quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Corinthians empata com o Brasiliense e interrompe série de vitórias
O resultado pouco mudou a situação do time paulistano na Série B do Campeonato Brasileiro. A equipe continua na liderança, com 55 pontos, e tem uma confortável vantagem para o fim da zona de acesso para a primeira divisão: o Bragantino, quinto, soma 42.
O Corinthians tentava sua sétima vitória seguida para superar os seis triunfos consecutivos obtidos logo nas primeiras rodadas da competição e que ajudaram a equipe a embalar na disputa por uma vaga na elite.
Recuperados de contusão, o atacante Dentinho e o lateral-esquerdo Wellington Saci foram relacionados pelo técnico Mano Menezes para o jogo. O atacante Otacílio Neto, contratado em agosto, foi chamado pela primeira vez e estreou.
No entanto, nenhum dos três atletas começou a partida. O treinador não escalou o lateral Alessandro e o meio-campista Douglas, suspensos. Outros desfalques foram o volante Nilton e o atacante Bebeto, que estão machucados.
Por opção da torcida, o time de Mano foi a campo com a camisa roxa.
Economia brasileira é a 4ª menos vulnerável entre emergentes
Luz para Todos tira da escuridão mais de 8,4 milhões de brasileiros
O avanço do programa iluminou o mapa da exclusão elétrica no Brasil, sobretudo nas regiões mais pobres do País. Em 2003, as famílias sem acesso à energia eram majoritariamente de baixa renda e residiam nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Cerca de 90% dessas famílias tinham renda inferior a três salários-mínimos e 80% delas viviam no meio rural.
Por conta disso, ao lançar o Luz para Todos, o governo deixou claro que, mais do que levar energia elétrica às residências, o programa deveria funcionar como vetor de desenvolvimento social e econômico das comunidades atendidas, contribuindo para a redução da pobreza e aumento da renda familiar. Outra determinação era fazer do Luz para Todos um fator de integração dos programas sociais do governo federal, ao viabilizar indiretamente o acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento de água e saneamento.
Na medida em que as ações foram implementadas, o governo descobriu que o número de excluídos elétricos era maior que o projetado pelo censo do IBGE do ano 2000, documento que serviu de referência para a elaboração do programa. Resultado: em pelo menos 11 Estados o Luz para Todos já executou um número de ligações maior que a meta inicial e em algumas regiões, em função do aumento da demanda, a etapa final será prorrogada para 2010.
“O Luz para Todos não é apenas um programa de eletrificação rural, mas de inclusão social, onde cada beneficiado acende um brilho na lâmpada e outro nos olhos. É um brilho muito especial, de alegria, de felicidade, de dignidade e de cidadania, que nos motiva a enfrentar todas as dificuldades do dia-a-dia”, declara o diretor do programa, Hélio Morito Shinoda.
Capilaridade - A dimensão do programa Luz para Todos é ilustrada pelos números do balanço de agosto de 2008. As ações são desenvolvidas simultaneamente nos 26 Estados da Federação, nos quais já foram realizadas 1,6 milhão de ligações residenciais e gerados 253 mil empregos diretos e indiretos. As redes de energia receberam 599 mil novos transformadores e 3,9 milhões de postes foram instalados nas diferentes regiões do País. O total de 747 mil quilômetros de cabos elétricos utilizados nas ligações até agora é suficiente para cobrir uma extensão equivalente a 18 voltas na Terra.
Metade dos 8,4 milhões de beneficiados até agosto de 2008 reside na região Nordeste. No Sudeste, região mais industrializada do País, foram atendidas 1,6 milhão de pessoas. Na região Sul, outras 686 mil. O Centro-Oeste aparece com 586 mil beneficiados e a região Norte com 1,3 milhão de atendidos. O cumprimento da meta inicialmente prevista significará retirar da escuridão um número de pessoas equivalente à população de Portugal.
Investimentos – Até o mês de agosto, o governo federal liberou R$ 5,6 bilhões de um total de 8,1 bilhões contratados. Os recursos federais são provenientes de dois fundos setoriais de energia: a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Reserva Global de Reversão (RGR). Os recursos subvencionados visam mitigar possíveis impactos nas tarifas de energia. - Em questão.
Manchetes do dia
O Estado de S.Paulo: BCs socorrem bancos com US$ 210 bi
Jornal do Brasil: US$ 375 bi contra a crise
O Globo: EUA estatizam 3ª maior seguradora do mundo
Gazeta Mercantil: Fed mantém taxa de juros e acalma ânimo dos mercados
Valor Econômico: Todo o mercado olha para a AIG
Correio Braziliense: A crise a caminho do seu bolso
Estado de Minas: Granizo destrói casas e espalha medo em Minas
Jornal do Commercio: Médicos acordo fechado
Correio do Povo: Trégua na crise global
Zero Hora: EUA socorrem gigante do seguro para evitar colapso
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Lula é aprovado por todos segmentos sociais
Machetes do dia
O Estado de S.Paulo: Conflito na Bolívia mata 8 e corta fornecimento de gás
Jornal do Brasil: Campanha com tropas, mas sem os candidatos
O Globo: Tropas ocupam 5 favelas no início da operação eleitoral
Gazeta Mercantil: Corte de gás da Bolívia expõe falhas do setor
Valor Econômico: Bolívia rejeita mediação brasileira para conflito
Correio Braziliense: O vizinho explosivo: Governo já tem plano para retirar brasileiros da Bolívia
Estado de Minas: Conflito na Bolívia mata 8 e corta fornecimento de gás
Jornal do Commercio: A dor de uma cidade
Diário do Nordeste: PMs e agentes acusados de facilitar fuga no IPPS
A Tarde: Desembargadores libertam suspeitos de vender sentenças
Correio do Povo: Morte e mais destruição no 2º dia de temporais
Zero Hora: Escombros e desolação
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
DataFolha: Marta lidera, com 40%, Kassab chega a 18% e empata com Alckmin, que tem 22%
Corinthians bate Fortaleza pela 4ª vez e amplia vantagem na Série B
Com a vitória, a equipe de Mano Menezes chega a 51 pontos, como líder isolado da divisão de acesso do Brasileiro. O Corinthians assim amplia a vantagem na liderança, que era de seis pontos para o Avaí, e agora é de sete para o Vila Nova.
Nesta temporada, o time paulistano já havia enfrentado o Fortaleza em três ocasiões --duas pela Copa do Brasil e uma pelo primeiro turno da Série B-- e vencido todas elas.
O Corinthians abriu o placar em uma cobrança de pênalti, originada em uma jogada de dois dos meias. Aos 21min, Morais cruzou da direita e Douglas, ao tentar chegar na bola, foi derrubado por trás. Chicão bateu e converteu.
O segundo gol foi resultado de um chute certeiro, mas do zagueiro do Fortaleza. Bebeto recebeu na área, e, marcado por um zagueiro, tentou dominar. A bola espirrou para o lado, e o zagueiro Preto chegou rasgando e chutou contra sua própria meta.
Com a vantagem construída na primeira etapa, o Corinthians começou o segundo tempo tentando administrar sua vantagem. Mas viu seu domínio ameaçado aos 9min, com um gol de cabeça do atacante Bambam --que entrou no intervalo pelo lado do Fortaleza.
Em uma bela jogada, o alvinegro do Parque São Jorge voltou a afirmar sua liderança. Em um lance de persistência, Elias cruzou na área, o jovem atacante Careca escorou de cabeça e André Santos pegou de primeira, em um sem-pulo, e ampliou.
Base de Lula lidera em 20 das 26 capitais
Isso tem uma razão: em 20 das 26 capitais em que há eleição, candidatos que apóiam o Palácio do Planalto aparecem mais bem colocados que oposicionistas em pesquisas de opinião.
Em 2004, no segundo ano do seu primeiro mandato, apenas 11 aliados de Lula saíram vencedores no pleito municipal. Este ano, com o aumento da avaliação positiva do governo e também dos partidos que integram a base aliada no Congresso, há pelo menos 15 casos de embates para ter ou, pelo menos, evitar o apoio explícito de Lula na propaganda eleitoral.
O deputado federal Sarney Filho (PV-MA) atuou nos últimos 15 dias para convencer Lula a não ir à Natal, onde, até agora, Micarla Souza (PV) aparece na frente de Fátima Bezerra (PT), segundo pesquisa do Ibope divulgada em 29 de agosto.
Apesar de contar com o apoio do líder oposicionista no Senado, José Agripino (DEM-RN), Micarla gosta de lembrar que é candidata da base de Lula. "Ela não quer confronto entre o governo e a oposição. No Nordeste, qualquer candidatura contrária a Lula leva desvantagem", afirmou Agripino.
Prováveis adversários de Agripino em 2010, a governadora Wilma Faria (PSB) e o atual presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB), apelaram para Lula ir à Natal tentar levantar a candidatura de Fátima. "Foi difícil, mas conseguimos fechar uma data no dia 19", diz Garibaldi.
Em Aracaju, o senador Almeida Lima (PMDB-SE) trabalha contra a ida de Lula à capital, onde ele disputa a prefeitura contra Edvaldo Nogueira (PC do B-PT).
"Lula sabe que, no Senado, ele conta com 20 senadores do PMDB enquanto o PC do B só tem um", disse Almeida Lima. - Folhaonline
Manchetes do dia
O Estado de S.Paulo: Oposição vai à Justiça contra ajuda eleitoral de Dilma ao PT
Jornal do Brasil: Indústria de ONGs cresce há seis anos
O Globo: Candidatos prometem livrar vans da fiscalização do Detro
Gazeta Mercantil: Até 2012, Brasil ganha 3º lugar em celulose
Valor Econômico: Nova múlti brasileira, Magnesita compra LWB
Estado de Minas: Sonho de ficar rico no exterior vira pesadelo
Jornal do Commercio: Triplo homicídio no Espinheiro
Correio do Povo: Fogaça lidera e Maria do Rosário e Manuela empatam em segundo
Zero Hora: Justiça eleitoral rejeita 209 candidaturas no Rio Grande do Sul
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Bolsa Família estimula participação no mercado de trabalho
O Consea foi criado em 2003 para articular governo e sociedade civil na proposição de diretrizes para as ações na área da alimentação e nutrição. O Conselho faz uma avaliação das políticas desenvolvidas pelo governo federal, como o Bolsa Família, que atende cerca de 11 milhões de famílias. Duas pesquisas recentes apontam bons resultados do programa.
Mercado de trabalho – O Bolsa Família estimula a participação no mercado de trabalho e funciona como um microcrédito para pequenos empreendedores, segundo um estudo do Centro Internacional de Pobreza, uma instituição de pesquisa do PNUD das Nações Unidas, em parceria com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Publicado em inglês, o trabalho Programas de Transferência de Renda Focados no Brasil (Targeted Cash Transfer Programmes in Brasil) baseia-se em dados da PNAD 2004 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE) para concluir que, para pessoas de uma mesma faixa de renda, a presença no mercado de trabalho é maior entre os beneficiários do Bolsa Família.
Os pesquisadores Marcelo Medeiros, Tatiana Britto e Fabio Veras Soares, autores do estudo, observaram que, no grupo dos 10% mais pobres do Brasil, a porcentagem de pessoas que trabalhavam ou procuravam trabalho era de 73% entre os que recebiam o Bolsa Família e de 67% entre os que não recebiam. Na parcela de 10% a 20% mais pobres, 74% dos beneficiários pelo programa de renda eram economicamente ativos, contra 68% entre os não-beneficiados. No grupo seguinte (20% a 30% mais pobres), a taxa era de 76% para atendidos e de 71% para não-atendidos. “A noção de que programas de transferência são um desincentivo ao trabalho é mais baseada em preconceito do que em evidências empíricas. Dados recentes da PNAD mostram que indivíduos vivendo em casas beneficiadas pelo Bolsa Família trabalham tanto, senão mais, que indivíduos com renda per capita similar”, diz o texto.
A análise apresenta ainda números de um estudo publicado em 2006 pelo Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais), que reforçam esse ponto de vista: a taxa de participação no mercado de trabalho de adultos em famílias atendidas pelo Bolsa Família é 3% maior do que em famílias não-atendidas. Esses resultados indicam que o dinheiro da transferência de renda pode ser usado para superar obstáculos de entrada em alguns mercados, como a necessidade de capital de giro e estoques para um vendedor de rua. Nesse sentido, o autônomo teria comportamento semelhante ao de empresários que recebem empréstimos.
Alimentação é prioridade – O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) entrevistou cinco mil titulares do Bolsa Família e constatou que o recurso é utilizado, principalmente, na compra de alimentos. Nestes domicílios, também aumentou de forma acentuada o consumo de cereais, leite, carnes e frutas, principalmente nas regiões mais pobres e locais onde a insegurança alimentar é maior. De acordo com a pesquisa do Ibase, para 87% das famílias o gasto com a alimentação é o principal destino dos recursos do Programa. Em seguida, o dinheiro, segundo os beneficiários, é utilizado na compra de material escolar (46%), vestuário (37%) e remédios (22%).
A pesquisa “Repercussão do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional das Famílias Beneficiárias” foi aplicada nos meses de setembro e outubro de 2007 em 229 municípios de todas as regiões brasileiras. O levantamento mostra que 94% dos titulares do cartão são mulheres, 78% vivem na área urbana, 65% são pretos ou pardos e 81% sabem ler e escrever. Em 46% dos domicílios a renda mensal total é inferior a um salário mínimo.
Em relação ao acesso a alimentos, cerca de 70% afirmaram que a quantidade e a variedade dos produtos consumidos aumentaram. Já 63% disseram que cresceu a compra de alimentos que as crianças gostam. Além disso, 76% , 68% e 61%, respectivamente, declararam que expandiu o consumo de cereais, leite e carnes. A quantidade de alimentos elevou-se mais entre as famílias com insegurança alimentar grave.
Desmatamento na Amazônia cai 62,8% em julho
Anatel fixa em R$ 4,00 o valor máximo pela portabilidade
A portabilidade começa a ser implementada a partir de hoje, 1º de setembro, nas localidades com códigos nacionais 14 (São Paulo), 17 (São Paulo), 27 (Espírito Santo), 37 (Minas Gerais), 43 (Paraná), 62 (Goiás), 67 (Mato Grosso do Sul) e 86 (Piauí), que totalizam 17,5 milhões de assinantes (10% dos acessos em serviço no Brasil).
Todo o Brasil estará coberto pela portabilidade nas telefonias móvel e fixa a partir de 1º de março de 2009. Até 10 março de 2010, as operadoras terão prazo máximo de cinco dias úteis para atender a solicitação do usuário. Dessa data em diante, o prazo será de três dias úteis.
Participaram da entrevista coletiva o presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Mota Sardenberg, e os conselheiros Pedro Jaime Ziller de Araújo e Plínio de Aguiar Júnior.
Na avaliação do presidente da Anatel, a portabilidade é um estímulo à competição, à redução nos preços e à melhoria na qualidade do atendimento ao usuário.
Brasil já possui 220 mil milionários, mostra pesquisa
Produção industrial sobe em dez de 14 regiões
Inflação para baixa renda é a menor desde junho de 2006
Lula decide privatizar Galeão e Viracopos
Manchetes do dia
O Estado de S.Paulo: Lula autoriza plano para privatizar Galeão e Viracopos
Jornal do Brasil: As tropas vêm aí
O Globo: Lula aceita idéia de Cabral e decide privatizar Galeão
Gazeta Mercantil: Investidor foge do risco e causa queda de 3,96% na Bovespa
Valor Econômico: Pessimismo mundial atinge bolsas e dólar vai a R$ 1,722
Correio Braziliense: Erro leva médicos do DF a júri popular
Estado de Minas: Sindicatos vão à luta por gatilho salarial
Jornal do Commercio: Médicos dão trégua
Correio do Povo: Nestlé anuncia 2ª fábrica no RS
Zero Hora: Negócios da Expointer já superam recorde de 2007
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Governo Federal apresentará em Angola seu Portal do Software Público
Além da apresentação sobre a organização e o funcionamento dessa iniciativa, prevista para o primeiro dia do evento, também serão realizadas reuniões entre o governo brasileiro e o angolano para tratar de ações de compartilhamento e colaboração de soluções entre os dois países.
O Portal do Software Público é coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento. Na avaliação do coordenador do portal, Corinto Meffe, a experiência de compartilhamento inaugurada pelo governo brasileiro tem chamado atenção de outros países. “Não se trata somente de disponibilização de soluções, mas de uma preocupação com o todo o ecossistema que envolve a produção de softwares, ou seja, com a demanda por soluções, por prestadores de serviço e pela cadeia de desenvolvimento”, destacou Meffe.
A experiência do Portal do Software Público Brasileiro também será apresentada neste ano em eventos na Argentina, Peru e Venezuela. A iniciativa conta com mais de 22 mil usuários, 15 soluções disponibilizadas e mais de 110 prestadores de serviços já cadastrados.
Outra iniciativa brasileira que estará em destaque no Fórum em Luanda é do Mercado Público Virtual (www.mercadopublico.gov.br). O espaço é coordenado pelo Programa das Nações Unidas (PNUD), em parceria com a SLTI, e foi organizado para facilitar o acesso aos prestadores de serviço para as soluções públicas e livres que se encontram no Portal do Software Público. A intenção é fortalecer o contato entre o usuário que demanda por determinada solução e a oferta de serviços.” - Coordenação do Portal do Software Público (guialivreΘplanejamento·gov·br)
Presidente Lula reajusta em 8% benefícios do Bolsa Família
Nas famílias com renda per capita entre R$ 60 e R$ 120, o benefício é de R$ 18 --limitado a três crianças e adolescentes --que subirá para R$ 20. O valor máximo do benefício vai saltar de R$ 172 para R$ 182 àquelas famílias com renda até R$ 60, com mais de três filhos que recebem o benefício para básico, além de dois jovens matriculados regularmente nas escolas.
O benefício do tipo que considera o número de adolescentes por família é no valor de R$ 30. É pago a todas as famílias ligadas ao programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos freqüentando a escola. Cada família pode receber até dois benefícios variáveis vinculados ao adolescente, ou seja, até R$ 60.
Com o reajuste, todos os beneficiários do programa terão aumentos --uma vez que os valores pagos pelo programa variam atualmente de R$ 18,00 a R$ 172,00, de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes até 17 anos.
Pedágio nas rodovias paulistas sobe até 20%
Crédito atinge R$ 1 trilhão em maio e chega a 36,5% do PIB
Cai o risco de racionamento de energia em 2009 e 2010
Infra-estrutura deve receber R$ 86,6 bilhões este ano
Manchetes do dia
Agora S.Paulo: Pedágios nas estradas paulistas sobem 11,5% na terça-feira
O Estado de S.Paulo: Donos da Varig têm dívida de R$ 377 milhões com a União
Jornal do Brasil: Exército esconde dados sobre tráfico
O Globo: Juiz pára obra de Crivella por uso eleitoral e o Exército sai
Gazeta Mercantil: Petrobras admite criação de sociedade para explorar pré-sal
Valor Econômico: Indústria de fertilizantes antecipa investimentos
Estado de Minas: Violência viaja para o interior
Jornal do Commercio: Brasil é 3º país com maior crescimento de fortunas
Correio do Povo: Morre Ruth Cardoso
Zero Hora: Sindicância do governo do Estado responsabiliza 47 por fraude no Detran
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Cinema: Antes Que o Diabo Saiba que Você Está Morto
Protagonizado por Albert Finney, Philip Seymour Hoffman e Ethan Hawke, este é um drama familiar que se esconde sob a aparência de filme policial. A trama é apresentada fora da ordem cronológica, com letreiros indicando um período que vai desde quatro dias antes de um assalto até uma semana depois dele. A ação que desencadeia a narrativa é o roubo de uma joalheria. Seria algo até ordinário, não fosse o fato de o golpe ser planejado pelos filhos dos proprietários.
Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto é a narrativa de uma descida ao inferno, do ponto de vista espiritual, moral e físico, de uma família aparentemente normal. A grandiosidade com que os temas são abordados – em especial a lealdade e a traição – dá um tom sombrio, que conduz a questionamentos de grandes proporções. O roteiro é assinado pelo estreante Kelly Masterson – um ex-franciscano que parece conhecer bem o conflito entre as coisas mundanas e os dilemas morais.
As relações entre os personagens são reveladas aos poucos, expondo uma rede de traições e mentiras dentro da família. Andy (Hoffman) trabalha numa grande empresa imobiliária, mas as coisas não andam muito bem. Um dinheiro extra viria a calhar. Ele chama o irmão Hank (Hawke) para ajudar num roubo. Este, porém, fica com medo, e delega a função a um amigo. O alvo é a loja dos pais (Finney e Rosemary Harris). O plano não dá certo e começa então uma cadeia de incidentes que vão, aos poucos, destruindo a família.
Ao longo de sua carreira de quase 60 anos, Lumet tornou-se um ícone para o cinema, influenciando gerações. Seus grandes trabalhos (Rede de Intrigas, Um Dia de Cão, Serpico) aconteceram especialmente na década de 1970, a maioria deles baseados em histórias reais. Aqui, porém, ele constrói uma ficção povoada de personagens que parecem gente de verdade – embora, nenhum deles seja simpático ou tenha o mínimo de altruísmo.
Um personagem comenta meio ao acaso que ‘este mundo é um lugar mau’ – não tão ao acaso, essa afirmação é, aos poucos, comprovada. Outra máxima que ganha vida em Antes Que o Diabo Saiba que Você Está Morto é que ‘o crime não compensa’. Há muito tempo, nenhum filme provava isso com tanta propriedade. - Alysson Oliveira, Cine Web.
Partido dos Trabalhadores fará a festa no interior
O maior trunfo petista é a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, que lidera a disputa em São Paulo e pode voltar à prefeitura favorecida pelo confronto entre o candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2004, Marta foi derrotada pelo atual governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que fez da gestão municipal um trampolim para chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Agora, Marta adota a mesma estratégia, mas pode alçar vôos mais altos em 2010 se ganhar a eleição, pois passaria a ocupar o primeiro lugar na fila de possíveis candidatos petistas à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - Correio Braziliense - 23/06/2008
Manchetes do dia
O Estado de S.Paulo: Serra promove acordo e PSDB confirma Alckmin
Jornal do Brasil: Chacina deixa sete mortos no Rio
O Globo: PM começa a substituir Exército na Providência
Gazeta Mercantil: PAC e eleições impulsionam venda de asfalto
Valor Econômico: Decreto de Lula eliminará restrição a portos privados
Estado de Minas: Anel da morte: como pôr fim à carnificina
Jornal do Commercio: Previ agora é mais vendedora
Diário do Nordeste: Feirantes travam confronto com a Guarda Municipal
Correio do Povo: "Anjo de Luz" naufraga em SC e mata cinco
Zero Hora: Tolerância zero ao álcool começa com a prisão de 45 motoristas no Estado
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Novo ciclo de riquezas virá com a potência do petróleo
O regime de liberdade sindical e eleitoral propiciou ao País asfaltar o caminho no rumo do desenvolvimento ao mesmo tempo em que exigiu dos movimentos sociais posturas propositivas. "No sindicato nossa marca registrada era a contestação. Hoje todos têm que apresentar propostas", avalia o presidente Lula. Sobre as reivindicações agrárias afirma que muitos ainda não entendem que o problema agora é de natureza econômica e não mais de assentamento. "Precisamos dar condições para (os pequenos agricultores) produzirem e ganharem dinheiro. As pessoas têm que saber que ganhar dinheiro é bom." Mais uma vez, afirma que o governo se manterá distante da tramitação do projeto de substituição da CPMF. "Essa será uma decisão do Congresso e graças a Deus as instituições no Brasil funcionam exageradamente bem."
Junto com a estabilidade monetária, alcançada desde a chegada do real, a continuidade democrática começa a descobrir o Brasil como uma das grandes forças da economia mundial. "Estamos trabalhando com o cenário de que o País será a terceira ou quarta maior potência do petróleo no mundo, não somente com exportação de óleo bruto, mas sim com uma verdadeira indústria com valor agregado por trás", afirma o presidente da república.
Para aproveitar esse novo ciclo de riquezas, Lula adianta que está discutindo com sua equipe a criação de um novo fundo de combate a pobreza e investimentos
O presidente Lula recebeu os jornalistas da Gazeta Mercantil e do Jornal do Brasil na manhã de sexta-feira passada em sua sala no palácio do Planalto em Brasília
Gazeta Mercantil — Há mais de vinte anos o senhor começou uma caminhada para chegar até aqui. Do que o senhor se lembra dessa época?
— Eu durante muitos anos fui o sindicalista do ano da Gazeta Mercantil. E o António Ermírio era escolhido o empresário do ano. E eu também sempre tive uma relacionamento muito forte com o JB, que tinha um diretor em São
Paulo chamado João Batista Lemos. Foi quando começaram as greves do ABC. O JB tinha uma cobertura quase privilegiada. Não só pela minha amizade com o Lemos, como também porque o jornal tinha uma sucursal muito forte. Tem até uma história muito curiosa. Quando estive preso, ouviram pessoas me procurando na delegacia dizendo que "o chefe" queria falar comigo. "O chefe, o chefe, o chefe". Aí criaram essa história de que era o ministro Golbery do Couto e Silva, do governo. Nada disso. "O chefe" era o Lemos. O pessoal dele que entrou na delegacia dizendo que ele queria falar comigo. Só isso. Acho que, na época, o JB era o jornal que tinha mais atuação no ABC, era o mais lido na época O jornal tinha uma cobertura sindical forte. Tinha também, naquela época, uma cobertura muito forte de igreja.
GZM — Igreja e sindicalismo, eram coberturas muito fortes...
— Aquele momento também era de muita ebulição. De muitas conquistas. Pega o sindicato de São Bernardo do Campo. Para distribuir um jornalzinho do sindicato você tinha que enfrentar a ira de um coronel que chefiava a segurança da Volkswagen. Eles cercavam o pátio, a gente chegava com o caminhão, dava marcha a ré e quebrava aquela coluna Para o trabalhador entrar com o boletim do sindicato, ele tinha que guardar por dentro da camisa, na barriga, com medo da segurança ver. Hoje você vai na Volkswagen, você vai na linha de montagem, vai passando jornalzinho para qualquer trabalhador pegar o seu.
GZM — O movimento ficou muito mais pragmático?
—
GZM — Além da votação geral.
— Primeiro é votado na seção dele, aí ele vai para a comissão. Aí da comissão se escolhe quem vai ser diretor. E aí vai para o geral.
GZM — O senhor diria que o sindicalismo se adaptou aos novos tempos?
— Acho que o sindicalismo teve uma evolução em suas conquistas. Os sindicatos podem transitar nas suas relações com o capital ou mesmo com o governo com mais facilidade. Hoje, para fazer uma greve, um sindicato organizado nem precisa convocar assembléia. Eu precisava passar uma semana gritando na porta de fábrica. Agora convoca-se a comissão de fábrica no mesmo dia- "quarta-feira, 8 horas vamos estar lá". O sindicalismo atualmente vem ao Congresso Nacional brigar por Imposto de Renda, os funcionários públicos estão aprendendo a brigar por aumento na hora de fazer o novo Orçamento da União. O movimento sindical nunca deu importância para o salário mínimo porque normalmente os trabalhadores dos sindicatos organizados ganham mais que o mínimo. Hoje o mínimo é uma coisa que mobiliza os trabalhadores. No meu tempo, qual era a nossa marca registrada? Era a da contestação. Não tinha compromisso com propostas. Só o de protestar. Hoje, e eu participei muito disso na década de 90, o movimento sindical tem que ser propositivo. Na medida em que as fábricas não vão ter mais a quantidade de trabalhadores que tinham — a Volkswagen tinha 44 mil trabalhadores c hoje tem 13 mil — os sindicatos têm que ser mais propositivos, têm que apresentar propostas. Esse negócio de carro flexifuel, por exemplo, tem muito a ver. O sindicato passou oito anos fazendo proposta de renovação da frota
GZM — As lideranças sindicais não parecem ter se renovado? Qual a sua visão sobre esse processo?
— Alguns sindicatos se renovaram muito. Eu considero o sindicato de São Bernardo o mais bem organizado do Brasil E isso desde que foi fundado em 1959, porque ele nasceu com muita força, pois foi fundado junto com a indústria automobilística Em 1978 eu convoquei uma assembléia para proibir que alguém fosse presidente mais do que dois mandatos. Temos isso desde aquela época Eu entrei no movimento sindical em 1969, fui presidente sindical em 75, sai em 80, já fui candidato à presidência da república por três vezes, perdi as três eleições, fui candidato a governador, já estou no segundo mandato e tem gente que ainda é dirigente sindical daquela época que ainda estava no sindicato. Então a renovação é extremamente importante para o movimento sindical. Eu diria que tem duas categorias muito bem organizadas no movimento sindical hoje, os bancários e os metalúrgicos, que têm mais força Depois vêm os professores em alguns estados, como São Paulo, e os petroleiros, que também são muito organizados.
GZM — Quem o senhor escolheria como sindicalista do ano hoje?
— Eu entendo que o presidente do sindicato de São Bernardo do campo, o Feijó, é o mais competente sindicalista que nós temos no Brasil hoje. Eu escolheria ele.
GZM — O movimento social não evoluiu da mesma maneira. O MST lembra muito isso que o senhor está dizendo, que é de se tornar uma máquina de protesto.
— E muito difícil você fazer movimento social, e até sindical, em época em que as coisas estão indo bem. Quando o Fernando Henrique Cardoso fez o Plano Real, fiz uma reunião com os sindicalistas, e disse: não estamos acostumados a trabalhar em época de inflação baixa. Na medida em que você tem inflação baixa e que o salário não é o primeiro item da pauta de reivindicações, pode diminuir a força do sindicato. Voltando à questão do movimento social. Na medida em que você tem um governo que atende às reivindicações, que faz as coisas que têm que ser feitas, que decide as políticas em conjunto, o movimento social também precisa avançar. No caso dos sem-terra, na hora que você tem geração de emprego, tem menos gente para os assentamentos. Na hora que você desapropria 35 milhões de hectares de terras, o volume é muito alto. Em cinco anos e meio nós desapropriamos 35 milhões de hectares de terra e o governo passado, em oito anos desapropriou 18 milhões de hectares. Chega um momento, quando você assenta 501 mil famílias, que o problema não é mais assentar. Nós tomamos na semana passada a decisão de fazer os assentamentos produzirem mais alimentos. Acabar com essa loucura de gastar dinheiro para desapropriar a terra. Chegou a hora de dobrar ou triplicar a produtividade das pessoas que estão no campo. Não podemos permitir que fiquem apenas naquela agricultura de subsistência. Precisamos dar às pessoas condições para produzirem e ganharem dinheiro. 'Elas têm que saber que ganhar dinheiro é bom. E eu acho que isso é que tentaremos fazer daqui para a frente. Obviamente que vamos continuar com os assentamentos, mas eu quero carrear mais recursos para assistência técnica, e para levar tecnologia para os agricultores e financiar mais tratores.
GZM — Se baixassem um pouquinho os juros, isso não ajudaria a aumentar a produtividade?
— Hoje aproximadamente 60% do custo do dinheiro que vai para a produção no Brasil não têm nada a ver com a taxa básica do Banco Central, a taxa Selic. Você tem dinheiro tomado por empresários no exterior com outras taxas de juros, você tem todo o dinheiro do BNDES - R$ 90 bilhões este ano - financiado com outra taxa de juros. O grande prejudicado com a Selic é o próprio Estado, porque aumenta a dívida pública. O problema é a inflação. E por que há inflação? Porque algum setor está aumentando o preço. Se ninguém aumentasse o preço, não teríamos inflação. Há setores que estão aumentando preços porque dependem de matéria-prima internacional, mas não isso não explica o aumento do feijão, do arroz, que são coisas nossas. No caso do aço, o minério é brasileiro, as siderúrgicas são brasileiras, os salários são em reais, então não há como acompanhar o preço internacional. Tenho dito, tanto para os empresários como para os agricultores: está na hora de vocês começarem a fazer um alerta importante aos setores que estão aumentando preços. E qual é a alegação para aumentar preços? Aumenta a demanda na construção civil, aumentam os preços. Os empresários deveriam ter um procedimento diferente. Na medida em que aumenta a demanda, não precisa aumentar o preço. Vocês vão ganhar mais pelo aumento do volume de vendas. Qual a certeza com que eu trabalho? Primeiro, eu acho que nós resolveremos a questão dos alimentos. Segundo, a questão da oferta. Precisamos aumentar a produtividade. Temos terra, temos água. Por isso vamos melhorar a produtividade, qualificar melhor nossos agricultores. A segunda coisa importante é que temos mais investimentos sendo aplicados. Nesse primeiro momento o investimento se transforma
GZM — O ministro da Fazenda, Guido Mantega, propõe a criação do Fundo Soberano para segurar a, inflação. Os economistas falam em controlar os gastos públicos.
— Por que nós criamos o Fundo de Soberano? Porque dá margem de manobra para você ter um dinheiro para facilitar os investimentos do Brasil no exterior e ao mesmo tempo ele dá uma margem de manobra com a arrecadação a mais, a fim de não colocá-la no custeio e ter um dinheiro à parte, que pode ser contado até como superávit primário. Fiz questão de elogiar o Mantega e a equipe dele, porque foi uma medida extremamente inteligente. Então, quando as pessoas falam que a máquina gasta muito, eu queria dizer o seguinte: quanto o Franklin Martins (ministro-chefe da Secretaria de Comunicação) ganhava na Rede Globo, ou quanto ele ganhava na TV Bandeirantes? E quanto ele ganha aqui? R$ 10 mil, para trabalhar certamente o triplo do que ele trabalhava. Ontem recebi o Ricardo Kotscho (ex-secretário de imprensa do Palácio). Está trabalhando num blog. Ele disse que nunca ganhou tanto dinheiro. Ficou três anos aqui ganhando R$ 7 mil. Eu tinha um cidadão da Petrobras, que saiu da Petrobras, chorou aqui nesta sala, grande companheiro. Eu achei que ele ganhava demais - R$ 26 mil por mês. Achei que era um baita de um salário. Ele saiu para ganhar R$ 200 mil por mês com dois anos de pagamento adiantado. E agora já saiu para ganhar R$ 400 mil. Você tem um grau de funcionários de alta qualidade neste país que ganha porcamente. O Estado precisa ter funcionários qualificados, bem remunerados, para dar o retorno para a sociedade. As pessoas perguntam, por que o Hospital Sarah Kubitschek funciona e as pessoas são felizes lá? Porque ganham bem, têm jornada de trabalho integral, não podem trabalhar em outro serviço.
GZM — Como o senhor vê as eleições nos Estados Unidos. Torce para alguém?
— Não, não posso dizer. O Monteiro Lobato escreveu que um dia haveria uma disputa entre uma mulher e um candidato negro nos Estados Unidos. E o que está acontecendo com o Barack Obama. Eu acho que é uma revolução na cabeça do eleitorado americano. Essa é a grande novidade desses últimos 100 anos da História. E Deus queira que, ganhando as eleições, ele possa ter uma política dos Estados Unidos diferente para a América Latina.
GZM — O senhor o conheceu pessoalmente?
— Não. Mas tem a vantagem que o Mangabeira Unger (ministro de Assuntos Estratégicos) foi professor dele
GZM — O senhor o congratulou pela vitória nas primárias?
— Não. Até conversei com o Mangabeira, o ideal é esperar pelo final da campanha, para saber qual será a política dele para a América Latina, o que ele já fez com relação ao Brasil, quanto aos combustíveis de fontes renováveis. É um passo importante. A meu ver os Estados Unidos deveriam ter um olhar para a América Latina, que não fosse o olhar conspirador. Hoje não existe mais ninguém querendo fazer revolução na América Latina. Hoje todos os países estão participando de programas democráticos. Agora o que acontece é que os Estados Unidos, de um lado, têm a responsabilidade, o Brasil, de outro, tem a mesma responsabilidade, assim como o México, de contribuir para que essa região se desenvolva e possa evoluir
GZM — Aqui no Brasil, o senhor acha que vai conseguir eleger a ministra Dilma Rousseff em 2010?
— Eu não tenho candidato.
GZM — O senhor declarou há poucos dias que a Dilma está sendo atacada por ser a favorita.
— Não declarei isso. Estranhamente, isso surgiu quando disse no Rio de Janeiro, que Dilma era a mãe do PAC. Porque ela trabalha nesse PAC 24 horas por dia, porque ela controla todos os investimentos do PAC, ela que fica sabendo se é preto, se é roxo, ela é que chama os ministros, ela é que presta contas para mim a cada mês, é ela que presta contas para a imprensa. Depois que eu disse isso, talvez os adversários entenderam que era uma senha. E começaram a atacar a Dilma.
GZM — Estão atacando a Dilma por ela ser a favorita para ganhar as eleições?
— A minha idéia é construir uma candidatura da base do governo. Quero juntar todos os partidos. Acho que é plenamente possível. Você tem 27 candidatos a governador, 54 candidatos a senadores, você tem vices, cargo não falta para quem quiser disputar. Basta que as pessoas decidam claramente se querem disputar a eleição para ganhar ou se querem fazer aventura de ser candidato a qualquer preço. Eu, particularmente, trabalho com a hipótese de fazer a minha sucessão. Estou convencido que o tudo que estamos fazendo precisa continuar. Eu ainda não tenho candidato, não quero discutir isso. Agora, se você perguntar: "A Dilma tem competência?" Eu digo, tem, sim. Acho que tem pouca gente no Brasil hoje com a capacidade gerencial que a ministra Dilma tem. Agora, entre ter competência gerencial e uma candidatura à Presidência, há uma distância da largura do Oceano Atlântico.
GZM — Qual legado o senhor entende que deixará ao sucessor?
— Vamos esperar 2010. Eu pretendo fazer uma inovação no final o meu mandato. No final do meu mandato eu quero pegar todas coisas que foram feitas. Cada ministério vai ter que me entregar tudo o que foi feito nesses últimos anos, registrar em cartório e me entregar, que eu quero entregar para o meu sucessor, quero entregar para a imprensa, registrado
GZM — Por falar em preconceito, no Rio de Janeiro, por exemplo, o PMDB e o PT romperam a aliança em torno da candidatura do petista Alessandro Molon. Motivo: existia uma grande dificuldade de acordo com o PT no interior do Estado. O senhor não acha que existe um certo preconceito do PT com os partidos aliados?
— Não vamos misturar divergências político-ideológicas com preconceito. São duas coisas distintas. O PT, como os outros partidos políticos tem os seus defeitos. Todo partido político, do A ao Z, todos gostariam de ter o seu candidato a prefeito, o candidato a vice ser seu, a chapa de vereador ser puro sangue e eleger todo mundo. É bom que isso não seja sempre possível, para que nós possamos ter a cabeça arejada. Mas, infelizmente, não deu certo no Rio de Janeiro entre o PT e o PMDB, embora tenha dado certo em vários outros lugares.
GZM — Mas como o senhor vê o caso de Belo Horizonte?
— Sou um crítico do comportamento do PT em relação a Belo Horizonte. Você tem um problema local, que a direção municipal aprovou, a direção estadual aprovou, e a direção nacional parte para cima de uma briga que não é nossa. Ora, o candidato é do PSB, o vice é do PT, não vai ter coligação na chapa de vereadores, onde é que está o Aécio Neves a essa altura, senão apenas apoiando? Qual é o estigma, se nós temos em outros lugares aliança com o PFL e com o PSDB? Na política também quando você cria estigmas contra as. pessoas, você começa a perder. Eu ainda acredito que o PT vai voltar atrás no caso de Belo Horizonte.
GZM — E no caso do Rio?
— No caso do Rio, o PMDB decidiu ter candidatura própria. Eu não posso dizer que não deva ter porque o partido tem o governador do Estado, é forte, pode ter. Agora, o que eles têm que admitir é que o PT também tem que ter candidato. O que eu acho é que se todos tivessem juízo a base do PT se uniria com o candidato a vice e a prefeito, ganharia as eleições e ajudaria a transformar o Rio de Janeiro na Cidade Maravilhosa.
GZM — Isso vai fazer com que o senhor tenha que ficar neutro na disputa do
Rio
— Já tomei a minha decisão antes. Eu participarei muito pouco das eleições municipais em todo o país. O presidente da República não vai se meter nas eleições municipais, porque tem muitos deputados concorrendo às eleições. E a glória de quem ganhar vai ser dele, na cidade dele. Vai ter festa, não vou ficar nem sabendo. Mas os que perderem voltarão para cá azedos. E aí eu tenho que conviver com eles mais dois anos. Então eu preciso saber que caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém. Eu preciso governar este país até 2010, com a tranqüilidade que estamos governando agora. Por isso não farei das eleições municipais um cavalo de batalha.
GZM — O que o senhor achou do depoimento da diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Denise Abreu?
— É como se alguém levantasse pela manhã, fosse fazer um suco de laranja e a laranja não tivesse suco. Ou seja, como é que podem alguns senadores passarem 9 horas naquela conversa com ela, sem nada. Espremiam, espremiam e, nada. Ò que deu? Qual é o resultado daquilo? Esse caso da Varig foi inteiramente cuidado por um juiz, começou e terminou. Não houve participação do governo, porque o governo não podia fazer nada. Estava na mão do Judiciário. Agora vêm as pessoas e dizem: mas o governo tinha pressa. Lógico que nós tínhamos pressa. A Varig estava quebrada. Todo dia a manchete era sobre o caos aéreo. Vejam o caso do avião de Congonhas. Foi o pior inferno que eu já vivi. De repente, estou sentado na minha mesa e jogam nas minhas costas 200 mortos. E eu acompanhei tudo que se escreveu, acompanhei televisão, mudava de canal toda hora. Era como se o governo fosse o responsável por aquele avião ter caído. Nós não parávamos nem para pensar. E no dia seguinte saiu o vídeo da Infraero mostrando o que realmente aconteceu. As pessoas simplesmente apagam da memória, sem um pedido de desculpas. Ou um "erramos". Apagam, esquecem. Eu penso que, no Brasil, a imprensa trabalha com traumas. Não tem coisa que magoe mais um jornalista do que ser chamado de chapa-branca. E às vezes, o medo de ser chapa-branca faz ele extrapolar os limites do que pode fazer. O telespectador é mais inteligente do que a gente pensa. Ele saca. O, telespectador não acredita nem em uma pessoa que só fale bem, nem em uma pessoa que só fale mal. Se você aparecer 20 vezes falando bem do governo, ninguém acredita. Se você aparecer 20 vezes só falando mal, também ninguém acredita.
GZM — A Gazeta publicou recentemente um estudo mostrando que há 5 milhões de brasileiros trabalhando pelo mundo. Como se tivéssemos um Estado dos Emigrantes. O Banco Mundial estima que esses brasileiros mandam para o Brasil cerca de USS 7,5 bilhões por ano. O que o Brasil pode fazer por esses emigrantes que estão trabalhando lá fora? Como o senhor vê a contribuição desses brasileiros, que saem das suas localidades para buscar uma alternativa.
— Num país que não gerava emprego e com razoável crescimento demográfico, é justo que as pessoas procurem um lugar no planeta para trabalhar. Um belo dia os alemães descobriram o Brasil, em 1850. Em 1865 os italianos descobriram o Brasil. Como os japoneses descobriram o Brasil em 1908. Depois vieram os espanhóis. Tenho amigos que estavam trabalhando no Brasil e que viram na convocação para trabalhar lá fora uma oportunidade de aprender uma língua a mais, de dar uma melhor educação para os filhos. E essas pessoas contribuem muito com o Brasil, de forma extraordinária, mandando para cá os seus salários. No mundo globalizado, acho que as pessoas vão cada vez mais transitar. Mas aquelas que foram pura e simplesmente por emprego, na medida em que começa a haver oportunidades aqui, elas voltam. Veja o que vai acontecer: nós assinamos um decreto de concessão da hidrelétrica do Rio Madeira. Nós precisamos contratar, em caráter emergencial, 50 engenheiros. E não tem aqui no mercado. Nós vamos ter que buscar os brasileiros que estão lá fora. Acho ótimo. E se não tiver nossos, contrataremos argentinos, engenheiros de outro países. Acho isso uma coisa boa. Temos brasileiros no Japão, temos brasileiros na Itália. Estou sabendo que a Itália tem agora uma propensão a convidar brasileiros para irem para lá. Acho uma coisa boa. Da mesma forma que eles estão aqui. A cultura brasileira não seria o que é se a gente não tivesse nas raízes a cultura alemã, espanhola, japonesas. Isso enriquece. Obviamente que há uma tendência natural, de que, quando alguém fica bem de vida, começa a deixar de receber os parentes mais pobres. Se você é pobre, você não esquece de ir na casa do seu amigo para tomar uma cerveja. Mas se ganha na loteria, já vai colocar um portão, um cadeado, já não está para mais ninguém. Os países são assim. Quando estão ficando mais ricos, eles não querem que os pobres transitem por lá. A direita, nestes países, tem um discurso muito agressivo, e a esquerda não tem discurso. A esquerda não defende os imigrantes porque acha que vai perder voto. Eu estava dizendo ao meu companheiro Zapatero que acho que a esquerda tem que construir um discurso. Qual é o discurso? Nós precisamos ajudar os países pobres a se desenvolverem porque aí as pessoas virão para cá como turistas e vão comprar os nossos produtos. É o único jeito de vocês evitarem a imigração. Se as pessoas continuam pobres e a Europa, rica, as pessoas vão querer ir para lá. Se o Brasil crescer sozinho e a América do Sul não crescer junto, virá muita gente para cá. Então nós temos responsabilidade de compartilhar o nosso crescimento com os países da América do Sul e com os nossos vizinhos.
GZM — O caso dos estrangeiros comprando terras na Amazônia
— Eu participei de uma reunião para discutir o problema da Amazônia. Estamos preocupados com a presença de estrangeiros com grandes propriedades na Amazônia. Foi criada uma comissão para examinar a questão a fundo. Teremos que tomar uma decisão, para ter controle de quem ocupa essas terras. Uma coisa é você comprar uma gleba e nela trabalhar e produzir, conforme a lei Outra é violar a nossa soberania sobre as terras brasileiras.
GZM — E essa descoberta de petróleo?
— Eu trabalho com o cenário de que o Brasil será o terceiro ou quarto produtor mundial de petróleo. Ò Brasil não pode se conformar a ser um país exportador de petróleo bruto. Nós precisamos usar essa potencialidade em petróleo e criar uma verdadeira indústria petroleira neste país. Um estaleiro para construir sonda, um estaleiro para construir plataforma, um estaleiro para construir embarcações. Hoje, se a gente tivesse que completar todas as sondas que a Petrobras precisa para começar a trabalhar, a gente não teria condições só com a produção brasileira. Será preciso a gente trazer de fora para que dê tempo de o nosso parque industrial se preparar. Mas essa é uma oportunidade excepcional para a gente desenvolver a indústria naval brasileira. E eu acho que nós precisamos aproveitar esse petróleo, eu não discuti ainda com ninguém o que nós vamos fazer com o petróleo, que pertence à União. As áreas que não foram leiloadas ainda são da União.
GZM — O Brasil deveria criar uma nova empresa com monopólio total sobre as novas jazidas?
— Estou pensando seriamente nos investimentos que podemos fazer Sonho com a criação de um fundo para investir na educação neste pais. Outra coisa que penso é que o Brasil vive um momento tão excepcional que eu acho que a nossa oposição deveria ser mais construtiva. Achei bom o programa de TV do PSDB. Eles deveriam fazer na prática o que falaram na televisão. Fizeram até em branco e preto para parecer uma coisa antiga. Gostei muito. Mas eu queria que eles assistissem ao programa todo dia quando levantassem de manhã para ir para o Congresso.
GZM — Os tucanos são menos raivosos que o DEM.
— Acho que está provado que essa coisa da política raivosa não dá certo. Quando fui candidato em 1989 — se vocês pegarem aquela campanha, vocês vão perceber — eu nunca disse para o Sarney 1% do que o Collor disse. Eu tenho muito cuidado. Aqui no Brasil, muitas vezes, a insinuação, ou a ilação, prevalece sobre a verdade. Então isso é triste na política, porque uma ilação pode levar você a fazer 50 artigos acreditando naquilo, e depois, quando se prova que não é verdade, você não tem como dizer que estava errado. E como se você apenas fechasse uma página e tivesse vergonha de dizer: eu escrevi aquilo.
GZM — O senhor ainda se julga de esquerda?
— Eu cada vez mais sou mais torneiro mecânico, (risos) Nunca gostei de andar com rótulo na testa, que sou isso ou aquilo. Obviamente que todo mundo sabe da minha origem, da minha vida pública, e que eu me considero um homem de esquerda.
GZM — E corinthiano...
— Sofri muito quarta-feira à noite.
GZM — Mas o senhor não pode falar mal do Sport, porque se quiser ser candidato ao Senado por Pernambuco...
— Só um ato de insanidade me faria deixar sete meses a Presidência da República para ser candidato ao Senado. Este aqui é o cargo mais importante da Federação. Eu levei 12 anos para chegar aqui, por que vou deixar isso aqui para ser candidato ao Senado?
GZM — O senhor ainda é jovem...
— Vou deixar a Presidência com 64 anos de idade. Obviamente que para os padrões políticos brasileiros não sou velho. Meu paradigma de longevidade é a Dercy Gonçalves e o Oscar Niemeyer. Quero chegar a essa idade, com o prestígio do Oscar Niemeyer e com a peraltice da Dercy Gonçalves. Eu a vi um dia desses na televisão, ela fala todas as bobagens que um ser humano tem direito. Obviamente que vou deixar a presidência aos 64 anos de idade e que nunca vou desistir da política. Eu também não quero voltar ao poder, não quero a voltar a dirigir o partido, não está mais na minha cabeça. Vou viajar pelo Brasil, gosto deste país, vou conhecer cada vez mais por dentro este país. E não tenho pretensões de dar palpites, quem quer que seja que esteja aqui, não ouvirá da minha boca nenhum palpite sobre qualquer que seja sua decisão. Na minha filosofia, rei morto, rei posto.
GZM — Mas nada impede que.o senhor volte. O senhor vai ser uma pessoa forte no país, de qualquer maneira.
— Não trabalho com a hipótese de volta. Se eu puder fazer um juramento: pela felicidade do meu filho caçula. Por que eu não trabalho com a possibilidade de voltar? Eu trabalho com a possibilidade de fazer a minha sucessão. Se eu eleger meu sucessor e ficar do lado de fora dando palpite, com poucos meses terei a pessoa que elegi como minha adversária. Como acontece em alguns países e como já aconteceu aqui. Se eu elegi uma pessoa, eu tenho a obrigação moral de ajudar a essa pessoa a governar bem. E uma forma de ajudar a governar bem é não dar palpite. Se for consultado, ainda assim, falar