quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Candidatos têm regras mais claras nos concursos federais

Os candidatos aos cargos federais terão direito a concursos mais transparentes e com regras comuns a todos os órgãos. O Decreto presidencial 6.944, de 21 de agosto de 2009, estabelece novas medidas para melhorar o funcionamento das instituições do governo federal. Com ele, o governo revogou sete decretos e outras disposições, alinhando a legislação em um ato único.
A medida relaciona as competências do Ministério do Planejamento sobre concursos, cita os órgãos que a partir de agora serão responsáveis pela realização de seus próprios concursos, como é o caso da Defensoria Pública, descreve o que deve constar nos editais e traz, como novidade, a realização de concurso público para a formação de cadastro reserva, em casos especiais.
Outra inovação diz respeito à homologação dos concursos. O número de aprovados deverá seguir os quantitativos do Anexo II deste Decreto. A finalidade do novo mecanismo é permitir uma homologação maior do número de candidatos aprovados em proporção à quantidade de vagas previstas nos editais, principalmente nos concursos de abrangência nacional, com número pequeno de vagas para algumas localidades. A medida pretende solucionar problemas relacionados com desistências de candidatos aprovados, possibilitando a convocação do próximo candidato classificado.
Também é novidade a exigência da realização de exame psicotécnico, se essa for a determinação da Carreira para a qual serão oferecidas as vagas. Estabelece, ainda, que prova oral ou de defesa de memorial deva ser realizada em sessão pública gravada, como uma condição de proteção para o candidato.
Confira algumas normas:
1- O Ministério do Planejamento autoriza os concursos, exceto nas carreiras de Advogado da União, Procurador da Fazenda Nacional e Procurador Federal, Defensor Público da União e Diplomata;
2- O Planejamento decide também sobre a ocupação de cargos e empregos públicos na administração federal, exceto para o de professor e na contratação de docente substituto;
3- Excepcionalmente poderá ser autorizada a realização de concurso público para formação de cadastro reserva para provimento futuro de cargos efetivos destinados às atividades administrativas, de apoio técnico ou operacional dos planos de cargos e carreiras do Poder Executivo federal;
4- Durante a validade do concurso público, o Planejamento poderá autorizar a nomeação de candidatos aprovados e não convocados, podendo ultrapassar em até 50% do total original de vagas;
5- O concurso público será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuser a lei ou o regulamento do respectivo plano de carreira. No caso do concurso em duas etapas, a segunda será constituída de curso ou programa de formação, de caráter eliminatório e classificatório, ressalvada disposição diversa em lei específica.

MANCHETES DO DIA

Valor Econômico: Grandes empresas firmam compromissos ambientais
Folha de S.Paulo: Mais demissões pioram crise na Receita
O Estado de S.Paulo: PMDB cobra ainda mais do governo e paralisa Câmara
Jornal do Brasil: Voltam as obras na Cidade da Música
O Globo: Pré-sal: Cabral e Hartung recusam convite de Lula
Correio Braziliense: Senado em crise amplia regalias
Estado de Minas: Tecnologia para criar emprego
Correio do Povo: Avança reajuste da aposentadoria
Zero Hora: Aposentados terão 6% de reajuste em janeiro

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

MÉDIA SALARIAL

O professor Ricardo Bergamini detalha os salários médios pagos no Brasil.
A média dos 1.386.485 servidores do Poder Executivo é R$ 5.361,00.
O Executivo Militar de 759 mil indivíduos é R$ 3.841,00.
Os 35.586 servidores do Legislativo ganham uma média de R$ 12.645,00.
O Judiciário com 116.584 servidores ganha uma média de R$ 12.645,00.
O pior de longe é servir a Defesa!

De acordo com o professor o salário médio dos trabalhadores formais da iniciativa privada (CLT) é R$ 1.312,00 ou seja, 72% menor dos que trabalham para a União.

Salário médio, lembre-se, é o total do valor dividido pelo número dos que recebem.

Ricardo Bergamini é escritor, articulista e professor de economia (ricoberga@terra.com.br.

Usain Bolt segue rotina de vitórias e recordes e encanta o mundo

Os adversários, concentrados, nem piscavam enquanto cada finalista dos 200m era apresentado. A câmera chega a Usain Bolt, e o jamaicano ri, manda beijos e diz: “Esperem, estou chegando”. Passam-se 19s19, o fenômeno das pistas cruza em primeiro lugar, com recorde mundial, e olha para o cronômetro para ter certeza de que havia quebrado mais uma barreira. Outra vez, a câmera aproxima-se e Bolt fala: “Eu sou o garoto. Aquele que é o número 1”. Nas arquibancadas, bandeiras da Jamaica tornam o Estádio Olímpico de Berlim um mar nas cores amarela e verde.

Usain Bolt tornou-se tão idolatrado na Alemanha que parece um atleta do país anfitrião do Mundial de Atletismo. Basta o jamaicano competir para o frisson tomar conta do estádio que viu o mito Jesse Owens conquistar quatro ouros.

Mais que superar limites, Bolt aproveita a fama graças a seu carisma. Diferentemente dos americanos que dominavam as provas de velocidade até a consolidação do jamaicano, Bolt faz questão de ser simpático, parar para assinar autógrafos e tirar fotos. Mesmo quando repete que sua meta é tornar-se um mito, Bolt não soa arrogante.
– Continuo dizendo a vocês que quero ser uma lenda – disse o jamaicano, após o segundo ouro neste Mundial: no domingo, ele levou os 100m, com recorde de 9s58. – Não penso em recordes. Não ponho pressão sobre mim. Sei o que fazer e só vou lá e executo. Fiz um bom trabalho. Estou a caminho de me tornar uma lenda, e isso me deixa bastante feliz.

No período de um ano, de agosto do ano passado até agora, Bolt colecionou ouros e recordes. Nos Jogos de Pequim-2008, foi campeão olímpico dos 100m (9s69), dos 200m (19s30) e revezamento 4x100m (37s10), todos com as melhores marcas do planeta. Em Berlim, levou a vitória nos 100m, baixando seu recorde para 9s58. E, nesta quinta-feira, reduziu o tempo dos 200m em 11 centésimos: 19s19.

Taxa de desemprego de julho é a menor desde 2002

O índice de desocupação do mês de julho ficou em 8%. O número é o menor para o mês, desde 2002 (11,9%). A pesquisa é do IBGE e engloba os percentuais das seis principais metrópoles brasileiras: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Se comparada ao mês anterior, junho, e a julho de 2008, a taxa se manteve estável.O número de pessoas desocupadas é de 1,9 milhão e o de ocupadas, 21,3 milhões (1,1% maior que julho do ano passado).

O rendimento médio real habitual dos indivíduos empregados, R$ 1.323,30, no conjunto das seis regiões pesquisadas, subiu 0,5% na comparação mensal e 3,4% no ano. No âmbito regional, em comparação a julho de 2008, houve altas em Porto Alegre (1,7%), Recife (5,1%), Rio de Janeiro (4,2%) e Salvador (3,3%) e quedas em Belo Horizonte (-1,6%) e São Paulo (-1,9%). No ano, todas as seis regiões registraram altas.

A massa de rendimento real efetivo dos ocupados, R$ 28,2 bilhões, cresceu 0,9% em comparação a maio último. Já o rendimento domiciliar per capita ficou estável em relação a junho e teve alta de 2,5% comparado a julho do ano passado.

Houve estabilidade no contingente de desocupados no total das seis regiões pesquisadas, tanto na comparação mensal quanto na anual. No âmbito regional, houve queda (- 11,3%) em relação ao mês anterior na região de Belo Horizonte e em comparação a julho de 2008, o Rio de Janeiro também apresentou queda, - 15,2%. - Brasil, um país de todos.

MANCHETES DO DIA

Folha de S. Paulo: Insatisfeitos podem deixar PT, diz Lula
o Estado de S. Paulo: Sarney valida mais 45 atos secretos e favorece sobrinha
O Globo: Planalto quer senador que ajudou a salvar Sarney na liderança do PT
Jornal do Brasil: Mercadante anuncia nesta sexta-feira se deixa liderança do PT no Senado
Correio Brasiliense: Mesa diretora do Senado valida mais 36 atos secretos
Zero Hora: Yeda transfere à União o destino dos pedágios
Estado de Minas: Lula tenta apagar incêndio no PT

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Saúde suína

A minoria americana bem informada, inclusive conservadora, sabe que a saúde do Estados Unidos é pior do que a de qualquer país rico. Na escala da ONU, a qualidade da assistência médica dos EUA aparece em 37º lugar, embora o país gaste o dobro e até três vezes mais por cabeça do que qualquer país europeu e o Japão. Os gringos têm mais doenças e vivem menos do que os outros ricos. Não há como fabricar este número.

E a saúde aqui não mata só a população. O governo freou a indústria americana quando já estava com um pé na cova, mas todas empresas e quem faz seguro individual pagam preços absurdos por qualidade duvidosa. Quase metade das falências do ano passado foi atribuída a custos com saúde. E pior. Se você é rico ou político influente, o serviço é da melhor qualidade. Um dos meus filhos sentiu uma dor muito forte do lado direito da cintura e às 23h fomos para a emergência do hospital. Depois de 2 ou 3 horas para ser admitido, os médicos começaram uma série interminável de exames. Menos de 12 horas depois, frustrado com os exames sem definição e pelo cenário, fugiu do hospital. Mas não da conta: US$ 21 mil.
O seguro pagou até o último centavo, mas ate hoje não sabemos o que ele teve, e a dor volta e meia reaparece. O golpe do hospital é pegar quem tem um bom seguro e lavar a égua para compensar os que chegam sem seguro.

Lobby
Quase 40 milhões de americanos não têm seguro. Um dos objetivos da reforma de Obama é eliminar exames desnecessários, mas o lobby combinado das seguradoras, associações médicas, hospitais e indústria farmacêutica até hoje envenenou todas as tentativas sérias de reforma.
Uma das pioneiras foi a do presidente Truman, que queria, como Obama, criar umserviço de saúde pública em 1949. O lobby da American Medical Association (AMA) enterrou a proposta.
Os conservadores republicanos sabem que o sistema está podre e pode quebrar o país, mas para eles, agora, é mais importante cortar o embalo político de Obama, que cai nas pesquisas. Isso pode mudar a composição do Congresso nas próximas eleições. Mas pode sair pela culatra. Um dos esquemas é aterrorizar os velhos com o argumento que a verba do excelente programa Medicare, que cuida dos americanos com mais de 65 anos, vai ser cortada para criar o sistema público de Obama. Esta foi uma das fontes do boato de que o programa público iria criar esquadrões da morte que decidiriam quem merece viver ou morrer, e que “Obama vai desligar a vovó da tomada da UTI”.
O escritor Richard Dooling, autor do romance Critical Care, é um dos poucos que têm a coragem de dizer que o gasto com os velhos americanos é criminoso: “Oito milhões de crianças neste país não têm seguro, mas os pais delas pagam 3% dos salários para sustentar o Medicare e garantir que septuagenários e octogenários vão receber os remédios caros para doenças banais, implantes de joelhos, tratamentos para impotência e cuidados intensivos”. Para Dooling, não deveria haver nem um centavo federal disponível para pessoas com mais de 85 anos na UTI. Eu estou com ele.

Gafes
O Medicare (para quem tem mais de 65 anos) e o Medicaid (para os pobres), são sistemas estatais e funcionam, mas a criação de um sistema gerido pelo governo para garantir assistência médica para os 40 milhões de não segurados é, segundo os republicanos, “comunismo”, “nazismo” ou “socialismo”. Você ficaria estupefato com os debates entre os congressistas e seus constituintes.
Nesta campanha contra a reforma de Obama, além do espírito de porco republicano, comete-se gafes e injustiças, e a ignorância americana sobre a saúde dos outros é monumental. França, Grã-Bretanha, Canadá e Suíça têm sistemas estatais diferentes que oferecem qualidade a preços mais baixos, mas na campanha de desinformação conservadora, franceses, britânicos, suíços e japoneses estão morrendo nas portas dos hospitais à espera de cirurgias.
Uma das maiores gafes foi do jornal Investors Business Daily. Num editorial, assombrou seus leitores usando o físico britânico Stephen Hawkins, quase 100% paralisado. Segundo o jornal, o físico estaria morto há muitos anos se dependesse do sistema de saúde britânico. Não só o físico dependeu e foi salvo pelo sistema britânico, como saiu em defesa dele como milhares de compatriotas ultrajados pelas ofensas americanas. Ninguém argumenta que o serviço de saúde público britânico seja o melhor do mundo, mas um estudo há três ou quatro anos revelou que o mais pobre dos britânicos tem saúde e serviço médico comparáveis ao mais rico americano. Na Grã-Bretanha agora se referem aos Estados Unidos como “The country of the fee”(“O país dos que pagam”).
Este ano meu seguro médico subiu 23%. Nos últimos oito anos, subiu 109%, e hoje pago US$ 1,5 mil por mês para três pessoas e por menos serviços. Meus pagamentos aos médicos e pelos remédios aumentam a cada ano. Quando falei com o corretor da seguradora, disse a ele que era uma canalhice, que são todos uns bandidos, filhos da mãe, e que o Obama vai arrebentar com eles.
Vai nada. Tente pegar um porco sujo de lama. As seguradoras deslizam mais que senadores brasileiros. Com reforma ou sem reforma, elas vão sair ganhando. - Lucas Mendes, De Nova York para a BBC Brasil

MANCHETES DO DIA

Folha de S.Paulo: PT obedece a Lula e salva Sarney
O Estado de S.Paulo: PT ajuda a engavetar caso Sarney e entra em crise
Jornal do Brasil: Economia global já está de volta à estabilização
O Globo: Absolvição de Sarney e saída de Marina estremecem o PT
Valor Econômico: Crise nas usinas favorece empresas de combustível
Correio Braziliense: A estrela estilhaçada
Estado de Minas: 2.545 novas vagas no serviço público
Diário do Nordeste: Grávidas de risco sem leitos nos hospitais de Fortaleza
Correio do Povo: Sarney é poupado de tudo
Zero Hora: Agrado ao MST em época de Expointer revolta ruralistas