quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

PNUD: BOLSA FAMÍLIA REDUZ DESIGUALDADE SOCIAL

Um estudo divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) mostra que o Bolsa Família é um programa que contribui para reduzir a desigualdade social no Brasil. A pesquisa comparou o programa brasileiro a iniciativas similares em outros países, como o Oportunidades (México) e Chile Solidário (Chile).
O pesquisador do Centro Internacional de Pobreza, ligado ao Pnud, Rafael Osório, disse em entrevista ao Conversa Afiada nesta quarta-feira, dia 19, que o Bolsa Família ajudou a reduzir em 21% o Índice de Gini (aguarde o áudio).
"Os estudos chegaram à conclusão de que o Bolsa Família teve um efeito redutor da desigualdade. Quer dizer, o Índice de Gini caiu nos últimos anos, num período coberto de 1996 a 2004, 4,7 pontos percentuais e 21% dessa queda podem ser atribuídas às rendas que vêm do Bolsa Família", disse Osório.
Segundo Rafael Osório, um dos dados mais importantes do estudo é que as famílias beneficiadas pelo Bolsa Família sabem utilizar o dinheiro que recebem do programa. Osório disse que todos os recursos são aplicados em consumo.
"E elas aplicam sabiamente no consumo. As famílias que recebem o Bolsa Família têm uma cesta de consumo diferenciada. E elas gastam mais com comida e com coisas para crianças. Ou seja, as pessoas que estão recebendo o Bolsa Família estão fazendo um excelente uso daquela pequena renda que nós estamos transferindo para elas", disse Osório.
O estudo do Pnud mostra também que o Bolsa Família não tira as pessoas do mercado de trabalho. Rafael Osório disse que é possível observar o contrário: as mulheres das famílias que recebem o Bolsa Família têm uma participação 4,3% maior no mercado de trabalho do que as mulheres de famílias com as mesmas características sociais, mas que não recebem o benefício.
"Esse é um dado que salienta a importância de se fazer as avaliações e não de se ficar avaliando os programas com base no que 'eu acho'. Porque os críticos apressados, de primeira hora, do Bolsa Família diziam que o programa teria um 'efeito preguiça', que tiraria as famílias do mercado de trabalho, quando a avaliação mostrou justamente o contrário. A avaliação mostrou que os adultos das famílias que recebem o Bolsa Família têm uma participação maior no mercado de trabalho", disse Osório.
Ao todo, 11 milhões de famílias estão inscritas no programa Bolsa Família do Governo Federal.

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