gasto "a mais": R$ 11,8 mil. A CGU irá rever as contas daquele ano, devido às compras feitas, e auditar os gastos de cartão de 2007 até hoje. Segundo a assessoria, ele terá de ressarcir aos cofres públicos tudo que for considerado irregular. O reitor da Unifesp já foi obrigado a devolver também verba gasta com o cartão em uma drogaria e em restaurantes de luxo em São Paulo, o que também é vetado. A CPI dos Cartões Corporativos deve votar hoje requerimento de convocação do reitor. O deputado Silvio Costa (PMN-PE) disse que ele terá que explicar os gastos. Além das compras, Fagundes Neto usou o cartão corporativo para pagar hospedagem em hotéis de luxo -há conta até em um palacete do século 17 perto de Coimbra (Portugal)- e contas em restaurantes badalados no exterior. Na ausência das diárias, comida e hospedagem seriam gastos lícitos, mas a CGU tem dúvidas até sobre o comparecimento do reitor nos eventos de trabalho. Em viagem à China em 2007, creditou R$ 2 mil de compras na loja da Samsonite. Também gastou quase R$ 3 mil em uma loja de eletrônicos nos Estados Unidos, a Best Buy. Em viagem aos EUA em 2006, Fagundes Neto fez o mesmo: usou o cartão para compras de R$ 2 mil na CompUSA, de eletrônicos. No mesmo ano, o reitor da Unifesp aproveitou compromissos que tinha em Portugal - na Universidade do Porto e com o Laboratório Abbot- e "esticou" para a Espanha, de carro alugado com o cartão. Comprou itens por R$ 1.400 na loja de cerâmicas "Antigua Casa de Talaver" e foi a um restaurante com show de dança flamenca, tudo com o cartão. Ainda em 2006, durante viagem a Berlin (Alemanha) para um congresso e uma visita à Bayer, comprou com o cartão corporativo US$ 2,5 mil em lojas da Nike e da Adidas. Era Copa do Mundo e a CGU diz que não há comprovação de cumprimento de agenda oficial. - Folha de S. Paulo, hoje.
Machetes do dia
- JB: No Brasil, o terceiro maior campo de petróleo do mundo
- Folha: ANP vaza achado de novo megacampo
- Estadão: ANP surpreende com anúncio de novo megacampo
- Globo: Anúncio precipitado de campo da Petrobras pode ter punição
- Gazeta Mercantil: Anúncio de megacampo põe ANP e Petrobras em desacordo
- Correio: Estudantes Radicalizam. Aumenta cerco a Fundações
- Valor: Governadores tentam ampliar limite das PPPs
- Estado de Minas: Bolsa-família não tira crianças da rua em BH
- Jornal do Commercio: Jaboatão confirma morte por dengue
- Folha: ANP vaza achado de novo megacampo
- Estadão: ANP surpreende com anúncio de novo megacampo
- Globo: Anúncio precipitado de campo da Petrobras pode ter punição
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- Correio: Estudantes Radicalizam. Aumenta cerco a Fundações
- Valor: Governadores tentam ampliar limite das PPPs
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quinta-feira, 10 de abril de 2008
O Brasil na era Lula: "Onde estamos?"
O Brasil já esteve no terceiro mundo, foi emergente e agora está no segundo mundo. Quem nos diz é Parag Khanna, cientista político, num livro de 466 páginas: Em português, O Segundo Mundo, Impérios e Influências na Nova Ordem Global (Random House).
Parag Khanna é da New America Foundation, já passou pelo Fórum Econômico Mundial, pelo Brookings Institute e outros think tanks e, em 2007, foi o "Senior" conselheiro geopolítico para o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos. Esta coluna é pequena para o currículo dele, mas, acredite, Khanna, com apenas 30 anos, está quente.
Inspirado na experiência de um historiador maior, Arnold Toynbee, Parag Khanna passou dois anos viajando pelo mundo colhendo informações e impressões em quarenta países para seu livro e, apesar de suas conexões americanas e de sua origem indiana, o historiador não é otimista sobre os Estados Unidos nem sobre seu próprio país.
O declínio americano foi precipitado pelos últimos oito anos de Bush, mas não é culpa do presidente. Foi vítima da globalização a partir da década de 80. A história e os eventos são contra o império americano. A Índia, seu país de origem, é uma bagunça que nunca chegará a ser a China.
O mundo de Parag Khanna está dividido geograficamente em cinco partes e, geopoliticamente, em três: os impérios - Estados Unidos, China e União Européia. Há um segundo mundo com 40 países, entre eles o Brasil. E o resto.
Passei uma tarde com o historiador no apartamento dele em Nova York e ele me disse que a União Européia é o império mais popular e bem sucedido de toda história porque não domina. Disciplina. A cada ano, admite pelo menos mais um país novo, sem nenhuma conquista militar. Os candidatos brigam para entrar no império.
O sonho americano foi substituído pelo sonho da União Européia com seus programas sociais, sua inclusividade e sua posição geográfica entre os Estados Unidos e o Leste Europeu. Tudo conspira a favor dos europeus.
E a Rússia?
Uma ilusão. Putin parece um líder mundial, mas é só cair o preço do petróleo e do gás que a Rússia deixa de ser importante. Só tem duas cidades prósperas - Moscou e São Petersburgo - e está cheia de conflitos internos mal resolvidos. Nunca será império nem sonho de outros paises.
E qual é o sonho chinês? Com quem sonha a China?
Com a Alemanha do pós-guerra, industrial, próspera, engenheira, exportadora.A China pensa como império, mas sem ambições militares. Um império comercial.
E a Índia, seu país de origem?
Não tem a menor chance de ser império. A Índia é uma bagunça. Economicamente desigual, burocrática e democrática, mas é uma democracia que emperra mais do que avança. Tudo é difícil e apesar das aparências, o investimento externo é pequeno. Entra mais dinheiro em Hong Kong num ano do que na Índia inteira.
E qual é o sonho islâmico?
Não existe, porque não há uma identidade islâmica. Há uma coleção de países com interesses diferentes, com freqüência, opostos.
E o sonho do Hugo Chávez?
É o sonho bolivariano. Só ele pode explicar, mas não sei se é socialista, marxista ou leninista. Chávez é confuso, que faria sem petróleo?
O Brasil está no time que sonha com uma sociedade européia e, diz ele, está entre os três paises que mais gostou e mais o impressionaram nesta pesquisa.
A política do país não-alinhado está morta. Foi substituída pela política dos países multi-alinhados. O Brasil joga, e bem, com os três impérios.
Tem tudo para dar certo. - Colunista da BBC Brasil
Parag Khanna é da New America Foundation, já passou pelo Fórum Econômico Mundial, pelo Brookings Institute e outros think tanks e, em 2007, foi o "Senior" conselheiro geopolítico para o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos. Esta coluna é pequena para o currículo dele, mas, acredite, Khanna, com apenas 30 anos, está quente.
Inspirado na experiência de um historiador maior, Arnold Toynbee, Parag Khanna passou dois anos viajando pelo mundo colhendo informações e impressões em quarenta países para seu livro e, apesar de suas conexões americanas e de sua origem indiana, o historiador não é otimista sobre os Estados Unidos nem sobre seu próprio país.
O declínio americano foi precipitado pelos últimos oito anos de Bush, mas não é culpa do presidente. Foi vítima da globalização a partir da década de 80. A história e os eventos são contra o império americano. A Índia, seu país de origem, é uma bagunça que nunca chegará a ser a China.
O mundo de Parag Khanna está dividido geograficamente em cinco partes e, geopoliticamente, em três: os impérios - Estados Unidos, China e União Européia. Há um segundo mundo com 40 países, entre eles o Brasil. E o resto.
Passei uma tarde com o historiador no apartamento dele em Nova York e ele me disse que a União Européia é o império mais popular e bem sucedido de toda história porque não domina. Disciplina. A cada ano, admite pelo menos mais um país novo, sem nenhuma conquista militar. Os candidatos brigam para entrar no império.
O sonho americano foi substituído pelo sonho da União Européia com seus programas sociais, sua inclusividade e sua posição geográfica entre os Estados Unidos e o Leste Europeu. Tudo conspira a favor dos europeus.
E a Rússia?
Uma ilusão. Putin parece um líder mundial, mas é só cair o preço do petróleo e do gás que a Rússia deixa de ser importante. Só tem duas cidades prósperas - Moscou e São Petersburgo - e está cheia de conflitos internos mal resolvidos. Nunca será império nem sonho de outros paises.
E qual é o sonho chinês? Com quem sonha a China?
Com a Alemanha do pós-guerra, industrial, próspera, engenheira, exportadora.A China pensa como império, mas sem ambições militares. Um império comercial.
E a Índia, seu país de origem?
Não tem a menor chance de ser império. A Índia é uma bagunça. Economicamente desigual, burocrática e democrática, mas é uma democracia que emperra mais do que avança. Tudo é difícil e apesar das aparências, o investimento externo é pequeno. Entra mais dinheiro em Hong Kong num ano do que na Índia inteira.
E qual é o sonho islâmico?
Não existe, porque não há uma identidade islâmica. Há uma coleção de países com interesses diferentes, com freqüência, opostos.
E o sonho do Hugo Chávez?
É o sonho bolivariano. Só ele pode explicar, mas não sei se é socialista, marxista ou leninista. Chávez é confuso, que faria sem petróleo?
O Brasil está no time que sonha com uma sociedade européia e, diz ele, está entre os três paises que mais gostou e mais o impressionaram nesta pesquisa.
A política do país não-alinhado está morta. Foi substituída pela política dos países multi-alinhados. O Brasil joga, e bem, com os três impérios.
Tem tudo para dar certo. - Colunista da BBC Brasil
OPOSIÇÃO FAZ TERRORISMO: INFLAÇÃO É A NOVA “CRISE”
Tudo começou de manhã, com a Miriam Leitão no Bom (?) Dia Brasil – os índices de audiência devem trepidar quando ela entra ...
. Estamos à beira da hiper-inflação.
. À tarde, com a divulgação do IPCA de março – 0,48% contra 0,49% e, fevereiro, uma queda, portanto – acima das “previsões”, a oposição e seus portais entraram em pânico.
. Provavelmente, porque já sentiram que, mesmo com a CPI da Tapioca do Senado, não vão conseguir derrubar o Presidente Lula.
. (Aparentemente, a base do Governo no Senado vai fazer como a base do Governo Serra na Assembléia Legislativa de São Paulo – minoria obedece e berra ...)
. Miriam Leitão não conseguiu provar que a inflação está fora de controle.
. Nenhum especialista razoavelmente sério dirá isso.
. O que existe, segundo Delfim Netto – leia hoje na Folha (clique aqui), é terrorismo do Banco Central.
. Não há motivo para aumentar a taxa de juros.
. Não há prova de aumento da demanda.
. O aumento de preços dos alimentos não foi por causa do aumento da demanda.
. O aumento do custo de serviços não contamina a inflação.
. O que há é a tentativa do Banco Central e seus astrólogos de preservar a “autonomia” – aqui quem manda sou eu e vou aumentar os juros porque quero.
. O “mercado” concorda e o Banco Central faz, porque o mercado concorda.
. E os colonistas da oposição batem palmas.
. É um circulo não virtuoso ...
Em tempo: e a Tapioca do Governo Serra ? Como se sabe, a Tapioca do Governo Serra é maior do que a do Governo Federal (FHC e Lula). E bota zeros na conta. E sobre a Tapioca do Serra paira um silêncio de meter medo ...
Para os jornalões não existe problema algum o governo Serra gastar o que gastou com seus cartões corporativos.
. Estamos à beira da hiper-inflação.
. À tarde, com a divulgação do IPCA de março – 0,48% contra 0,49% e, fevereiro, uma queda, portanto – acima das “previsões”, a oposição e seus portais entraram em pânico.
. Provavelmente, porque já sentiram que, mesmo com a CPI da Tapioca do Senado, não vão conseguir derrubar o Presidente Lula.
. (Aparentemente, a base do Governo no Senado vai fazer como a base do Governo Serra na Assembléia Legislativa de São Paulo – minoria obedece e berra ...)
. Miriam Leitão não conseguiu provar que a inflação está fora de controle.
. Nenhum especialista razoavelmente sério dirá isso.
. O que existe, segundo Delfim Netto – leia hoje na Folha (clique aqui), é terrorismo do Banco Central.
. Não há motivo para aumentar a taxa de juros.
. Não há prova de aumento da demanda.
. O aumento de preços dos alimentos não foi por causa do aumento da demanda.
. O aumento do custo de serviços não contamina a inflação.
. O que há é a tentativa do Banco Central e seus astrólogos de preservar a “autonomia” – aqui quem manda sou eu e vou aumentar os juros porque quero.
. O “mercado” concorda e o Banco Central faz, porque o mercado concorda.
. E os colonistas da oposição batem palmas.
. É um circulo não virtuoso ...
Em tempo: e a Tapioca do Governo Serra ? Como se sabe, a Tapioca do Governo Serra é maior do que a do Governo Federal (FHC e Lula). E bota zeros na conta. E sobre a Tapioca do Serra paira um silêncio de meter medo ...
Para os jornalões não existe problema algum o governo Serra gastar o que gastou com seus cartões corporativos.
- Jornal do Brasil: Bancos antecipam aumento de juros do cheque especial
- Folha de S. Paulo: PF prende 16 prefeitos suspeitos de corrupção
- Estadão: 16 prefeitos são presos pordesvio de verbas
- O Globo: Inflação vai além do previsto e BC poderá subir juros logo
- Gazeta Mercantil: BNDES repassa 108% mais em recursos para exportação
- Correio Brasiliense: As ceias nada santas do senhor reitor
- Valor Econômico: Com aquisições, Parmalat tenta voltar ao topo
- Estado de Minas: PF prende 13 prefeitos em MG
- Jornal do Commercio: Morte por dengue deixa Estado em alerta
- Folha de S. Paulo: PF prende 16 prefeitos suspeitos de corrupção
- Estadão: 16 prefeitos são presos pordesvio de verbas
- O Globo: Inflação vai além do previsto e BC poderá subir juros logo
- Gazeta Mercantil: BNDES repassa 108% mais em recursos para exportação
- Correio Brasiliense: As ceias nada santas do senhor reitor
- Valor Econômico: Com aquisições, Parmalat tenta voltar ao topo
- Estado de Minas: PF prende 13 prefeitos em MG
- Jornal do Commercio: Morte por dengue deixa Estado em alerta
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Gato por lebre: Um dossiê e muitas incertezas
“Embora o Estatuto autorize a renovação por mais dois períodos, não houve acordo com a direção do jornal para a continuidade. A Folha condicionou minha permanência ao fim da circulação na internet das críticas diárias do ombudsman. A reivindicação me foi apresentada há meses. Não concordei. Diante do impasse, deixo o posto ... Sou o primeiro (dos oito ombudsman da Folha) a ter como exigência, para renovar, o retrocesso na transparência do seu trabalho.” - MÁRIO MAGALHÃES - ex-ombudsman da Folha de São Paulo.
Leia o texto que a Folha não gostou: Um dossiê e muitas incertezas
Um dossiê (ou relatório ou "fragmentos da base de dados", como prefere a Casa Civil) sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher, Ruth, e antigos ministros foi produzido no Palácio do Planalto e vazado de forma ilegal.
Tão escancaradamente ilegal que foi constituída pelo governo uma "comissão de sindicância para apurar o episódio". Oficialmente, busca-se culpado(s).
A origem das informações, processadas na Casa Civil, é inequívoca, reconhecida inclusive pelo governo.
A essa altura, mais ninguém questiona a autenticidade das informações sobre gastos contidas nas 13 páginas. No domingo, a Folha demonstrou que "o relatório mostra a seleção de informações bastante diferentes do padrão de dados lançados no Suprim [sistema de controle de suprimento de fundos da Presidência] e estranhas a um trabalho definido como um 'instrumento de gestão', sem viés político". Hoje os jornais reafirmam que, ao contrário do que afirma Dilma, não houve pedido do TCU para produzir o levantamento sobre FHC ou algo que desse base à investigação.
A existência do dossiê/relatório de 13 páginas foi revelada pela revista Veja no fim de semana retrasado.
Na sexta passada, a Folha manchetou "Braço direito de Dilma montou dossiê".
O jornal não apresentou provas contra Erenice Alves Guerra, principal assessora da ministra Dilma Rousseff.
Não que a informação, necessariamente, esteja errada. Quem leu a reportagem, contudo, não teve acesso a evidência de que esteja correta a versão do jornal.
A Folha descreveu uma reunião com membros da administração para criar "uma força-tarefa encarregada de desarquivar documentos referentes aos gastos do governo anterior a partir da rubrica suprimento de fundos, que incluiu cartões corporativos e contas 'tipo B'".
Nota oficial da Casa Civil afirma que tal reunião, "para organizar uma força-tarefa para produzir o chamado dossiê", nunca ocorreu.
A Folha também não comprovou a realização da reunião.
O jornal não afirmou que o dossiê foi utilizado para chantagear membros da oposição na CPI dos Cartões Corporativos. Fez bem. Um dos aspectos intrigantes do caso é que o dossiê é incapaz de constranger FHC. Chefe de um governo em que se acumularam escândalos de grande monta, em especial nas privatizações, o ex-presidente não se sai mal das 13 páginas. Se tudo o que os governistas têm contra ele for aquilo...
Ou seja: como fazer chantagem contra alguém e seus aliados com informações que não causam dano ao chantageado?
Alguém foi vítima de chantagem? Quem? Se foi, é informação que o jornalismo deve.
Seria diferente, por exemplo, em uma nação fictícia, situação e oposição promoverem chantagem pesada com informações sobre filhos do atual e do ex-presidente, se os rebentos tivessem amealhado riqueza durante ou em seguida aos mandatos dos pais. Aí, sim: ameaças capazes de fragilizar o mais valente dos investigadores de comissão de inquérito do país da imaginação. Quem tinha muito a perder, por rigorosamente nada em troca, seria a ministra da Casa Civil. Mais por eventual dolo, menos por incapacidade de gerir com segurança um sistema de dados ou manter aloprados em sua equipe, mas sempre perdendo.
Essa peça, decisiva, não se encaixa no quebra-cabeça. Até agora, pelo menos.
Esta segunda-feira não foi um bom dia para a Folha. O jornal não destaca a defesa de ninguém do governo. E titula na primeira página: "Dossiê é 'covardia institucional', diz ministro do STF". Só no texto se descobre que Gilmar Mendes se refere a dossiês em geral, e não ao dossiê agora revelado.
O "Estado" deu entrevista com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. O "Globo" saiu com declarações do ministro José Múcio. Não sei se o que eles dizem é verdadeiro ou falso, mas é direito dos leitores conhecer pontos de vista divergentes.
Hoje a coluna "Perguntar não ofende" (pág. A2) se refere ao "documento de 13 páginas que vazou para a imprensa, cuja autoria o próprio Palácio do Planalto assumiu".
Talvez, em meio a tantas informações, tenha me passado despercebido. Não me lembro, contudo, de ter lido que o Planalto assumiu a confecção das 13 páginas.
Na edição de sábado, a Folha divulgou declaração de Dilma: "Não acho que a Folha e a Veja montaram isso [dossiê]. Outros fizeram este trabalho e vocês [da imprensa] estão divulgando". Ou seja, a ministra negou a produção das 13 páginas.
Minha impressão é que a Folha produz uma cobertura em tom unilateral que menospreza as incertezas que cercam o caso.
É possível que as coisas tenham ocorrido como o jornal sugere?
Sim. Poder tudo pode.
Mas é possível que haja outros elementos.
Ao contrário do dossiê Cayman/Caribe, as informações são verdadeiras. Ao contrário de outros dossiês, entretanto, elas não intimidam ninguém (a não ser que sugiram o conhecimento de outras despesas, cabeludas).
O vazamento das 13 páginas pode ter sido obra de petistas, aloprados ou não? Pode. Em 2006, com a reeleição de Lula nas mãos, a ambição de ganhar também o pleito paulista produziu o escândalo que contribuiu para empurrar a eleição presidencial ao segundo turno.
As 13 páginas também podem ter sido obra de quem queria desgastar o governo e reanimar a CPI dos Cartões. Ou, mais especificamente, ferir a ministra Dilma, que está longe de ser a candidata preferida do PT e de setores do Planalto para 2010.
Um incômodo da cobertura é que, evidentemente, a Folha sabe mais do que conta aos leitores. Uma coisa é o jornal ter recebido o relatório de alguma fonte do PT. Outra, do PSDB. Outra, ainda, de um funcionário, mais que petista, fiel à ministra.
O jornal deveria pisar no freio e ser mais cético. Um dossiê incapaz de constranger alguém não teria eficiência como instrumento de chantagem. A impressão é que, ao contrário do que a Folha e o jornalismo em geral dão a entender, a verdade sobre o episódio ainda está distante, seja ela qual for.
Por último: o episódio em curso ressalta a tragédia à democracia que é a ausência de transparência sobre o poder público no Brasil. Gastos dessa natureza, seja no governo FHC ou no de Lula, não deveriam estar protegidos por sigilo, e sim ser de conhecimento dos cidadãos.
Diretores do Google depõem na CPI da pedofilia
A Comissão Parlamenar de Inquérito da pedofilia do Senado ouve nesta quarta-feira (9) os depoimento de dois dirigentes da empresa Google do Brasil: o diretor-presidente Alexandre Hohagen e o diretor de Comunicação Felix Ximenes. A dupla será inquirida acerca da proliferação de páginas que difundem a pornografia infantil no Orkut.
De acordo com dados repassados à CPI pela ONG Safernet, haveria no Orkut mais de 3.000 páginas dedicadas à pedofilia. São espaços virtuais que só podem ser acessados por pessoas autorizadas por seus proprietários, mediante senha. A Polícia Federal e o Ministério Público alegam que o Google, que gere o Orkut, vem se recusando sistematicamente a revelar os nomes dos clientes suspeitos da prática de crime.
Os gestores do Google refutam a acusação. Alegam que a base de dados da empresa fica nos EUA. De resto, argumentam que os dados dos usuários só podem ser repassados mediante ordem judicial. No ano passado, a empresa firmou acordos com o Ministério Público em quatro Estados: Rio, Minas, Pernambuco e Ceará.
Os acordos facilitam o bloqueio de páginas virtuais cujo conteúdo seja considerado suspeito. A empresa compromete-se também a preservar os dados dos usuários por períodos determinados, para, se for o caso, atender a requisições judiciais. O procurador da República Sérgio Suiama, de São Paulo, considera a providência insuficiente.
Suiama argumenta que a empresa deve responder solidariamente pelos delitos comprovados. E a aceitação da tese de que os conteúdos estão armazenados em bases de dados geridas desde os EUA inviabiliza a proposição de ações judiciais no Brasil. Suiama estará presente à sessão da CPI.
De acordo com dados repassados à CPI pela ONG Safernet, haveria no Orkut mais de 3.000 páginas dedicadas à pedofilia. São espaços virtuais que só podem ser acessados por pessoas autorizadas por seus proprietários, mediante senha. A Polícia Federal e o Ministério Público alegam que o Google, que gere o Orkut, vem se recusando sistematicamente a revelar os nomes dos clientes suspeitos da prática de crime.
Os gestores do Google refutam a acusação. Alegam que a base de dados da empresa fica nos EUA. De resto, argumentam que os dados dos usuários só podem ser repassados mediante ordem judicial. No ano passado, a empresa firmou acordos com o Ministério Público em quatro Estados: Rio, Minas, Pernambuco e Ceará.
Os acordos facilitam o bloqueio de páginas virtuais cujo conteúdo seja considerado suspeito. A empresa compromete-se também a preservar os dados dos usuários por períodos determinados, para, se for o caso, atender a requisições judiciais. O procurador da República Sérgio Suiama, de São Paulo, considera a providência insuficiente.
Suiama argumenta que a empresa deve responder solidariamente pelos delitos comprovados. E a aceitação da tese de que os conteúdos estão armazenados em bases de dados geridas desde os EUA inviabiliza a proposição de ações judiciais no Brasil. Suiama estará presente à sessão da CPI.
Escolas públicas terão conexão rápida à internet
Mais de 37 milhões de alunos de 56 mil escolas da rede pública do País terão acesso rápido e gratuito à internet no ambiente escolar até 2010. Essa é a meta do Programa Banda Larga nas Escolas, lançado nesta terça-feira (8) pelo governo federal, com participação direta das operadoras de telefonia fixa e parceria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O objetivo é oferecer acesso à internet com velocidade até dez vezes superior à média registrada atualmente pelo usuário de internet no Brasil, beneficiando diretamente 86% dos estudantes da rede pública. Além da instalação, as operadoras de telecomunicações vão oferecer a ampliação periódica da velocidade para manter a qualidade e a atualidade do serviço durante a vigência da oferta, até 2025. O cronograma prevê, este ano, o atendimento a 40% do total das escolas previstas. Em 2009, o serviço será estendido a outros 40% e, em 2010, aos 20% restantes. Com base na infra-estrutura identificada pelas operadoras, será possível instalar a rede em duas mil escolas até junho.
Machetes do dia
- Jornal do Brasil: Dengue derruba turismo do Rio
- Folha de S. Paulo: Ministro admite uso eleitoral do PAC
- Estadão: Polícia Federal apreende computadores da Casa Civil
- O Globo: Secretário prevê epidemia de dengue também em 2009
- Gazeta Mercantil: Empresas enfrentaram 442 dias de greve em três anos
- Correio Brasiliense: Denunciado - Ministério Público processa reitor da UnB
- Valor Econômico: Novos IPOs vão testar mercado no pós-crise
- Estado de Minas: Dengue se alastra em BH
- Jornal do Commercio: Condenados e livres
- Folha de S. Paulo: Ministro admite uso eleitoral do PAC
- Estadão: Polícia Federal apreende computadores da Casa Civil
- O Globo: Secretário prevê epidemia de dengue também em 2009
- Gazeta Mercantil: Empresas enfrentaram 442 dias de greve em três anos
- Correio Brasiliense: Denunciado - Ministério Público processa reitor da UnB
- Valor Econômico: Novos IPOs vão testar mercado no pós-crise
- Estado de Minas: Dengue se alastra em BH
- Jornal do Commercio: Condenados e livres
terça-feira, 8 de abril de 2008
Escolas técnicas federais são destaque no Enem
Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2007, divulgados na quinta-feira, 3, pelo Ministério da Educação, confirmam o bom desempenho dos alunos dos centros federais de educação tecnológica (Cefets). No ano passado, cerca de três milhões de estudantes fizeram o exame.Das 20 melhores avaliações das escolas públicas do país, oito integram a rede federal de educação profissional e tecnológica — Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Colégio Técnico-Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cefets de São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais e a unidade de ensino de Cubatão, ligada ao Cefet-SP. A UTFPR e o Cefet-SP continuam entre as 20 melhores instituições de ensino do país em um ranking que inclui as escolas particulares. Nos levantamentos estaduais, a rede federal também é destaque. No Espírito Santo, por exemplo, contabilizadas instituições públicas e privadas, o Cefet fica em segundo lugar. Em Goiás, consideradas apenas as escolas públicas, a unidade de Goiânia aparece na primeira posição e a de Jataí, na terceira. O mesmo ocorre em São Paulo. O Cefet fica em primeiro entre as instituições públicas e em oitavo se forem consideradas também as particulares. O Cefet-SP oferece gratuitamente cursos para o ensino médio, técnico, superior tecnológico, engenharia e licenciaturas. São 40 salas de aula e 28 laboratórios, além de salas de redação e uma biblioteca com 30 mil obras. Cerca de 60% dos 281 professores têm mestrado ou doutorado. “O nível dos docentes, a qualidade da infra-estrutura e o projeto pedagógico das escolas federais, com o ensino médio integrado ao profissional, estão refletidos nos resultados do Enem”, diz o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco. “Os Cefets são ilhas de excelência no ensino público brasileiro que oferecem educação gratuita e de qualidade.” A rede federal de educação profissional e tecnológica conta com 12.664 professores. Destes, 4.379 têm mestrado (34,5%); 1.130, doutorado (8,9%); 4.748, especialização (37,4%); 2.209, graduação (17,4%); 177, aperfeiçoamento e 21, pós-doutorado.
Machetes do dia
- Jornal do Brasil: Gastança de César custa 26 mil médicos
- Folha de S. Paulo: PF investigará só vazamento de dossiê
- Estadão: Investigação da PF se limita ao vazamento do dossiê anti-FHC
- O Globo: PF vai apurar quem vazou, mas não quem fez o dossiê
- Gazeta Mercantil: Os fundos apostam na área de infra-estrutura
- Correio Brasiliense: Rebeldia, tapas e pontapés na UnB
- Valor Econômico: Governo pára negócio de R$ 10 bi na área de energia.
- Estado de Minas: Conta de luz fica 17,1% mais barata.
- Jornal do Commercio: Lula Promete ajuda para desabrigados
- Folha de S. Paulo: PF investigará só vazamento de dossiê
- Estadão: Investigação da PF se limita ao vazamento do dossiê anti-FHC
- O Globo: PF vai apurar quem vazou, mas não quem fez o dossiê
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- Jornal do Commercio: Lula Promete ajuda para desabrigados
segunda-feira, 7 de abril de 2008
O prefeito de Xerém
Lá fora, uma longa fila serpenteia sob o sol da manhã e do início da tarde. Há uma farta distribuição de cestas básicas, que o dono da casa controla cá de dentro, entre gritos, broncas e uma dose considerável de divertimento. Embora a situação lhe confira ares de líder comunitário, cacique ou chefe político interiorano, ele rejeita com veemência qualquer rótulo dessa natureza. “Ah, não faz isso comigo, porra. É atividade de gente, você também pode fazer isso”, protesta. Não, ele é cantor, músico, sambista, só. Chama-se Jessé Gomes da Silva Filho, mas é nacionalmente conhecido como Zeca Pagodinho. O cenário é Xerém, eleito como segunda residência há mais de 20 anos pelo carioca suburbano do Irajá, hoje estabelecido no bairro de classe alta da Barra da Tijuca. Distrito do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a cerca de 50 quilômetros do Rio de Janeiro, Xerém é local pobre, plantado em área intensamente verde, ao pé da serra de Petrópolis. O repórter chega de táxi, às 10h30, e encontra Zeca com um copo de cerveja na mão, de bermuda, descalço e sem camisa, torso adornado por uma tatuagem de Cosme e Damião e barriga proeminente, aboletado num quiosque no pátio em que se misturam automóveis, cavalos e uma charrete, a meio caminho entre a ampla ala residencial da família e a rua. As 997 cestas estão amontoadas numa das salas principais da casa, e são fruto de uma “parceria” que o artista firmou com uma marca de sapatos. Zeca compareceu e levou amigos da Globo ao desfile da marca. Em troca, recebeu as cestas levadas como ingressos, em nome da Escolinha de Música Mata Virgem, que ele construiu do outro lado da rua. Os primeiros beneficiários da assistência entram de bicicleta no pátio. Cumprimentam de cabeça baixa o benfeitor, trocam com ele uma ou duas frases tímidas e se vão. A rua se agita pela notícia de que é dia de Zeca distribuir cestas. O portão se fecha, e o funcionário Negão, responsável pelas entregas, cumpre a tarefa com uma expressão de medo no rosto, controlado pelo patrão em regime simultâneo de pressão e simpatia. Ao lado da churrasqueira, funcionários com pinta de compadres (ou vice-versa) preparam o angu com miúdos que será servido no almoço. Abridores de garrafa pendurados por barbantes facilitam o ritual quase ininterrupto de abrir cervejas, depois acondicionadas em recipientes de isopor ornados por emblemas da Portela. Jane Barboza, divulgadora do artista junto à imprensa, chegou com a filha pequena já vestida de biquíni, pronta para mergulhar na piscina com a caçula de Zeca, de 4 anos. O sambista tem mais uma filha adolescente e dois filhos universitários, que cursam Direito e Administração. Para tirar fotografia, a assessora pede que ele vista uma camisa. Por vontade própria, ele mostraria a barriga. “Eu não me importo também, não”, concorda Mônica, a esposa há 21 anos, sorriso largo espalhado no rosto. “Eu é que sou a mala”, lamenta Jane. “Demorou tanto para conseguir essa barriga, né, Zeca?”, brinca Mônica, num vaivém constante entre o quiosque e o portão de entrega das cestas. O repórter é convidado a sentar e se integrar ao burburinho. “Tu não bebe, não, cara?”, provoca o anfitrião. “Estou trabalhando.” “Eu também estou, pô. Vamos resolver logo essa questão.” O repórter agradece, mas se furta da cerveja, dos pedaços de pão que Zeca come com apetite, de outros convites eventuais. Limita-se a uma água industrializada, aromatizada com limão, da mesma fábrica de bebidas de que o artista é garoto-propaganda. De dentro da vulnerável fortaleza, Pagodinho volta e meia troveja uma ordem, em tom algo autoritário, algo brincalhão. Bota banca sobre a população carente que protege. Criança não pode. “É cesta básica. Se você tiver dez filhos, vai mandar os dez filhos aqui?”, indaga. O paraense Gilberto, que antes de trabalhar para Zeca foi funcionário de Gilberto Gil por 15 anos, denuncia: tem gente trocando de camisa para entrar na fila de novo. O chefe solta uma bronca de longe, para disciplinar. Mônica reaparece: “O cara saiu todo feliz, disse ‘ai, que legal, ele falou comigo’”. “Só se foi para dar um esporro”, Zeca diverte-se, entre risos gerais. O atual ministro da Cultura é hoje um dos amigos mais próximos do sambista. “Você imagina, chega um Gil aqui, arrebenta até o portão. Mas ele veio duas ou três vezes, cantou aí até de madrugada. Chega aqui, nego entra no espírito, vai comer um angu. Não temos área vip. Aqui é a geral, sempre.” Política? “Não falo disso com ele.” Um cachorro vira-lata ronda o quiosque, e enternece o dono da casa: “Aqui é legal porque nego vem e traz cachorro. Tem sempre um bocado”. O portão de acesso ora se abre, ora se fecha, mas o ambiente nunca perde um aspecto de casa aberta, espontaneamente descontrolada. “Aqui come todo mundo”, discursa o artista que se diz apolítico e não é candidato a nada, mas andou acolhendo ali em Xerém, na campanha eleitoral de 2002, um certo Luiz Inácio Lula da Silva. “Aqui tem você que é jornalista, ele que é deputado, eu que sou um artista, maluco, mendigo. Todo mundo que passar por aqui entra, senta, come, conta uma história. Só o que não pode é ser abusado.” Sim, está presente um deputado federal, Reinaldo Betão, do Partido da República, hoje secretário de Agricultura de Duque de Caxias. É amigo do sambista desde antes de entrar na política. Chega à hora do almoço, conversa, conta do bicho-preguiça que encontrou outro dia. “Pô, por que não levou para o meu sítio?”, brada Zeca. “Não pode, tem o Ibama”, reage Betão. Outra visita é um adolescente portador de síndrome de Down, que veio buscar sua cesta. “Tá morando onde agora, Léo?”, pergunta o músico. “Eu moro aqui, moleque”, Léo retruca, sob gargalhadas gerais. O “padrinho” serve pão com fígado, e sublinha repetidas vezes: “Não vai deixar ninguém roubar sua cesta”. A entrevista não acontece, ao menos não como imaginada pelo repórter habituado aos ditames da indústria cultural. O entrevistado responde brevemente às questões, desvia-se dos temas, dirige o entrevistador rumo ao bate-papo errático. A certa altura, ocorre ao repórter que a saraivada de perguntas solicita muito do artista, mas nada oferece em troca. Resolve aceitar um copo de cerveja. Pela hora do almoço, um caminhão se insinua na rua estreita por entre a pequena multidão. É da mesma marca de cerveja que Pagodinho anuncia, e veio entregar 30 engradados. “Tenho uma cota por ano”, explica. “Mas tenho de pedir cinco dias antes, e como nada aqui é programado, às vezes vou lá e compro, fazer o quê?” Mônica passa perto do cozido: “Eu não gosto dessa comida aí, não, mas está cheirosa para caramba”. Explica que lá dentro, na “ala feminina” da casa, o cardápio é diferente. “Hoje vou comer maionese com hambúrguer”, ri. Bem no portão fronteiriço, um dos carregadores derruba uma caixa. Garrafas quebradas se espalham pelo chão, sob os olhos sedentos da torcida lá fora. O dono da bola manda entregar uma cesta para cada um dos trabalhadores da cervejaria. É deixa para entrar em assunto delicado, aquele pelo qual Zeca mais aparece na mídia. Por vezes, ele parece o homem-cerveja em pessoa, com cachês volumosos, mas também enroscado no ônus de permitir que tal imagem se cole a ele assim. Em que a fase de homem-sanduíche de cerveja transformou sua vida? “Ganhei uma grana, né, cara? Pude ajudar uma porrada de gente, pude me ajudar também. Foi bom para a minha carreira.” Em 2003, ele se transformou em pivô de guerra feroz entre duas cervejarias. Tal como num caso romântico, rompeu com uma, “experimentou” outra, voltou à primeira “por amor”, foi acusado pela “namorada” preterida de “traíra”. Tudo sob o olho público, diante das maiores vitrines publicitárias do País. Em 2006, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu o veto de celebridades em propagandas de cerveja e, ao se voltar contra o teor abusivo e preconceituoso saído das mentes dos publicitários, mirou artilharia contra Zeca: “É preciso pedir que ele pare. É patético, constrangedor”. O artista até hoje segue em apologia na tevê, de “Zeca-feira” e criações mirabolantes afins. Talvez acuado, ele costuma exacerbar a autodefesa, mas admite que o assunto o chateia. “A gente faz tanto disco bacana, ninguém fala porra nenhuma.” Tal situação é fruto de uma inversão de que Zeca é vítima, mas pela qual também é co-responsável. A publicidade não inventou o Zeca “biriteiro”, ostensivo em cada um dos 18 discos que lançou desde 1986. A sombra marqueteira se apoderou dele, a ponto de falseá-lo como se só se preocupasse com isso. Tributário de uma linhagem que inclui o nobre Monarco como influência e Beth Carvalho como madrinha, Zeca é fértil em lançar sambas que abordam problemas sociais, menores abandonados, atitudes não-violentas, sátira comportamental, o viés democratizante da pirataria. Diluiu e desenvolveu o samba rumo ao partido-alto, ao fundo de quintal. Dá guarida a uma galeria de compositores suburbanos e desconhecidos. “Torço sempre para que o cara que está fodido traga um samba perfeito”, explica. O excesso é característica onipresente em sua obra, mas não se refere só à bebida. Seus discos fazem pensar nos versos de Roberto e Erasmo Carlos que perguntavam será que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?, por entre alusões abundantes a comida, sexo, amor e uma ou outra referência velada a drogas ilícitas. Até nisso sua obra é idêntica à sua casa e, provavelmente, à sua vida. “Não completei o segundo grau, não pude estudar, fui fazer escola de música aos 18 anos. Aí eu já bebia, fumava, já estava perdido”, evoca. Escorregadio quanto ao tema cerveja, mostra que não é acrítico em relação ao que vê na mídia: “Não sou contra nada, mas hoje em dia tudo tem de falar de sexo. Você liga a tevê, sua filha está ali, ‘ué, pai, ele não estava com não sei quem?’ Para a gente que vem da ignorância, é outro choque. Como explicar para os filhos, se a gente não sabe nem para a gente mesmo?” Antes de partir, o repórter almoça, na “ala feminina”, angu com miúdos, maionese e um saboroso porco curtido três dias na própria banha. Jean, o taxista da volta, mora na mesma rua que o cantor famoso e conta que nem mesmo nas fases de baixa Zeca deixou de levar ovos de chocolate para seus três filhos. O carro passa pela escolinha de futebol do Fluminense e por cartazes de “Zeca Pagodinho e Banda Calypso na vaquejada”, de “Jackson Lima, o prostituto do forró” e do político peemedebista que afirma que “Caxias nunca viu tanta obra”. Vários Brasis convive ali, em contraste e harmonia simultâneos, sob a sombra e os sons do prefeito informal de Xerém. - Pedro Alexandre Sanches, Carta Capital, 4/4/2008.
Eleição 2008: Segundo Ibope, Marta abriu vantagem de oito pontos
A petista obtém entre 31% e 35%, dependendo do cenário; Intenção de voto atribuída a Alckmin vai de 23% a 27%; Kassab tem 14%; num cenário sem Alckmin, vai a 19%; Gestão municipal é avaliada como ótima ou boa por 32%; Tucano pede rapidez ao PSDB e busca apoio em Brasília. Sob encomenda da Associação Comercial do Estado de São Paulo, o Ibope realizou uma sondagem eleitoral na cidade de São Paulo. Captou a intenção de voto dos paulistanos entre os dias 20 e 23 de março. O resultado é, sob todos os ângulos, desfavorável a Geraldo Alckmin (PSDB). Montaram-se três cenários. Nos dois em que Alckmin figura na lista de candidatos, Marta Suplicy (PT) o supera com uma vantagem de oito pontos: 31% a 23% ou 35% a 27%, quando são excluídos do rol de candidatos Paulo Maluf (PP) e Luiza Erundina (PSB). Gilberto Kassab (DEM), figura com 14% num cenário e com 16% noutro. Ibope
Machetes do dia
- Jornal do Brasil: PF investigará vazamento
- Folha de S. Paulo: PF quer investigar vazamento do dossiê
- Estadão: Senado deve instalar nova CPI dos Cartões
- O Globo: Dilma agora aciona PF só para apurar vazamento
- Gazeta Mercantil: Agenda econômica iniciada em 1989 continua igual, diz Collor
- Correio Brasiliense: Casa Civil já admite acionar PF
- Valor: Oposição européia ameaça projeto brasileiro do etanol
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- O Globo: Dilma agora aciona PF só para apurar vazamento
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- Correio Brasiliense: Casa Civil já admite acionar PF
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sexta-feira, 4 de abril de 2008
Cinema: Rolling Stones - Shine a Light
Sinopse: Filmado em Nova York, o documentário segue um show especial da banda Rolling Stones, mostrando também bastidores e trechos de entrevistas antigas do grupo, que existe desde 1962.
O veterano cineasta Martin Scorsese e os Rolling Stones têm muito em comum – são sessentões, da mesma geração que nasceu no pós-guerra e tentou mudar o mundo pela política, pela arte ou pela chamada revolução sexual.
Como todos os animais muito experientes, todos eles, diretor e músicos, dominam seu metiê, trazem na pele as marcas de sua vivência e têm suas manhas. Juntos, eles fizeram este documentário cheio de energia, celebratório da espantosa longevidade da banda inglesa, mas nunca banal. Tudo é profissional nos mínimos detalhes em benefício da qualidade do filme, que fãs assistirão com prazer e detratores terão dificuldades para destruir.
Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts tocam juntos desde 1962. O quarto integrante da formação atual, Ron Wood, entrou na banda em 1974. Uma convivência ininterrupta de décadas que os torna uma das bandas mais antigas do mundo, senão a mais antiga mesmo. No palco, todos esguios, com rugas que traem não só a idade como experiências em todas as direções, principalmente as ilegais e mal-comportadas, eles têm demonstrado nesse tempo todo um inesgotável apetite pelo palco e por turnês mundiais, que nunca pararam de fazer. Haverá quem diga que isto é mero amor ao dinheiro. Ao vê-los tocar, fica difícil acreditar que eles também não estejam se divertindo, e muito. Até porque já têm dinheiro de sobra para parar com isso.
Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts tocam juntos desde 1962. O quarto integrante da formação atual, Ron Wood, entrou na banda em 1974. Uma convivência ininterrupta de décadas que os torna uma das bandas mais antigas do mundo, senão a mais antiga mesmo. No palco, todos esguios, com rugas que traem não só a idade como experiências em todas as direções, principalmente as ilegais e mal-comportadas, eles têm demonstrado nesse tempo todo um inesgotável apetite pelo palco e por turnês mundiais, que nunca pararam de fazer. Haverá quem diga que isto é mero amor ao dinheiro. Ao vê-los tocar, fica difícil acreditar que eles também não estejam se divertindo, e muito. Até porque já têm dinheiro de sobra para parar com isso.
Scorsese, um cineasta bem mais conhecido por seus filmes de ficção, como Os Infiltrados, que lhe deu, finalmente, um merecido Oscar de direção em 2006, não é um estranho no mundo da música pop. Ao longo da carreira, assinou alguns elogiados documentários musicais. O primeiro deles foi em 1978, O Último Concerto de Rock, que focalizava a última apresentação da The Band, que acompanhou Bob Dylan.
Exemplos mais recentes do gênero foram o episódio Feel Like Going Home, da série The Blues (2003), lançada em DVD no Brasil, e No Direction Home: Bob Dylan (2005).
Exemplos mais recentes do gênero foram o episódio Feel Like Going Home, da série The Blues (2003), lançada em DVD no Brasil, e No Direction Home: Bob Dylan (2005).
Gravado no histórico Beacon Theatre, em Nova York, este novo filme segue um show de encomenda, que veio de ninguém menos do que o ex-presidente Bill Clinton, num evento para levantar fundos para uma ONG à qual ele é ligado.
Esta conotação política ganha um tempero especial neste momento em que a mulher de Clinton, a senadora Hillary Clinton, disputa acirradamente uma indicação à candidatura presidencial pelo Partido Democrata. Mas, na verdade, este contexto não está no filme. Pesa mais a atmosfera familiar caipira do clã Clinton, criando-se momentos especialmente hilariantes quando o ex-presidente insiste em apresentar um sobrinho de 12 anos aos roqueiros e, mais ainda, quando o atraso de sua sogra provoca a demora do início do show.
Quando finalmente chega dona Dorothy, mãe de Hillary, ela é recebida com ironia simpática, embora veladamente ácida, por Jagger: “Que bom que você chegou, Dorothy”. Finalmente, o show pode começar para o teatro lotado há muito tempo.
Esse momento “família caipira” torna-se mais irônico ainda quando se pensa no teor das canções que daqui a pouco os Stones começam a interpretar e que falam de sexo, drogas e outros assuntos que devem arrepiar os cabelos não só da simpática mãe de Hillary, mas também de boa parte da platéia predominantemente branca, bem-nutrida e bem-nascida que pagou caro para estar ali. Contradição que faz parte do show. Ou será que muitos vieram ali apenas para fotografar os roqueiros e outras celebridades presentes em seus celulares ?
Esta conotação política ganha um tempero especial neste momento em que a mulher de Clinton, a senadora Hillary Clinton, disputa acirradamente uma indicação à candidatura presidencial pelo Partido Democrata. Mas, na verdade, este contexto não está no filme. Pesa mais a atmosfera familiar caipira do clã Clinton, criando-se momentos especialmente hilariantes quando o ex-presidente insiste em apresentar um sobrinho de 12 anos aos roqueiros e, mais ainda, quando o atraso de sua sogra provoca a demora do início do show.
Quando finalmente chega dona Dorothy, mãe de Hillary, ela é recebida com ironia simpática, embora veladamente ácida, por Jagger: “Que bom que você chegou, Dorothy”. Finalmente, o show pode começar para o teatro lotado há muito tempo.
Esse momento “família caipira” torna-se mais irônico ainda quando se pensa no teor das canções que daqui a pouco os Stones começam a interpretar e que falam de sexo, drogas e outros assuntos que devem arrepiar os cabelos não só da simpática mãe de Hillary, mas também de boa parte da platéia predominantemente branca, bem-nutrida e bem-nascida que pagou caro para estar ali. Contradição que faz parte do show. Ou será que muitos vieram ali apenas para fotografar os roqueiros e outras celebridades presentes em seus celulares ?
Independente das intenções, todo mundo, vai observar a inegável e incontestada liderança de Mick Jagger na execução de algumas das músicas mais conhecidas do repertório da banda – caso de “Jumping Jack Flash”, “Brown Sugar”, “Start me Up” e “Shine a Light”, que empresta o nome ao filme. Jagger domina a cena, dançando, mexendo com a platéia e sua visivelmente, especialmente por conta do número astronômico de lâmpadas ao seu redor. Um detalhe que mereceu preocupação de Scorsese no começo do filme: “Não podemos queimar Mick Jagger!”. Por conta disso, o roqueiro vai trocar diversas vezes de figurino. Mas ninguém espere um flagrante de sua nudez nos bastidores. Afinal, os roqueiros são produtores executivos do filme.
O guitarrista Keith Richards também exercita o seu pouco ouvido lado de cantor em duas canções, “You Got the Silver” e “Connection”. Fora isso, os Stones dividem o palco com artistas como a cantora latina Christina Aguilera (superando incrivelmente a sua persona neste momento), o jovem roqueiro Jack White e o bluesman Buddy Guy. Com este último, Jagger cria um momento mágico quando canta com ele “Champagne and Reefer”.
O guitarrista Keith Richards também exercita o seu pouco ouvido lado de cantor em duas canções, “You Got the Silver” e “Connection”. Fora isso, os Stones dividem o palco com artistas como a cantora latina Christina Aguilera (superando incrivelmente a sua persona neste momento), o jovem roqueiro Jack White e o bluesman Buddy Guy. Com este último, Jagger cria um momento mágico quando canta com ele “Champagne and Reefer”.
Para quem assiste o filme no cinema, a sensação é de estar dentro do palco praticamente durante as duas horas de duração do filme. O tamanho relativamente pequeno deste teatro permitiu condições especiais para a filmagem, como a colocação de dezesseis câmeras em todos os cantos do local – nas entradas para o palco, no meio do público e num mezanino superior. Vários diretores de fotografia renomados conduziram estas câmeras, como foi o caso de Albert Maysles, diretor de outro famoso documentário sobre os Stones, Gimme Shelter (1970). Outros integrantes desse dream team da fotografia foram Stuart Dryburg, Robert Elswit, Ellen Kuras e Emmanuel Lubezki.
Entre as músicas, intercalam-se trechos da preparação dos Stones para sua turnê “A Bigger Band” (que passou pelo Brasil em 2006) e de algumas de suas entrevistas antigas. Numa conversa em 1972, Dick Cavett pergunta a Jagger se esperava estar ainda tocando aos 60 anos e ele responde: “Sim, facilmente”. Um comentário mais do que profético.
Compreensivelmente, não há grandes revelações. A esta altura, que segredos podem esconder os ágeis e midiáticos dinossauros do rock? Entre no clima, bata o pé e aproveite enquanto eles estão por aí. - Neusa Barbosa, Cineweb.
Entre as músicas, intercalam-se trechos da preparação dos Stones para sua turnê “A Bigger Band” (que passou pelo Brasil em 2006) e de algumas de suas entrevistas antigas. Numa conversa em 1972, Dick Cavett pergunta a Jagger se esperava estar ainda tocando aos 60 anos e ele responde: “Sim, facilmente”. Um comentário mais do que profético.
Compreensivelmente, não há grandes revelações. A esta altura, que segredos podem esconder os ágeis e midiáticos dinossauros do rock? Entre no clima, bata o pé e aproveite enquanto eles estão por aí. - Neusa Barbosa, Cineweb.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Debates sobre mudança climática em Bangcoc são marcados por nervosismo
O nervosismo emergiu nesta quarta-feira (2) nas mesas-redondas realizadas na reunião sobre mudança climática que a ONU supervisiona em Bangcoc. O objetivo é programar um calendário das negociações para um tratado para o período do pós-Kyoto, em 2012."Eu acho que é bastante normal em um casamento de recém-casados que surja certo grau de nervosismo", disse o secretário-executivo da Convenção do Clima, Yvo de Boer, aos jornalistas na capital da Tailândia. De Boer se referia como um "casamento" ao acordo alcançado por todas as partes, incluindo os Estados Unidos, na Conferência de Bali, realizada em dezembro, para negociar um pacto mais completo e ambicioso que o de Kyoto pelos próximos dois anos. Apesar da preocupação latente entre as delegações dos países industrializados e os emergentes sobre suas propostas e compromissos, De Boer afirmou estar "muito animado sobre como as coisas estão acontecendo". Os debates nas instalações da Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico em Bangcoc incluíram hoje uma mesa-redonda sobre a emissão de gases poluentes, os mecanismos de limpeza e a coordenação na aplicação dos acordos. Além disso, foram realizadas a portas fechadas reuniões do Grupo dos 77 (G77) e China, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da Aliança dos Pequenos Estados Insulanos e do Grupo dos Países Menos Desenvolvidos, entre outros. Datas e temas - As deliberações, que começaram segunda-feira (31) em Bangcoc, devem terminar na sexta-feira (4) com um programa que inclua o calendário e os temas a serem negociados para conseguir que, na conferência de Copenhague, em 2009, seja possível obter um acordo internacional melhor contra o aquecimento global que o de Kyoto. As negociações devem levar em conta a necessidade de que os países industrializados reduzam até 2020 suas emissões de gases poluentes entre 25% e 40% em relação aos níveis de 1990, segundo recomendam os especialistas da ONU. A UE (União Européia), que lidera em Bangcoc a frente mais ambiciosa na luta contra a mudança climática, aprovou em 2007 de forma unilateral reduzir em 20% suas emissões de CO2 (dióxido de carbono) até 2020. - Ambiente Brasil, ontem.
Saneamento ajuda desempenho escolar, diz pesquisa
O acesso ao saneamento básico causa um aumento de 30% no aproveitamento escolar infantil, segundo pesquisa do Instituto Trata Brasil , divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo afirma ainda que 11% das faltas cometidas por trabalhadores que habitam regiões sem saneamento estão ligadas a esse motivo. Cada R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos. Nesse contexto o programa do governo federal PAC, vem sendo visto de forma positiva para resolver parte do problema. "Com o investimento de R$ 11 bilhões por ano, reivindicado pelo setor de saneamento, calcula-se que sejam gerados 550 mil novos empregos no mesmo período". O estudo afirma que a falta de saneamento atinge 53% da população brasileira. Veja os dados completos da pesquisa em: http://www3.fgv.br/ibrecps/trata_fase2/index.htm
MANCHETES DO DIA
- Jornal do Brasil: Congresso debate sumiço do prefeito
- Folha de S. Paulo: Corte nos gastos pode chegar a R$ 30 bi
- O Globo: Sindicatos celebram com Lula liberdade para gastar
- Gazeta Mercantil: Restrição a caminhões divide setor produtivo
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- O Globo: Sindicatos celebram com Lula liberdade para gastar
- Gazeta Mercantil: Restrição a caminhões divide setor produtivo
- O Estado de S. Paulo: Fed admite recessão nos Estados Unidos
- Correio Brasiliense: Governos receberam alerta contra dengue
- Valor: Venda parcelada no cartão dispara e preocupa bancos
- Estado de Minas: Tráfico espalha o medo
- Jornal do Commercio: Chuva isola comunidades no interior
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- Jornal do Commercio: Chuva isola comunidades no interior
terça-feira, 1 de abril de 2008
Orkut tem 90% das denúncias de pedofilia na internet no Brasil, diz ONG Safernet
Cerca de 90% das denúncias de pedofilia registradas no Brasil no ano passado tinham relação com o conteúdo do Orkut, segundo um relatório divulgado pela ONG Safernet. De acordo com a organização, a postura adotada pelo Google --dono do site de relacionamentos-- em não repassar rapidamente informações sobre criminosos, contribui para esse quadro.
"Tivemos problemas com o Google nos últimos dois anos, com a dificuldade em obter informações sobre criminosos no Orkut. Isso fez com que os criminosos vissem o site como porto seguro para crimes. Contribuiu muito para a percepção de que a internet é terra de ninguém", afirma Thiago Tavares, presidente da Safernet.
Membros do Ministério Público Federal e a própria Safernet afirmam que o Google se nega a fornecer informações sobre dados de usuários, utilizadas para investigar crimes no site de relacionamentos. Entretanto, o Google diz que não se nega a disponibilizar esses dados ou a deletar comunidades, desde que haja uma determinação judicial sobre o assunto.
Segundo Tavares, a situação começou a mudar em setembro do ano passado, quando o Google se comprometeu a liberar informações sobre essas ações, mediante determinação da Justiça. "Há uma nova postura, de cumprir a legislação. Houve avanços e estamos trabalhando com eles [o Orkut]", afirma.
O Google informou que essa participação no número de denúncias já era esperado, em razão do número de usuários do Orkut no Brasil e pelo fato de a empresa estimular os usuários a comunicarem esse tipo de crime.
Denúncias em alta
No total, a Safernet recebeu 267.470 denúncias sobre pornografia infantil em 2007, uma alta de cerca de 120% em relação ao ano anterior. Para a Safernet, essa alta se deve a uma maior conscientização dos internautas em comunicar a ocorrência desse tipo de crime e ao aumento na base de usuários da rede no país.
De acordo com o presidente da ONG, no curto prazo, é preciso aperfeiçoar os mecanismos de remoção dessas páginas e de identificação dos criminosos. Mas o mais importante, segundo ele, é conscientizar os usuários. "Temos que divulgar os canais de denúncia, mostrar que a internet não é terra sem lei, que a legislação do mundo real vale para a web e que tudo o que você faz na rede é rastreado", diz ele. - Folha Online.
"Tivemos problemas com o Google nos últimos dois anos, com a dificuldade em obter informações sobre criminosos no Orkut. Isso fez com que os criminosos vissem o site como porto seguro para crimes. Contribuiu muito para a percepção de que a internet é terra de ninguém", afirma Thiago Tavares, presidente da Safernet.
Membros do Ministério Público Federal e a própria Safernet afirmam que o Google se nega a fornecer informações sobre dados de usuários, utilizadas para investigar crimes no site de relacionamentos. Entretanto, o Google diz que não se nega a disponibilizar esses dados ou a deletar comunidades, desde que haja uma determinação judicial sobre o assunto.
Segundo Tavares, a situação começou a mudar em setembro do ano passado, quando o Google se comprometeu a liberar informações sobre essas ações, mediante determinação da Justiça. "Há uma nova postura, de cumprir a legislação. Houve avanços e estamos trabalhando com eles [o Orkut]", afirma.
O Google informou que essa participação no número de denúncias já era esperado, em razão do número de usuários do Orkut no Brasil e pelo fato de a empresa estimular os usuários a comunicarem esse tipo de crime.
Denúncias em alta
No total, a Safernet recebeu 267.470 denúncias sobre pornografia infantil em 2007, uma alta de cerca de 120% em relação ao ano anterior. Para a Safernet, essa alta se deve a uma maior conscientização dos internautas em comunicar a ocorrência desse tipo de crime e ao aumento na base de usuários da rede no país.
De acordo com o presidente da ONG, no curto prazo, é preciso aperfeiçoar os mecanismos de remoção dessas páginas e de identificação dos criminosos. Mas o mais importante, segundo ele, é conscientizar os usuários. "Temos que divulgar os canais de denúncia, mostrar que a internet não é terra sem lei, que a legislação do mundo real vale para a web e que tudo o que você faz na rede é rastreado", diz ele. - Folha Online.
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