O Linux é considerado o principal concorrente do Windows, da Microsoft. Mas sua participação no mercado de computadores de mesa e portáteis é muito pequena. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, que ouviu empresas médias e grandes no Brasil, o Linux tem menos de 2% de participação nos computadores de mesa, mesmo com 18% dos servidores. O sistema operacional é um software livre, que pode ser modificado, copiado e usado sem o pagamento de licenças. As empresas de Linux sobrevivem com a venda de serviços agregados ao software.
Para João Pereira da Silva Jr, presidente da Insigne, empresa brasileira que fornece Linux para fabricantes de PCs, o principal obstáculo não é a Microsoft. "Nós temos três inimigos: o vendedor mal-informado, o técnico mal-intencionado e o amigo que pensa que entende de computador", disse. Apesar de pequeno, o mercado de computadores com Linux começa a ficar interessante para as empresas. A Insigne acaba de comemorar 1,2 milhão de PCs vendidos com a sua distribuição de Linux, em oito anos de existência. Seiscentos mil foram vendidos nos últimos 12 meses. A empresa atende a sete fabricantes, que incluem Semp Toshiba, Novadata, Aiko e CCE. O software é de graça, mas a Insigne recebe do fabricante pelo suporte que oferece ao consumidor.
Quando o governo federal anunciou o programa Computador para Todos (na época, chamado PC Conectado), muitos previram um grande incentivo ao Linux no computador de mesa. Não aconteceu. O governo ofereceu condições especiais de financiamento para um modelo com Linux, mas o benefício fiscal serviu para toda a indústria, independentemente do sistema operacional.
Um dos argumentos usados contra o Linux é que as pessoas não estão acostumadas com ele e, por causa disso, têm dificuldade de usar. Tem gente que liga para a central de atendimento reclamando que a internet não funciona, e nós temos de dar para eles a triste notícia de que precisam contratar banda larga e provedor.
Quem também está de olho nesse mercado é a Canonical, responsável pela distribuição do Ubuntu. Criado pelo multimilionário e astronauta sul-africano Mark Shuttleworth, o Ubuntu tem como lema "Linux para seres humanos". Ou seja, o objetivo de Shuttleworth foi criar uma versão fácil de instalar e de usar, para tirar do Linux a imagem de sistema operacional para pessoas com conhecimento técnico. Fábio foi contratado há um ano, com dois objetivos principais: ampliar a presença do Ubuntu nas empresas e fechar acordos com fabricantes locais de computadores. Fora do Brasil, a Canonical tem acordo com empresas como a Dell, que vende computadores com o Ubuntu nos EUA, Índia e China. - Renato Cruz, Agestado.
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