A Justiça recebeu ontem a denúncia do Ministério Público de Guarulhos, na Grande São Paulo, contra as 23 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha responsável pela venda ilegal de 1.596 CNHs na Ciretran de Ferraz de Vasconcelos (Grande SP). O grupo foi alvo da Operação Carta Branca, realizada no dia 3 com a Polícia Rodoviária Federal.
A Justiça ainda determinou a prisão preventiva de 20 dos 23 acusados -19 deles já estavam na prisão temporariamente e Marcelo Pires Felizi, marido da dona de uma das auto-escolas envolvidas, é procurado da Justiça. As acusações são de falsificação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dois delegados da Polícia Civil de São Paulo -Juarez Pereira Campos e Fernando José Gomes, que estão presos- estão entre os réus, juntamente com psicólogas, uma médica, donos de auto-escolas, despachantes e donos de posto de combustível e loja de carros.
Segundo o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira, do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público de Guarulhos, entre abril de 2007 e março de 2008, foram realizados 7.439 exames práticos para emissão de CNHs na Ciretran de Ferraz, mas, no período, o órgão emitiu 36.939 carteiras.
Ainda ontem, o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Freire, afastou o delegado Nelson Silveira Guimarães do cargo de divisionário do Detran.
Dentro da polícia, o afastamento é visto como retaliação da cúpula da Polícia Civil pelas denúncias que o delegado fez sobre um possível favorecimento do ex-secretário adjunto da Segurança Pública, Lauro Malheiros Neto, para o investigador Augusto Peña, preso em abril acusado de extorquir dinheiro de supostos membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Desde ontem, o delegado Carlos José Ramos da Silva, o Casé, ex-chefe da Polícia Civil na região de Ferraz, passou a ser investigado por envolvimento no esquema das CNHs. Casé foi afastado do cargo de seccional em 21 de maio. Ele não foi localizado ontem. - Folha de S. Paulo, hoje.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
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