Os adversários, concentrados, nem piscavam enquanto cada finalista dos 200m era apresentado. A câmera chega a Usain Bolt, e o jamaicano ri, manda beijos e diz: “Esperem, estou chegando”. Passam-se 19s19, o fenômeno das pistas cruza em primeiro lugar, com recorde mundial, e olha para o cronômetro para ter certeza de que havia quebrado mais uma barreira. Outra vez, a câmera aproxima-se e Bolt fala: “Eu sou o garoto. Aquele que é o número 1”. Nas arquibancadas, bandeiras da Jamaica tornam o Estádio Olímpico de Berlim um mar nas cores amarela e verde.
Usain Bolt tornou-se tão idolatrado na Alemanha que parece um atleta do país anfitrião do Mundial de Atletismo. Basta o jamaicano competir para o frisson tomar conta do estádio que viu o mito Jesse Owens conquistar quatro ouros.
Mais que superar limites, Bolt aproveita a fama graças a seu carisma. Diferentemente dos americanos que dominavam as provas de velocidade até a consolidação do jamaicano, Bolt faz questão de ser simpático, parar para assinar autógrafos e tirar fotos. Mesmo quando repete que sua meta é tornar-se um mito, Bolt não soa arrogante.
– Continuo dizendo a vocês que quero ser uma lenda – disse o jamaicano, após o segundo ouro neste Mundial: no domingo, ele levou os 100m, com recorde de 9s58. – Não penso em recordes. Não ponho pressão sobre mim. Sei o que fazer e só vou lá e executo. Fiz um bom trabalho. Estou a caminho de me tornar uma lenda, e isso me deixa bastante feliz.
No período de um ano, de agosto do ano passado até agora, Bolt colecionou ouros e recordes. Nos Jogos de Pequim-2008, foi campeão olímpico dos 100m (9s69), dos 200m (19s30) e revezamento 4x100m (37s10), todos com as melhores marcas do planeta. Em Berlim, levou a vitória nos 100m, baixando seu recorde para 9s58. E, nesta quinta-feira, reduziu o tempo dos 200m em 11 centésimos: 19s19.
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