quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Demanda forte obriga reajuste do gás, segundo Petrobras
A decisão da Petrobras de reduzir em 17% o fornecimento de gás para os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro é o assunto do dia, embora não receba o mesmo enfoque nas chamadas de primeira página. Dois jornais – Correio Braziliense e O Globo – ignoram olimpicamente o tema entre os destaques de primeira página. Três jornais – Folha de S.Paulo, Gazeta Mercantil e Valor Econômico – abrem com o corte de gás – com enfoques distintos. A Folha ouviu da empresa que o preço do produto está defasado e não pode ficar descolado das variações do petróleo, sob o risco de estimular o consumo. A estatal reduziu a oferta justamente por não ter produto para entregar. Mas a demanda deve continuar aquecida, como mostra a matéria principal do Valor, que informa que as térmicas a gás devem seguir funcionando, já que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teme a falta de energia, principalmente em 2008. O jornal destaca ainda que o nível dos reservatórios das hidrelétricas já é preocupante e reflete-se nos preços em alta da energia. A Petrobras, ao reduzir o fornecimento nesta semana, defende-se. Diz que a surpresa manifestada não se justifica – pois há um ano e meio a redução vem sendo negociada com as produtores – e garante que a redução não desrespeita os contratos assinados com as mesmas fornecedoras, já que os cortes afetam as compras acima dos limites contratuais. Mais: diz ainda que, ao assumir o compromisso junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de fornecer gás para as termelétricas, simplesmente não tem como atender à demanda extra das encomendas das distribuidoras acima do que foi anteriormente contratado. A Gazeta Mercantil entra justamente neste ponto: sua reportagem diz que a única possibilidade de redução do fornecimento para as térmicas depende das chuvas, para repor os reservatórios das hidrelétricas. Resumo da ópera: não há energia para atender à demanda crescente do gás, principalmente por conta da ampliação da frotas de veículos – essencialmente no Rio de Janeiro – movidos a GNV, o Gás Natural Veicular. O que se questiona, como aponta a movimentação das Secretarias de Energia de São Paulo e do Rio de Janeiro, é por que apenas esses dois estados foram atingidos pela redução no fornecimento. DeFato
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