sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Desmatamento na Amazônia cai 62,8% em julho

O desmatamento na Amazônia teve queda de 62,8% em julho passado. Em relação ao mesmo período de 2007, a redução foi ainda maior: 68%. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a queda é recorde, mas ainda insuficiente. É o menor número desde março de 2008, quando o sistema detectou 145 km², porém naquele mês apenas 22% da Amazônia foram vistos pelos satélites porque a maior parte da região esteve coberta por nuvens. Minc avaliou que os números são conseqüência de uma série de ações do governo. Entre elas, maior fiscalização do Ibama, que dobrou o número de multas nos sete primeiros meses deste ano, quando foram lavrados 4,2 mil autos de infração. No período, o valor das multas atingiu R$ 1,07 bilhão. Ainda segundo ele, é preciso ter cautela, pois o desmatamento pode aumentar nos próximos meses, visto que ainda não estão criadas as bases para o desenvolvimento sustentável. E o desafio daqui para frente é criar empregos com a mesma velocidade que se reprime as atividades ilegais na floresta. De acordo com o sistema Deter - Detecção do Desmatamento em Tempo Real, do Inpe, 323 km² da Amazônia Legal sofreram corte raso ou degradação progressiva no mês passado, quando os satélites puderam observar 81% da região. Em abril, maio e junho, o Deter apontou, respectivamente, o desmatamento de 1.124, 1.096 e 870 km², números já indicativos da tendência de queda. Dos 323 km² de desmatamento verificados em julho, 235,6 km² estão no Pará. No Mato Grosso foram 32,7 km². Resolução - O ministro destacou também a entrada em vigor, em 1º de julho, da resolução do Banco Central que incluiu critérios ambientais e fundiários para financiamento no bioma Amazônia. Além disso, o governo fechou uma série de acordos com as cadeias produtivas da madeira, de minérios e da carne, que se comprometeram a não comprar de fornecedores ilegais. Outra mudança foi a estratégia de fiscalização nos entroncamentos rodoviários, como nas BRs 364 e 163. Apesar da forte queda do desmatamento em maio, junho e julho, Minc estimou que a taxa de corte raso, ou degradação progressiva, em todo o ano de 2008 ficará em patamar semelhante ao do ano passado, cerca de 12 mil km².

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