Integrantes da base aliada e da oposição têm travado disputas, na Justiça e nos bastidores, para se vincular à imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta campanha eleitoral.
Isso tem uma razão: em 20 das 26 capitais em que há eleição, candidatos que apóiam o Palácio do Planalto aparecem mais bem colocados que oposicionistas em pesquisas de opinião.
Em 2004, no segundo ano do seu primeiro mandato, apenas 11 aliados de Lula saíram vencedores no pleito municipal. Este ano, com o aumento da avaliação positiva do governo e também dos partidos que integram a base aliada no Congresso, há pelo menos 15 casos de embates para ter ou, pelo menos, evitar o apoio explícito de Lula na propaganda eleitoral.
O deputado federal Sarney Filho (PV-MA) atuou nos últimos 15 dias para convencer Lula a não ir à Natal, onde, até agora, Micarla Souza (PV) aparece na frente de Fátima Bezerra (PT), segundo pesquisa do Ibope divulgada em 29 de agosto.
Apesar de contar com o apoio do líder oposicionista no Senado, José Agripino (DEM-RN), Micarla gosta de lembrar que é candidata da base de Lula. "Ela não quer confronto entre o governo e a oposição. No Nordeste, qualquer candidatura contrária a Lula leva desvantagem", afirmou Agripino.
Prováveis adversários de Agripino em 2010, a governadora Wilma Faria (PSB) e o atual presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB), apelaram para Lula ir à Natal tentar levantar a candidatura de Fátima. "Foi difícil, mas conseguimos fechar uma data no dia 19", diz Garibaldi.
Em Aracaju, o senador Almeida Lima (PMDB-SE) trabalha contra a ida de Lula à capital, onde ele disputa a prefeitura contra Edvaldo Nogueira (PC do B-PT).
"Lula sabe que, no Senado, ele conta com 20 senadores do PMDB enquanto o PC do B só tem um", disse Almeida Lima. - Folhaonline
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
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